sábado, 29 de dezembro de 2007

Feliz 2008

Amigos,

Nunca na história deste país um Blog de Blues Nacional reuniu tantos Mestres. rs

Em 2008, vou voltar com força total e trazer mais talentos do nosso Blues.

Obrigado e muito Blues e Paz para todos vocês.

Roberto Terremoto.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Mestres das seis cordas com Décio Caetano

Das encruzilhadas do Paraná, trago para o Blog um Bluesman de talento incontestável, Décio Caetano.

Dono de uma voz característica ao estilo, frases de slide poderosas e a emoção que é passada pelos seus solos, mostram porque este músico está a caminho do seu quinto CD.

Se não bastasse tudo isso, esse cara é muito bacana e tem muitas histórias boas para contar.

TB: Como você começou no Blues?

DC: “Bom foi muito engraçado, eu estava indo para casa de uma namoradinha que eu tinha em Ribeirão Preto, peguei o ônibus de Curitiba a Sampa, e quando eu cheguei em Sampa na estação tiete era quase meia noite e perdi o buss para Ribeirão,dae os caras me falaram para eu pegar para Campinas que se o buss não atrasasse eu conseguiria um buss até Ribeirão,enfim perdi todos,heeheheh dae quando eu cheguei em Campinas,fiquei ate as 6 da matina,cheguei no guichê e perguntei: “E ai? Que horas tem buss para Ribeirão”, eles me falaram só às 5 da tarde eu disse: “afff”, dai o figura lá do guichê me disse: “Mas se você quiser pode pegar um trem,que sai agora para lá,e chega as 5”,eu disse: “Massa fecho.”.

Eu tinha 15 anos de idade, quando entrei no trem e tinha uma galera, tocando gaita violão, e fazendo um som muito doido,dae os caras logo de cara me falaram assim: “ow bicho,você também vai para o festival de blues em Ribeirão Preto? “, eu disse: “Blues? O que é isso?” heheheeheh, dae eles colocaram um fone no meu ouvido e pela primeira vez ouvi Muddy Waters,e bicho,desde a primeira nota ate agora,bateu forte firme e colocado,foi como se eu tivesse tomado uma dose cavalar de qualquer droga sei lá,desde então nunca mais fui o mesmo,descobri q o blues era parte de min assim como meu braço,perna.”

TB: Pude notar que você usa guitarras semi-acústicas. O que você busca no seu som? Você já encontrou o seu timbre?

DC: “Cara sou pirado por sons de semi-acústicas e telecasters,minhas maiores influencias,são Robert Johnson, Son House, Albert Collins, Freed King , BB King e T. Bone Walker, acredito assim, independente do instrumento que eu use, meu fraseado e timbre vão ser característicos, mas todavia,meus timbres prediletos são de telecasters e de semi-acústicas,os timbres que eu busco são sempre mais gordos mas encorpados com características do blues de Chicago e West Coast blues.”

TB: Você fez shows pela Argentina, como foi tocar por lá? A infra-estrutura é boa?

DC: “Cara foi muito bom tocar na Argentina o povo e receptivo e adoram blues. Fui muito bem recebido por Mariano Cabreira(harmonica), que me acompanhou em todos os shows, Danny Wood Sipos e Gabriel Gratzer, embaixador do blues na América do Sul.

Bom em Buenos Aires a infra-estrutura foi muito boa, o teatro era bem vintage, os equipamentos muito bons, muito legal.

Em Mar Del Plata já foi um pouco diferente, a estrutura de lá não era tão legal, era um Pub, mas o publico alucinante. Estava fazendo um frio de 5 graus maluco, muita chuva tempestade fiquei cabreiro, pensei assim: “não vai dar ninguém”, e o bar lotou. Heheheheh

E em Barcarcere a infra-estrutura era bem melhor. A Argentina tem os guerreiros do blues, tem boa infra-estrutura sim, mas com algumas falhas na organização como em todos os lugares, posso dizer assim em Buenos Aires, produção 10, Mar Del Plata 7 e Barcarcer 10, mas independente disso, digo a todos os músicos de blues do Brasil, se tiverem convites para ir a Argentina,vão, pois lá,a atmosfera e ducaraio, o blues soa diferente,daqui e ha muito respeito por parte dos argentinos,em relação a nos músicos de blues brasileiros.”

TB: Você está preparando seu quinto álbum. O que você vai trazer de novidades para este trabalho? Você já gravou alguma música em português?

DC: “Bom nesse quinto álbum, Take the train for the next station, que sairá nesse próximo ano de 2008, estou com novas composições e com levadas das quais eu sempre quis fazer, como Dont Cry um blues funk, Take the train um boogie e entre outras, valorizar muito a influencia dos meus mestres, que tem levadas de blues funk, baladas, boogie e até pitadas de rock and roll dos anos 50.

Blues em português? Bom tenho uma única música, da qual eu pretendo gravar sim,pois soa muito bem, na verdade tenho muita preocupação com isso, pois na minha cabeça, o blues só funciona em lingua inglesa, mas essa musica esta muito boa,eu compus ela em meados de julho, para minha garota e todos os que ouviram,amaram, e essa musica sim pretendo gravar, mas fora isso não penso em gravar em português.”


(Décio e Robson Fernades)


TB: Sua Banda é simplesmente perfeita, e quando escutei seu CD fiquei admirado com a interação entre seus músicos. Como você escolhe os integrantes da sua Banda? Há quanto tempo você toca com eles?

DC: “Bom eu sou um cara muito abençoado, a galera que toca comigo é da pesada. Eles curtem meu som e meus mestres também.

Quando gravei I Can`t Stop em 2006, consegui juntar uma galera da pesada, como Edu Mella, que toca baixo e guitar, atualmente é o meu Bass. Somos amigos desde os 12 anos de idade, começamos a tocar juntos e todos os que gravaram comigo, Marcos(trumpet), Raule(trombone), Israel (sax), Graciliano e Michael(druns), foram a galera que começou a tocar comigo em Curitiba, hoje minha banda melhorou muito,100%. Hoje fazemos mais shows em quarteto, por causa da grana, mas sempre que pinta um bom show coloco todos para tocar,e ahhh tive a felicidade de ter no meu album a participação mais do q especial de dois grandes amigos de sampa, Adriano Grineberg e André Christovan.

Cara a escolha não foi fácil, os caras tocam muito bem, e amam blues,dae só alegria heehehehe.”

TB: Décio fico muito feliz de ter você nas páginas do meu Blog. Deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

DC: “Pô Roberto, fico feliz em saber que existe pessoas como você que ajudam a divulgar o blues em nossa nação, e mais ainda de poder conhecer tanta gente talentosa e que esta na batalha, mas que tem muito o que dizer, digo a você e aos meus amigos do blues, que muita coisa boa vai rolar para gente,seja em 2008, 2009, seja quando for, o blues no Brasil esta tomando corpo,apesar de todos os problemas de divulgação,de agenda de shows ,creio eu , que nós músicos de blues brasileiros vamos tomar nosso espaço,assim como nossos pais, André, Nuno, Flavio Guimarãse e etc.

O sol vai brilhar para todos nós, muita paz para todos, muita luz, muito som, muito blues e que DEUS abençoe a todos nos!!!”









Escute mais:
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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Vozes do Blues Hilmara Fernandes

Para mostrar que Minas é repleto de músicos extraordinários de Blues, trago uma convidada de BH, a cantora Hilmara Fernandes.

Dona de uma voz poderosa, Hilmara é mais uma bluseira que faz de tudo para que o blues de Minas e do Brasil cresça cada vez mais e por isso a convidei para o blog Uai.

TB: Você tem formação erudita e foi cair nos braços do Blues. Como isso aconteceu?

HF: "O Blues aconteceu de uma forma muito espontânea, principalmente pela minha identificação com a voz das grandes Divas. Quando fui apresentada a aquilo tudo..vi que era exatamente isso que eu queria fazer! Agraciada pelo conhecimento de Historia antiga, me encantei pela 'definição' de música: É a "Arte das musas!" e eu queria ser uma delas..rsss.

Por mais absurdo que possa parecer, o blues e a musica erudita tem algumas caracteristicas idênticas: não dá pra interpretar sem sentimento, sem sentir na pela cada palavra da canção!"

TB: Hoje você está com a banda Loretta Funkesntein, como é o trabalho de composição da Banda? Você também escreve?

HF: "O trabalho de composição do Loretta é inteiramente creditado ao guitarrista Schellão (Marcelo Silveira Neto), que além de ser um dos melhores guitarrista de blues que tive prazer de trabalhar, é um excelente compositor e arranjador. Participo com opiniões, alguns arranjos de voz..mas as musica nasceram da incrivel alma musical desse cara! Sou muito grata a ele por tudo que passamos juntos pelos palcos da vida durante 13 anos!"

TB: No Blues, Jazz e no Soul, as vozes femininas sempre são marcantes. Quais são suas principais referências?

HF: "Minhas referências não estão totalmente ligadas a blues , jazz e soul. Absorvo tudo que me apareçe como fonte de criação e interpretação. Ouço muito Mothers Finest, Koko taylor, Us3, rithim'nblues, musicas do kazaquistão e toda e qualquer possivel fonte de "alimentação". Passeio por sons como Diamanda Galás a Katie Webster, com pitadas de Jessie Mae Hemphil. Por aí você vê: não há como citar uma ou outra. Tudo me interessa!"

TB: Quais são os cuidados que você tem com sua voz?

HF: "Sinceramente? Já fui mais fresca...hoje apenas exercícios diarios de vocalizes, potencia.etc. Antes do show aqueço a voz durante meia hora mais ou menos...com exercicios respiratorios e de relaxamento das pregas vocais e bebo muita.. muita... agua antes, durante e depois do show."


TB: Você acredita no Blues nacional?

HF: "Tanto acredito como invisto nesse trabalho. A riqueza de informações culturais de um pais de proporçoes continentais traz experiencias sonoras muito possiveis para o blues nacional, dando caracteristicas proprias ao que produzimos! Sul, nordeste, sudeste, norte...é muito interessante buscar fontes inusitadas para a produção e criação!

O mercado é sim, segmentado, mas tem admiradores fiéis, fazendo que com a cada dia mais bandas surjam com trabalho bacana e as que ja existem, refinem a sonoridade! Apoio 100%.

Temos muitos representantes fortes no Brasil. MInas tem trabalhando muito na divulgação com gente muito boa, como o Hot Spot, Legado Blues, Leandro Ferrari o proprio Loretta com sua influências e trabalhos especificamente voltados para o blues..se eu for citar um por um...não termino esse texto hoje..rssss"

TB: Hilmara, muito obrigado por sua enorme contribuição. Deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

HF: "Agradeço a oportunidade de poder falar um pouco do meu trabalho e acrescento mais: Que toda a comunidade blues façar parcerias, jams, troca, gigs..tudo que der..produzam juntos..criem juntos...lada o lado! Juntos somos fortes pra sempre!!! Todo mundo está fazendo isso por amor. Difilculdades existem sim, mas a perseverança e dedicação superam tudo.
"Praise is cheap, use it." "




Escute e veja mais:


segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Trabalhando pelo Blues com Edu Gaspar

Edu Gaspar é um profissional de alto nível, com um conhecimento gigantesco do assunto e que produz materiais maravilhosos.

Acredito que ele tenha um acervo de vídeos, muito importante para a divulgação e “preservação” do nosso Blues.

Além de tudo isso, ele é uma das pessoas que mais conhece o Blues nacional.


TB: Há quanto tempo você trabalha filmando os Shows de Blues?

EG: "Bom, eu comecei a fazer transformação de VHS pra dvd, pois tinha muito musico perdendo seu acervo, pra filmagem foi um pulo, pois sou fotografo, fica mais fácil, eu filmo há 1 ano e meio."


TB: Quanto tempo você gasta na filmagem de um Show? E quais são as etapas?

EG: "Bom a filmagem começa, já na passagem de som, pois tenho q conversar com todos os envolvidos, som iluminação e músicos, pois muitas vezes os músicos não escutam os técnicos, e eu tenho q acender uma vela pro santo e outra pro capeta, pra ter meus objetivos alcançados, normalmente num show de 1:30 gasto 6 horas de preparação.

E ai, a banda tem q fazer sua parte, ter tesão em tocar, pois também dependo deles, onde vem minha inspiração, pois quando estão apáticos no palco, transferem pra mim também.

1- iluminação
2- som
3-captura
4- escolha das cenas
5-tratamento do som e imagem se necessário"


TB: Quais são os fatores que você leva em consideração, para ter um bom resultado final?

EG: "Para mim o mais importante, é a banda, meus melhores vídeos foram quando as bandas estavam no pique de tocar, e a gente percebe isso."


TB: Hoje muitas Bandas querem ter seu material registrado em DVD. Quais as dicas que você daria para eles?

EG: "Pra ter um bom material, tem q se preparar antes, fazer alguns ensaios, para que na hora do show, tenha o mínimo de erro, quando se erra uma vez quando se esta filmando, eles ficam mais nervosos, nesse momento eles tem que relaxar e fazer o que mais sabem fazer.


Procurem profissionais envolvidos com seus projetos pra poder tirar maior proveito do seu vídeo, gente que esta a fim de trabalhar sério e não tirar dinheiro das bandas, tem que ter comprometimento com o projeto, pra poder promover a banda."


TB: Gaspar, você é sempre bem vindo no Blog, e agradeço mais esta colaboração que você está dando. Deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

EG: "Bom Roberto, agradeço a oportunidade de estar mais uma vez aqui, e falar da minha primeira grande paixão que é a arte de fotografar, que na realidade filme começa na fotografia, cada segundo filmado são 29 fotos batidas.

Quando resolvi começar a filmar, foi mais por causa de divulgação, quase não se tinha vídeos de blues no mercado, como divulgar se não tem material? Foi onde decidi a começar a filmar, e acho que deu pra dar um novo gás no blues, sei que posso fazer muito mais pelo blues, muitas bandas hoje tem material pra mostrar, e faço tudo isso com muito amor e dedicação ao blues, antes não iamos em shows de quem não conhecíamos, hoje é só entrar no you tube pra ver como as bandas se comportam, e isso é muito bom, estamos popularizando os vídeos.

Mais um vez agradeço o convite, um grande abraço."

Quer ver bons vídeos Clique aqui.
Site do Gaspar.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Vozes do Blues com Isabel Tavares

Neste pequeno período que escrevo o Blog, sempre pensei quando falaria das vozes do Blues nacional.

Nunca encontrei uma oportunidade para iniciar este assunto, mas em um show que assisti desta mulher, eu realmente quase chorei ao escutar uma música que ela interpretou. Nesse momento percebi que esta era a hora certa de falar dos vocalistas de Blues.

Trago mais uma vez para as páginas do Blog, uma mulher que está fazendo a diferença no Blues nacional, Isabel Tavares, que na minha opinião é a maior revelação do Blues brasileiro.

TB: Sei que você veio de outro estilo antes de entrar no Blues. Existem diferenças em se cantar Blues e o Metal?

IT: “Apesar de ter estado em uma banda de Heavy Metal, não cantava com o vocal característico daquele estilo. A banda que eu cantava se chama Thuatha de Danann e faz um som muito diferente e característico, onde o Heavy Metal e a música Celta se fundem. Por isso cantava com voz de “Fada”, que é como costumavam me chamar na banda (hehehehe).
Sempre gostei do timbres e da potência das vozes das cantoras negras, principalmente na música negra americana, como Blues e Soul, e era daquele jeito que eu me via cantando, com aquela ‘pegada’, com aqueles vibratos e energia peculiares. Quando recebi o convite pra entrar numa banda de Blues, não pestanejei.

Sem dúvida a diferença em cantar esses dois estilos é enorme. Na música Celta a suavidade e sutileza são características fortes, e no Blues/Soul tudo é energia, e energia forte.

Gosto dos dois estilos, ouço muita música Celta, como Clannad e Blackmore’s Night, assim como ainda ouço muito Rock. Mas me identifico muito mais com o jeito de cantar da música negra... os vibratos, os gritos, os malabarismos com a voz, o sentimento à flor da pele, esse é o grande tesão desse tipo de música. Cantores como Aretha Franklin, Tina Turner, Stevie Wonder, Etta James, Koko Taylor, Ray Charles... realmente me inspiram.”

TB: Você canta com muita facilidade, alcança notas impressionantes e além do fato de utilizar técnicas o vibrato perfeitamente e sem exageros. Você já estudou canto?

IT: “Eu nunca estudei canto. Acabei desenvolvendo instintivamente as técnicas que uso pra cantar, mas se você me perguntar o que é que eu estou fazendo não sei te responder, não tenho nenhuma teoria ou conhecimento mais profundo de música.

Quando era adolescente cantava junto com as músicas e me desafiava a alcançar notas mais altas, a sustentar as notas mais agudas, escutava os cantores que me influenciavam e os imitava. Isso deu certo por um bom tempo.

Mas nada como estar em uma banda de verdade! Minha voz cresceu absurdamente depois que comecei a cantar na Black Coffee, hoje faço coisas que há três anos julgava serem impossíveis de fazer. Isso porque a rotina de cantar sempre, as músicas que escolhemos em nosso repertório, que são cada vez mais difíceis de cantar, isso tudo faz com que eu desenvolva minha voz, e também conheça meus limites, o que é muito importante.

Mas quero estudar sim, infelizmente não tenho tido tempo pra isso, mas é algo que está em meus planos futuros. Quero saber melhor o que estou fazendo com minha voz, até pra preservá-la e desenvolvê-la de forma correta.”

TB: Alguns vocalistas não bebem nada gelado ou não fumam horas antes de cantar, você segue alguma regra dessas antes de entrar no palco?

IT: “Hahahahahaha... Eu não sou a pessoa mais indicada pra falar sobre cuidados com a voz.
Fumo e bebo gelado, a única exceção é quando estou com a garganta um pouco frágil, nesse caso pego mais leve com as extravagâncias.

O que costumo fazer é um aquecimento antes de cantar, faço uns exercícios para relaxar os músculos da face e a língua, além de algumas poucas vocalizes, e só.”


TB: Me impressionei com um vídeo da Black Coffee, onde você se emociona cantando a música “I Never Loved A Man (The Way That I Love You)” e quase não consegui segurar as lágrimas. O que te deixa tão emocionada assim? Quais fatores que mechem com seus sentimentos quando você está cantando?

IT: “Ouvi essa música pela primeira vez quando estávamos escolhendo o primeiro repertório da Black Coffee, me apaixonei por ela e pela emoção com a qual a incrível Aretha Franklin a canta. Mas obviamente não estava preparada pra ela ainda. Há algum tempo sugeri ao pessoal da banda que tocássemos essa música e todos concordaram na hora.

Essa é uma música muito difícil, especialmente pra mim, pois a Aretha tem agudos lindos e cristalinos, ao mesmo tempo ela tem uma força na voz, algo único, e o grande desafio era tentar me aproximar daquilo, sem pretensão alguma, porém disse a mim mesma que só a cantaria se estivesse segura, não queria comprometer a beleza da música.

Esse vídeo que você citou foi gravado no Centro Cultural São Paulo, e tudo o que aconteceu aquele dia me emocionou muito, o carinho do público, a casa cheia, a gravação do DVD, enfim, tudo contribuiu. Desde que entrei no palco fiquei com o pensamento nessa música, pensei várias vezes em não fazê-la (essa foi a primeira vez que íamos tocá-la ao vivo). Bom, resolvi cantar, e saiu melhor do que eu esperava, acho que muito mais pela emoção do que por qualquer outro fator. Me emocionei, e muito mais importante que isso, conseguimos emocionar as pessoas. Isso não tem preço.

Saber o que está cantando é um passo muito importante pra interpretar a música. A música, o público e a história contada na letra são os estopins para a emoção.

Sou uma pessoa que gosta de viver de emoções, sou feita muito mais emoção do que de razão e a arte de cantar me desperta isso da forma mais latente. Meus amigos e músicos contribuem para essa emoção, às vezes olho pra um deles e vejo um sorriso de incentivo, a alegria de tocar nessa banda, isso não tem palavras que explique. Quando vejo que eles conseguem tocar o público com a música, isso também me orgulha e me deixa muito feliz e honrada de fazer parte de uma banda onde a amizade é o ponto mais forte de todos.”

TB: Bel, muito obrigado por sua colaboração, fico muito feliz em ter você mais uma vez fazendo parte do meu Blog. Deixo aqui o espaço para seus comentários finais.

IT: “Eu que agradeço, e muito, pelo apoio e amizade de sempre. Seu blog está com qualidade e conteúdo excelentes, e estou muito honrada de ter sido convidada a participar dele novamente. Parabéns!

Agradeço também aos amigos e admiradores da Black Coffee pelo carinho de sempre. Vocês são demais!

Um grande beijo ao Márcio, Wagner e André, meus amigos de banda e músicos de talento ímpar.
E por último, mas não menos importante... um grande beijo ao meu parceiro de banda e de vida, Oswaldo. Te amo!

Nossa... to parecendo o Maguila “Queria mandar um beijo pro açougueiro...” hehehehe. Robertão! Obrigada novamente pelo espaço. Longa vida ao Terremoto Blues Blog.”


(Quero que alguém me mostre uma revelação mais importante que esta.)

Site:
- Black Coffee

Val Tomato lançamento do novo cd "LIVE" - 08/12/07

Val Tomato recebeu elogios de dois dos maiores nomes da gaita, Charlie Musselwhite e Billy Branch. Seu estilo único somado a energia e senso melódico, traz um show sempre pra cima!

O cd Live foi gravado ao "vivo" em São Paulo contando com a participação do saxofonista Manito(Os Incríveis), Fábio Brum(guitarra), Fábio Pagotto(contra-baixo) e Fernando Rapolli(bateria).

O novo cd contém composições do gaitista Val Tomato e uma regravação de "The Blues overtook me" do grande gaitista Charlie Musselwhite e a clássica "Everyday I have the blues"!
Local: Mr.Blues
Dia: 08/12/07
Hora: 22hs
Reservas: 3884-5255
Entrada: R$15,00 homen R$10,00 mulher
End: Avenida São Gabriel, 558 - Itaim Bibi

Site Val Tomato

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Mestres das seis cordas com Gustavo Andrade

Gustavo Andrade é um guitarrista fantástico, para comprovar isso basta escutar o som da sua Banda Hot Spot, e você vai logo perceber que ele sabe muito bem o que faz com a guitarra.

Além de guitarrista ele é um ótimo cantor, e junto com Luiz Andrade (bateria) e Jonas Lima (baixo), coloca o Blues para rodar pelos palcos de Minas.

TB: Você é o primeiro representante do blues mineiro aqui no Blog, gostaria de saber como é a cena do blues por ai? Existem muitas Bandas? Tem muitos espaços para se tocar o blues?

GA: "As primeiras aparições e eventos relacionados ao blues em Minas surgiram em meados dos anos 80 com shows em bares, festivais ao ar livre e atrações como Celso Blues Boy, Big Allanbik, Blues Etílicos, Ray Charles, Magic Slim, Aeroblues, Blues & Company, Tribo de Solos, Cheap Tequila, Yellow Cab, Nasty Blues, Guilherme Bizzotto, Affonsinho, Bauxita, Legado Blues, Blues Alley, e a própria Hot Spot alavancando bastante a divulgação do blues por aqui. Nos dias de hoje o blues ainda tem seu espaço e público em Minas, e isso tende a crescer. Existem muitas bandas na ativa e cada vez mais aparecem bandas novas no cenário mineiro.

E falando em espaço, a Rádio UFMG tem um programa dedicado ao blues mineiro, confiram em: http://www.ufmg.br/online/radio/ "

TB: Pelo que pude notar, vocês da Hot Spot recebem muitos Bluseiros de outras cidades e estados. Como rola esses encontros?

GA: "Sim. Tenho um projeto chamado “Minas Blues Jam!” que tem como objetivo convidar músicos de todo o Brasil para uma “jam” com a minha banda Hot Spot e com isso trocar informações, lançar e divulgar o blues e esses artistas aqui em Minas. O projeto já contou com a participação de Cubanito (Cuba), Rodica (USA), Bruno Avanzato (Itália), Big Gilson (RJ), Big Joe Manfra (RJ), Jefferson Gonçalves (RJ), Leandro Ferrari (MG), André Carlini (SP), Andre Hommer (SP), Felipe Cazaux (CE), Carol Jacques (MG), Ted McNeely (MG), Samir Chammas (MG), Bauxita (MG), Guilherme Bizzotto (MG), Loretta (MG), Rodrigo Nézio (MG), Marcelo Morais (MG) entre outros."

TB: O CD da Hot Spot tem sons próprios? Conte um pouco sobre ele.

GA: "Em 2008 vamos lançar o primeiro da cd Hot Spot pelo “Blues Time Records”, o maior selo de blues do Brasil. O objetivo desse cd é fazer releituras mais modernas de clássicos do blues-soul. Além dos músicos da banda, Gustavo Andrade (vocal e guitarra), Luiz Andrade (bateria) e Jonas Lima (baixo), o cd “Feeling Alright” conta com a participação especial de Jefferson Gonçalves (gaita), Robson Fernandes (gaita), Big Joe Manfra (guitarra), Leandro Ferrari (gaita), Manoel Barbosa (Flügel) e Raphael Negromonte (teclados)."

TB: Infelizmente nunca vi você tocando ao vivo, mas os sons que você tem gravado dá para perceber a fluência do blues, como você chegou a este patamar? Você ainda estuda?

GA: "Sim. Sempre estudando e pesquisando música.

Desde muito novo sempre tive uma boa influência musical na família. Meu bisavô era um cantor flamenco, meu avô pianista, tio-avô trompetista, meu pai violonista e meus irmãos mais velhos, um guitarrista e o outro baterista. Escutei de tudo um pouco, desde o flamenco, passando pelo samba, ritmos latinos, mpb e bossa nova até o blues, o jazz, o soul, pop e o rock. Como todos lá em casa também sou auto-didata e não gosto muito de um modo formal de estudo mas cheguei a cursar 2 anos de violão erudito já com meus vinte e poucos anos.

O blues é o ritmo-mãe de quase todos os estilos populares em todo o mundo e tenho ele como o meu predileto. De tanto escutar acabei aprendendo. E não fiquei só na música, também sou bacharel em Administração e atualmente estou cursando MBA em Marketing na Fundação Getúlio Vargas. "


TB: Muito obrigado pela ajuda, agora quero deixar um espaço para seus comentários finasi.

GA: "Em primeiro lugar gostaria de agradecer pelo convite para essa entrevista. Espero que todos se interessem cada vez mais pelo estilo blues e pela música feita com arte. Visitem nossa página no “Myspace” pra conhecer um pouco mais sobre a banda e escutar algumas músicas do nosso cd. Um grande abraço à todos."


(Hot Spot e Jefferson Gonçalves)

Veja e escute mais:
- Minas Blues Jam
- Hot Spot


quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Trabalhando pelo Blues com Tita Castro

Vou iniciar mais uma série no Blog, e agora vou trazer as pessoas que fazem algo para o Blues. Não são necessariamente músicos, mas pessoas que fazem com que o Blues sobreviva no Brasil.

A Tita Castro é uma produtora musical muito competente. Posso afirmar isso, pois participei junto com minha banda de dois festivais que ela promoveu.

Dedicada aos artistas do blues, ela tenta fazer com que a cena fique cada vez mais forte, e para isso ela não mede esforços, por este motivo eu trouxe ela para as páginas do blog.


TB: Quais as maiores dificuldades de ser uma Produtora Musical? E porque o Blues?

TC: "A dificuldade em produzir música tem muito a ver com a falsificação de cds e os novos meios de obter música (os conhecidos downloads) que prejudicam muito as bandas,
produtoras e gravadoras e envolvidos no setor da música.

Vou explicar...não que eu seja totalmente contra essa democratização da música mas se falarmos em termos profissionais isso complica e muito o trabalho das pessoas envolvidas com música, se levarmos em conta que a produção de um disco já não garante retorno devido para os envolvidos na área, imagina a situação de quem trabalha com música e se vê no meio de um duelo entre o 'acesso fácil e gratuito' e a 'venda dos cds e a produção de uma banda'? Fica praticamente inviável. Os 'custos na produção' x 'o lucro gerado' nesta produção não está nem empatando ultimamente, está no vermelho mesmo.

Mas ainda sim é um trabalho apaixonante em que muitas vezes trabalhamos por amor a música, não ao retorno que ela proporciona.

E o blues foi o estilo escolhido para meu trabalho com música, graças a Zona Blues, banda que abriu as portas para o meu trabalho como produtora e claro, pelo fato de ser amante do blues desde a adolescência, onde aprendi a ouvir este gênero tão importante e que me agradou desde a primeira vez que ouvi."


TB: Quais as características que uma Banda deve ter, para que você possa trabalhar com ela?

TC: "Só para resumir um pouco a história eu comecei trabalhando na divulgação dos shows da Zona Blues e de alguns amigos músicos que pediam para eu divulgar seus shows...mas foi depois da produção do meu primeiro Festival de Blues, começou a 'chover' bandas na minha horta...(risos)

E para eu poder classificar quais se encaixariam no meu trabalho, comecei a pedir às bandas seus materiais para que eu pudesse poder ouvir e classificar se tinham condições de entrar para a minha produtora. Este trabalho, apesar de cansativo em determinados momentos, posso dizer que foi de extrema importancia para a produtora, pois hoje em dia isso me ajuda muito a diferenciar os estilos, bandas e músicos que tem realmente o 'feeling the blues'.

Depois que comecei a produzir alguns festivais, até bandas internacionais me procuram para mostrar seu trabalho... só que infelizmente não posso trabalhar com eles, pois além
das dificuldades financeiras em trazê-los para o Brasil, eu acho que devo dar espaço é para os músicos brasileiros porque talento é o que não falta entre nossos músicos e eles já enfrentam muitas dificuldades na rotina de trabalho, então nada mais justo do que deixa-los mostrar o que sabem fazer."


TB: Você sempre esteve envolvida com Festivais de Blues. Você está planejando algum novo Festival?

TC: "Eu sempre estou envolvida com projetos, festivais, shows e produção de cds e bandas de blues. Isto começou a envolver meu trabalho de tal maneira que acredito que não consiga mais mudar de área.

Tenho procurado expandir um pouco para o rock clássico e ao jazz também, pois além de ser fã destes estilos musicais, muitas banda estão me procurando para produzi-los
Como estou reestruturando a produtora, quem sabe não começo 2008 com estas novidades na produtora...

Para 2008 tenho 3 festivais programados, mas ainda estou trabalhando neles.
Assim que eu puder falar mais, eu aviso a todos sobre os novos planos, festivais e novidades da produtora. "

TB: Muito obrigado por sua colaboração, deixo aqui este espaço para seus comentários finais.

TC: "Quero agradecer imensamente ao Roberto 'Terremoto'que cedeu este espaço importante para que eu pudesse falar sobre minha produtora.

Peço desculpas por alguns problemas ocorridos no meio desta estrada, mas acredito que eles façam parte inclusive do aprendizado de todos nós, músicos ou profissionais da área.

Quero deixar um abraço especial a algumas feras que me apoiam sempre e que me incentivaram a continuar mesmo naqueles momentos em que pensei jogar tudo pro alto...entre eles Bee Scott, Caio Ávila, Rodolfo Aguirre, Paulo Meyer, Ricardo Corte Real, Helton Ribeiro, aos meninos da Zona Blues ( pelas risadas, papos sérios e puxões de orelha), a todas as bandas de blues que trabalho, aos músicos que tenho como grandes amigos depois que comecei a trabalhar nisto, minha irmã Bizú, a milha filha de 'paciência da ausência' e a todos os amigos que sempre me deram muito apoio."
Contatos:

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Cozinha do Blues com Ney Neto

Já tem alguns anos que conheço este músico extraordinário. Tive o prazer de fazer um som com ele em um ensaio de uma antiga banda de blues, mas infelizmente ele não pode, por algum motivo que não me lembro, ocupar a vaga de baixista da banda.

Alguns anos se passaram e seu talento cresceu muito mais. Dono de um som grave e poderoso, Joveneis Neto, mais conhecido como Ney Neto está preparando um CD solo, que por sinal será um trabalho que não vai poder faltar nas nossas coleções de CD.

TB: Não é comum um baixista lançar um CD solo. Como surgiu essa idéia?

NN: "Isso era um sonho antigo que eu tinha, que parecia muito distante por causa de todas as dificuldades que nós músicos conhecemos e enfrentamos quando o assunto é gravação. Então uma grande amiga minha e uma das maiores musicistas que já conheci, Tatiana Maciel (a quem presto minha homenagem, pois nos deixou em maio deste ano), me chamou para participar de um projeto de um selo de médio porte de Oregon, nos Estados Unidos, chamado Origins.

Eles estavam produzindo um CD com 28 músicas gravadas por instrumentistas de diversos países que seria utilizado como ambientação da megastore Macy's, que você encontra em todo lugar nos EUA. Eu mandei uma pré-produção de três composições: Affliction, um tema em 6/8 chamado Hardy e uma faixa com uma pegada mais latina, chamada You are so Wellcome, com uma guitarra meio Carlos Santana e um duo de baixo/violão na hora do solo...

Tive a felicidade da música Affliction ter sido selecionada para compor o CD e então a gravadora me pagou pela produção da faixa+direitos autorais pela obra e o cachê. Com esse dinheiro consegui comprar o necessário para montar um home-studio e continuar o projeto, que afinal de contas já tinha três faixas gravadas. Foi uma experiência muito legal porque durante o processo de composição das faixas até a Dri, minha esposa ajudou. Inclusive foi ela quem escolheu o nome Affliction para a música eleita pela Origins. Eu lembro de dizer: "Mas amor, é um nome meio estranho, significa Aflição, será que vão gostar?" E aí está! Foi assim que começou a gravação do CD Electricity."

TB: Alem do baixo, você gravou mais algum instrumento?

NN: "Fiz algumas programações, gravei violão em algumas faixas e até uma base de guitarra em duas composições (mas só a base! Os solos deixei para os feras das 6 cordas...rs). Mas só os baixos já deram trabalho à beça...rs.Nesse Cd foram utilizados baixos de 4 e 5 cordas, fretless e fretted, e em uma música um fretless 6 cordas, mas só porque a melodia foi composta no violão e pedia alguns agudos que os outros baixos não tinham, porque para ser sincero não me adapto muito ao baixo de seis cordas.

A idéia era ser um CD gravado só com baixos elétricos (por isso chama-se Electricity), mas não resisti.

O solo de piano ficou tão bonito na música Ma-Hí que acabei gravando a condução durante o solo com um baixo acústico... Ficou bem legal."


TB: Escutei uma faixa do seu Cd, onde tem a participação do gaitista Oswaldo Moraes, o Cachorro Loiros. Além dele o CD conta com mais participações?

NN: "Puxa vida! Esse CD é uma grande festa, com a participação de amigos de diversas épocas, estilos musicais. Um lance muito legal. Essa faixa que o Cachorro gravou é uma versão de People Get Ready, do Rod Stewart, com a melodia tocada no baixo utilizando as técnicas de slap e double thumbing... Essa música é show de bola. Um grande meu (de música e de vida), o famoso Creck, me deu um CD de uma banda de uns amigos dele, chamada "Jazz que é Blues" que tinha essa música e eu adorei a roupagem que eles fizeram... inclusive, foi também ele que me apresentou o Cachorro Loiro, com quem tive o prazer de fazer algumas canjas com a Black Coffee em diversas ocasiões e sempre muito legais.

Além do Oswaldo, no Electricity tem a participação da Tatiana Maciel, ao piano, em uma música muito bonita chamada May Day, composição dela com o maestro americano Michael Bown.
Evandro Araújo, grande guitarrista de blues gravou guitarra em Affliction, People Get Ready, You're Wellcome. Fernando Bonfá: beat-box, Thiago Martins: violão.
As composições são minhas, do Max Perinéu (baixista argentino), Michael Bown, Rebecca Wilkie, Tatiana Maciel, Thiago Martins.

As regravações são: Um a Zero (Pixinghuinha), People Get Ready (Rod Stewart), Samba 88 (Carrie Allynson). Uma das faixas foi gravada ao vivo com meu quarteto atual, Quarteto Jazzy, com Zafe Costa (sax), Wagner Ramos (drums), Vinicius Gomes (guitarra) e Abelita Brandão (piano)."

TB: Quando o seu trabalho fica pronto?

NN: "Já estaria pronto, mas sempre dá vontade de mudar alguma coisa, ou acrescentar. Essa coisa de fazer arranjo é uma loucura. Agora falta pouco, estou concluindo a gravação do Samba 88, que vai ter uma participação especial do Thiago Espírito Santo, no baixo... engraçado é que estou trabalhando essa faixa em meu disco e o Quarteto Jazzy foi contratado para fazer uma trilha para uma produtora, mostrei esse tema e eles adoraram, então ao mesmo tempo estou gravando essa mesma música com uma roupagem completamente diferente.

Além disso, recebi um mp3 de uma música chamada Alma Desnuda e fiquei apaixonado. Estou em contato com o autor e se ele permitir e chegarmos a um acordo certamente essa música fará parte do CD, com um arranjo mais voltado para o contrabaixo.

Devo esperar o carnaval passar pra lançar o disco, assim aproveito que o país todo fica meio paradão pra mixar as faixas. A demora se dá porque além de músico eu trabalho na área de eventos, na indústria farmacêutica."

TB: Fora o CD, quais são seus outros projetos?

NN: "Desliguei-me agora no segundo semestre da banda de música instrumental do SESC Vila Mariana. Estou me dedicando aos projetos com o Quarteto Jazzy, que requer um grande tempo de estudo, já que tocamos versões instrumentais de standards do jazz, blues e bossa nova com muito improviso.

Além da temporada de shows no Crowne Plaza, que vai até o fim desse ano, estamos começando a gravar as músicas que farão parte da trilha 2008 de uma loja aqui no Brasil. Além disso, tenho uma rotina diária de estudos, que envolve teoria, técnica, leitura, métodos para baixo fretless, fretted, acústico com pizzicato e com arco... Esse tempo de estudo é sagrado e quando mais estudo mais coisa aparece para aprender...rs

Atualmente tenho estudado um material do guitarrista Vinicius Gomes, do quarteto de jazz que eu toco, tem sido uma grande influência."


TB: Muito obrigado pela ajuda, e continue nos presenteando com seu som magnífico. Agora eu deixo este espaço para seus comentários finais.

NN: "Primeiro quero parabenizar a iniciativa e a qualidade do material do blog. Muito legal mesmo. Mando um abraço a todos os músicos que estão comigo nessa caminhada de alguma forma, especialmente aos três grandes mestres que tive: Itamar Collaço, Nilton Wood, Gilberto de Syllos (acústico) É isso aí! A música sempre está nos aproximando e nos unindo de alguma forma.

Muito som pra vocês..."


(A night in Tunísia (Dizzy Gisleppie) com a banda instrumenta do SESC Vila Mariana)
Veja mais:
- Página no Myspace
- Quarteto Jazzy
- Algumas músicas do CD Electricity

Atenção: Quarteto Jazzy no Crowne Plaza: toda quinta-feira das 20h às 23h - Rua Frei Caneca, 1360 (Favor conferir a programação)

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Blues com alma na festa da Blues'n'Jazz 21-11-2007

Nesta última quarta feira, 21 de novembro de 2007, a revista Blues’n’Jazz realizou a sua tradicional festa mensal no Bourbon Streat, um dos mais elegantes e importantes bares de São Paulo, que contou com a banda de abertura Black Coffee Band e Igor Prado e Banda.

Não me lembro de ter visto uma festa da revista, com duas bandas tão boas na mesma noite. Claro que todas as festas da revista sempre tem a atração principal composta por astros do nosso blues, mas me refiro ao conjunto, onde as duas bandas com estilos completamente diferentes mostraram uma qualidade musical indiscutível.

A Black Coffee apresentou um show curto, de apenas 30 min., mas com uma seleção de clássicos do Blues e do Soul, onde o ponto alto foi a inacreditável versão da música “I never loved a man”, cantada originalmente pela deusa Aretha Franklin, mas garanto que a nossa Diva do Blues Isabel Tavares cantou com todas suas forças e com sua alma e quase fez este velho bluesman chorar de tanta emoção.

O Igor Prado e sua Banda dispensam comentários, a banda formada por músicos talentosos em conjunto com seu líder fez o publico cantar com as mais lindas versões de musicas consagradas, fora os sons de seu novo e premiado CD.

Em breve teremos uma entrevista com a Diva Isabel Tavares.

Paz e Blues !

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Cozinha do Blues com André Luiz Sangiovanni

André Luiz Sangiovanni, mais conhecido como Bebezon, é um baixista extraordinário, pois tem uma técnica muito apurada e um feeling de impressionar.

Um baixista que qualquer banda gostaria de ter, pois sabe o que fazer e o melhor, na hora certa, sem deixar espaços nas músicas.

Chega de papo e vamos aos fatos.

TB: Você já havia tocado em uma banda de Blues/Soul antes da Black Coffee? Mesmo sabendo que você é um músico profissional, quero saber se você encontrou alguma dificuldade na linguagem?

Bebezon: "Já havia tocado algumas vezes músicas como Mustang Sally e Play that Funk Music, em bandas que tinham um repertório mais variado, mas nunca tinha tocado numa banda que priorizasse o Blues e o Soul mesmo.

Minha bagagem musical ajudou em algumas coisas, como por exemplo, nas harmonias, nas convenções e em toda essa parte mais teórica. Por outro lado existiam alguns vícios e concepções no jeito de tocar outros estilos que acabaram me atrapalhando um pouco quando eu comecei a ensaiar e a fazer os primeiros shows da banda, como por exemplo, na timbragem que é predominantemente mais grave e encorpada no Blues e sempre com bastante energia “sem deixar a peteca cair”, e nas concepções, pois sempre tive um jeito mais livre de tocar em geral, mudando os grooves dentro da mesma música e interagindo com os outros músicos da banda no sentido de “comprar idéias” durante a música.
No Blues a interação com os outros músicos consiste mais na pulsação e na intensidade da banda como um todo, e sempre mantendo a mesma idéia no groove. Na Black Coffee nós estamos tentando misturar um pouco das duas coisas na parte da interação."

TB: Você toca um baixo de seis cordas, esse instrumento não é fácil de se ver nos palcos. Qual é a afinação dele? E porque um baixo de seis cordas?

Bebezon: "A afinação do baixo se dá em quartas, começando da mais aguda para a mais grave temos CGDAEB (Dó, Sol, Ré, Lá, Mi, Si). O primeiro baixo de seis cordas que comprei foi um Tagima B6, para estudar Música Brasileira e Jazz, estilos que sigo estudando e tocando até hoje com o Qn Quarteto, que trabalha vários gêneros musicais brasileiros com muitos improvisos e muita energia. O contrabaixo que uso atualmente é o meu segundo de seis cordas e foi feito pelo Luthier Ladessa, um ótimo Luthier que trabalha na Zona Sul de SP, eu uso ele na Black Coffee por ser meu melhor instrumento para trabalho, desde a pegada até o som."


TB: No evento Blues pela vida, além de você tocar com a Black Coffee, você tocou com o Sergio Duarte & Entidade Joe. Mesmo sem saber o repertório e as convenções você foi incrível. Como você consegue se adaptar e interagir em um momento desses?

Bebezon: "Fazer uma substituição as vezes são coisas que acontecem de vez em quando no nosso meio, e na maioria das vezes é como aconteceu nesse dia, que fiquei sabendo que ia tocar com eles pouco antes do show começar. Nesse dia eu tive até um pouco de sorte, pois só fizemos alguns blues na forma tradicional, ou seja, com a harmonia no I-IV-V, daí tive que ficar atento com as dinâmicas e com as convenções. Nessas horas é bom deixar o piloto automático ligado fazendo o groove bem simples, e prestar atenção no resto da banda."

TB: Hoje você vive de música? Quais são as dificuldades e vantagens de ser músico em tempo integral?

Bebezon: "Vida de músico no Brasil é como viver de qualquer outra coisa no Brasil, apesar de às vezes algumas pessoas terem preconceito ou até mesmo inocência de achar que não dá pra viver só trabalhando com música. É preciso se dedicar muito e fazer algumas escolhas que não são fáceis para montar uma carreira próspera nesse meio.

Um dos problemas no Brasil é a falta de organização e às vezes falta de união dos músicos pra fazer um cenário que seja bem visto e tenha o devido valor reconhecido por pessoas comuns, e até por pessoas que de alguma forma precisam de músicos profissionais, como donos de bares que oferecem música ao vivo e tem uma visão deturpada da coisa, e isso só pra ter um exemplo básico.
Mas é uma grande satisfação viver de música, cada show que faço traz alguma sensação ou até descoberta nova, além das pessoas que conheci nesses 7 anos que decidi levar a música profissionalmente.
Também dou aulas particulares, que além de trazer um rendimento mensal mais fixo me dá prazer em fazer, ver o aluno progredindo sob qualquer aspecto é muito bom de se ver."

TB: Valeu pela sua ajuda, e deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

Bebezon: "Eu é que agradeço a oportunidade, e deixo meus parabéns pelo Blog que abre espaço para a galera do Blues que é muito bacana e manda muito bem nos sons por aí!"






Veja mais,
- Qn Quarteto
- Black Coffee

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Nosso Blues Nossas Bandas com Alcatéia Blues

Estou iniciando uma nova série de artigos, onde vou trazer bandas que tem talento e não encontram muito espaço para divulgar seu trabalho.

Trago para vocês uma Banda relativamente nova no Blues, a Alcatéia Blues, uma banda que me surpreendeu muito, pois como ela não tem muito “tempo de estrada”, era provável que seu som fosse imaturo, mas graças aos deuses do Blues, me enganei.

Assisti esta banda ao vivo no projeto Blues pela Vida, e digo que foi um show muito bacana, onde clássicos do blues receberam uma nova roupagem, mas mantendo fielmente as características do estilo. Acho que a banda evoluiu muito comparado aos sons disponíveis no site, por isso acho que está chegando a hora de gravar um CD oficial.

Vida longa ao Blues e muito sucesso para a Alcatéia Blues, pois além de possuir integrantes dedicados, tem um som incrível.

TB: A banda tem composições próprias? Vocês tem previsão para gravar um álbum oficial?

AB: "O Alcatéia tem apenas três composições próprias, e mesmo assim, pronto mesmo, só uma ...rsrsrs. As outras duas estão em andamento. A banda começou de uma brincadeira entre amigos que se conheciam há muito tempo mas não se conheciam muito bem musicalmente.

Então a gente ficou um bom período se conhecendo e se testando. O tempo de dedicação de cada um para o Alcatéia foi aumentando aos poucos, conforme ia ficando divertido tocar juntos.

Acho provável que daqui pra diante apareçam mais composições próprias.

Quanto a gravar um álbum oficial, sempre passa pela cabeça, mas ainda não tá perto não. Embora a gente não tenha quase nada de compsições próprias temos um jeito próprio de tocar as músicas conhecidas. Às vezes fazemos do nosso jeito porque queremos, outras vezes a falta de técnica força o arranjo próprio ...rsrsrs. É o que eu chamo de defeito especial. A gente registra alguns ensaios para ir sentindo como está e a hora que o senso crítico deixar vamos pro álbum."

TB: Gostei muito da linha das guitarras, escuto muitas bandas que tem dois guitarristas, e quando as duas estão fazendo a harmonia da música, uma guitarra choca com a outra. O que vocês fazem pra isso não ocorrer?

AB: "Acho que isso é uma questão de entender o "todo". Não dá pra você bater bola com alguém usando duas bolas... rsrsrs. Acaba sendo dois jogos. Quase todos os arranjos das músicas são desenvolvidos em conjunto, no ensaio. Alguém sempre fala: Pô, vc viu aquela música tal... com a banda tal... se fosse mais balançada... e aí vai. A coisa vai sendo criada aos poucos pra ficar na medida certa. Acho que a "filosofia" seria "se você não conseguiu nada tãããooo criativo, pelo menos para o seu critério, tem que fazer o certo, mas vamos curtir a música. Ver se a gente consegue pegar o "feeling". Acho também que tem algo pessoal, digo, o jeito que eu sou e o jeito que o Peter é."

TB: Apesar da banda ser relativamente nova, existe um entrosamento muito bacana entre os integrantes, vocês já tinham outros projetos de Blues antes de formar a Alcatéia?

AB: "Eu(Douglas) e o Rafa já tínhamos andado por aí como "Os Abluesados". Era um duo acústico baseado em gaita e violão/slide. Mais foi por pouco tempo. Acho que o entrosamento vem mesmo da amizade que a gente tem. Em vez de falar: Pô, aquele cara toca pra caramba, vamos comvidá-lo pra tocar coma gente, o lance era ao contrário. Pô, aquele cara é um puta cara legal, será que ele toca algum instrumento?"

TB: Assisti a apresentação de vocês no Blues pela Vida, e me surpreendi muito com o som da banda, pois o evento era composto por muitas veteranas e achei que a Alcatéia tocou no mesmo nível de todas. Vocês tem tocado muito? Qual a freqüência dos shows da Banda?

AB: "Muuuito obrigado! É muito bom ouvir isso. A gente começou a banda sem grandes pretensões mas foi se empolgando e ganhando confiança aos poucos. A gente tem tocado geralmente em bares, aqui pela região da velha Oz(Osasco/SP). A freqüência varia muito, às vezes três apresentações por mês e em alguns meses nenhuma. No começo, tocávamos meio inseguros quando sentiamos que poderia ter um público razoável. Agora a gente já tá achando meio chato quando o público está abaixo do razoável. Se não foi a gente que ficou metido acho que isso não deixa de ser uma evolução, pelo menos existe mais confiança da nossa parte no som que a gente faz."


TB: Gostaria muito de agradecer a participação de vocês aqui no Blog, e deixo um espaço para os comentários finais.

AB: "Nós que agradecemos e desejamos sucesso no seu trabalho com o blog. A gente vive procurando coisas, informações e idéias sobre o blues e nesse sentido ter encontrado o Terremoto Blues Blog foi um oásis. E vamos torcendo para que nosso velho blues se propague sem ter que vender a alma pra mídia. No máximo na velha encruzilhada.

And Keep on blues everybody!!"

Veja e escute:

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Mestres do Slide com Felipe Apolônio "Fapo"

Este é mais um músico que encontrei por acaso neste mundão, alias, foi ele quem entrou o blog e deixou um comentário, indicando um de seus vídeos. Fui ver o vídeo, gostei muito e por este motivo ele está aqui.

Apesar de não ser um efetivo músico de Blues, ele toca muito bem slide, e isso basta para ele estar aqui.E fora isso, ele é um cara que toca guitarra havaiana, a weissenborn.

Então apresento para vocês que não o conhecem, Felipe Apolônio “Fapo”, um recifence que mora em Porto Alegre, e tem muita história boa para contar.

TB: O que você está tocando na foto é um weissenborn?

Fapo: "Isto mesmo, eh um weissenborn, que por acaso tem uma história interessante.Toco guitarra há dezesseis anos, slide sempre foi minha paixão, mais sempre achei um pouco desconfortável o fato de nao conseguir mais mobilidade no método bottleneck, sempre achei um tanto limitado, mesmo assim segui me aperfeiçoando durante os anos.




Toquei em várias bandas em recife, e até a primeira canção que escreví possuía um riff de slide (Recado P Virgulino - Mamutes no Asfalto). Fim dos anos 90 inicio 2000 com a popularização da internet vim a conhecer artistas como David Lindley, Bob Brozmann e Ben Harper, nao conseguia entender como eles conseguiam tirar aquele som de slide que me chamava tanto a atenção.Ví que eles utilizavam um violão de colo, tocando com uma barra de metal, e depois vim a descobri que se tratava de um violão havaiano.

Bem, impossível de conseguir aqui no Brasil um desses, né. Tive que me virar aumentando o traste do violão (como faz o Kelly Joe Phelps), até que em 2005 conheci o Christiaan Oyens, que também eh um admirador do instrumento, e fez a ponte para que eu conseguisse um com o Tonnella, que tinha um usado.

Bem, ainda nao era o som... pesquisei um pouco mais e em um fórum peguei o e-mail de um luthier californiano chamado William, conversamos bastante e fiz o meu pedido, ele me convenceu a levar um eletrico que ele havia construído. Bem deste início surgio uma amizade, gravei alguns sons e mandei para ele, que de amigo virou admirador do meu trabalho e me concedeu um hiper desconto no proximo instrumento que eu comprasse, um desconto praticamente de endorser. Um belo dia recebo um mail dele me dizendo que havia mostrado minhas musicas para o Ben (que Ben) ele disse Ben Harper, sou eu quem faço os instrumentos dele... quase caí para trás.

Bem, hoje possuo dois lap stell dele, um eletrico baseado no weissenborn, e uma réplica de weissenborn inteiro em koa, uma tetéia.Esta amizade fez a ponte para que eu conhecesse o Ben Harper Pessoalmente, e acompanhasse como convidado a ultima tour dele pelo brasil."

TB: Aproveitando seu conhecimento em weissenborn, quais são as diferenças dele em relação a um violão?

Fapo: "Olha, para quem olha de longe não muitas, pois visualmente possui seis cordas e um buraco no meio como diz minha esposa.

Olhando mais proximamente, a sulhueta do corpo é mais acentuada, espaçamento maior entre as cordas, e geralmente eh feito de uma unica madeira grande diferença se dá por ele ser inteiramente "oco", como ele não entorta etc só a física explica, principalmente pelo fato do braço ser quadrado.

A parte as questões materiais, isto fáz uma diferença enorme na sonoridade, projessão sonora bem maior, graves muito mais fortes e timbre único.Eh um instrumento muito interessante para emular a voz humana, e eh isso que venho tentando fazer. Eh meio complicado vc colocar um instrumento desses no colo e querer ser técnico, simplesmente nao dá, pois ele cria uma conexão com a musica que está muito além da tecnica."

TB: O Blog tem como tema o Blues, porém sua técnica de slide não pode ser ignorada e nem ficar fora dele. Sei que você segue outros estilos, sem querer rotular sua música, mas em qual ou quais gêneros ela se enquadra?

Fapo: "Olha, nao sei te dizer. Estudei violão erudito mas fui atraído para a guitarra elétrica pelo blues de BBKing e Hendrix, ainda lembro qdo escutei esta dobradinha pela primeira vez em um programa de rádio do Marcelo nova qdo tinha aprox 14 anos, as músicas eram Red House e The Thrill is Gone, e isto me colocou num caminho completamente diferente.Escuto de tudo, de tudo mesmo, amo folk e blues acustico. Como sempre gostei muito de tocar violão, cada vez mais volto ao básico, e mesmo sem querer as canções que mais me atraem na musica são as acústicas. Sempre componho no violão e uma coisa que nunca havia feito antes foi colocar um guitarrista solo na banda p que eu pudesse ficar somente no violão, para aqueles que me conhecem de outros carnavais isto soa bizarro."

TB: Muito obrigado pela sua enorme contribuição, e gostaria de deixar este espaço para seus comentários finais.

Fapo: "Fico feliz em encontrar mais paginas destinadas ao tema, acho que o blues tem um público e excelentes artistas no brasil, apenas precisa se estruturar mais para que seja sustentável. É muito fácil hoje vc encontrar com um artista excelente fazendo jornada dupla com um trabalho formal.

Muito obrigado pelo apoio e oportunidade!"



(Veja este vídeo... é muito bom !!!)

Veja e escute mais:
- Trama Virtual
- MySpace
- YouTube

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Mestre das seis cordas com Rodrigo Burin

A elegância do blues é fielmente mantida por este grande músico.

Rodrigo Burin, usa a guitarra para nos levar a passeios pelo blues. Suas bases são cheias de características próprias, difíceis de descrever em um texto, e seus solos são igualmente incríveis e geniais, pela sua simplicidade e energia.


TB: Hoje você está tocando com a Blues on the Tables, conte um pouco dessa banda, você tem alguma previsão de gravar um CD ?

RB: "A BOTT (Blues On The Table) após alguns mêses de ensaio fez sua estréia em junho de 2006 e em setembro deste ano completou sua 80a apresentação depois de uma longa temporada às sexta-feiras no Finnegan´s Pub, tradicional pub aqui de São Paulo. Nós procuramos fazer um shuffle mais dançante e alegre. Nos slows geralmente convidamos o público, que na sua maioria não é o do blues, para dançar junto à moda antiga. Acabamos de gravar o segundo CD demo com quatro músicas que logo estará disponível no site da banda para download e agora estamos a procura de novos horizontes continuando nos bares porém tentando botar um pé mais nos palcos e casas de shows."

TB: O seu som evolui cada vez mais, qual é o segredo ? Você estuda muito ou acha que o palco é a melhor escola?

RB: "Agradeço o elogio! Realmente a estrada tem sido incrível quanto a isso, não se compara , principalmente no blues em que o público é muito importante. Toco um pouco todos os dias e quando estudo mesmo, o que não é tão constante, procuro aumentar o vocabulário tirando, frases, acordes , harmonias incorporando a idéia e a intensão, sem decorar clichês.Não tenho a intenção de controlar tudo que toco, gosto de deixar ao acaso coisas que você nem lembra o que tocou porém que soou inspirado e bacana. Se tem um segredo acho que é saber tocar aquilo que escuta na sua cabeça, como se fosse um rádio embutido, não ao contrário."

TB: Uma coisa que gosto no seu estilo de tocar é que, em seus solos não existem milhares de notas rápidas e cada uma das notas tem o seu momento certo, você acredita, que os solos de blues devem ter mais feeling do que técnica?

RB: "Com certeza o feeling em primeiro lugar. O solo por si só não pode dar dúvida em que mudança ou acorde a música está, e fazer isto com mais cores e nuances é onde mora o desafio. A palavra solo não me agrada muito porque parece que o cara tá tocando sozinho, o que acontece muitas vezes, porém na verdade não é este o conceito. Procuro escutar a banda e a público, é como uma conversa em grupo. Você não pode ir chegando e despejar um monte de coisas, tem que haver um diálogo. Digo escutar a banda e o público pois também não adianta só o grupo estar antenado e a galera viajando. Não podemos esquecer que afinal das contas estamos ali para diverti-los e não ao contrário."


TB: Você usa sua guitarra direta no amplificador, sem utilizar pedais de efeito. Você não gosta de pedais ou acha que apenas as válvulas do amplificador são suficientes para o seu som?

RB: "O Blues já não pede muito destas coisas. Prefiro o som das válvulas porém é uma questão de simplicidade também.

O que não gosto é que os pedais são coisas a mais para montar, pilotar e atrapalhar.Gosto de acertar um som que goste no ampli e controlar com o volume da guitarra.

Prefiro a simplicidade assim como o Blues. "

TB: Burin, você é um grande amigo que conheci nessa estrada do blues, e por este motivo fico muito feliz em ter você fazendo parte do meu Blog. Agora deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

RB: "Roberto , parbéns pelo Blog que é único e pioneiro em falar do blues paulista e brasileiro dando infromações do que realmente acontece no dia dia por aqui, sobre quem está fazendo o blues agora ,contribuindo muito para a cena. Precisamos mais deste tipo de iniciativa. O blues ainda tem muito que acontecer aqui no Brasil que tem músicos excelentes.

Eu que fico feliz e agradeço por participar e deixo um grande abraço e sucesso a você!"




Mr. Burin, muito obrigado e muita Paz e Blues !!!

Veja mais:

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Blues com Alma - Blues pela Vida

Neste domingo, 04 de novembro de 2007, me surpreendi com muitas coisas, uma delas foi o fato de ver oito bandas diferentes, e todas com a mesma qualidade musical. Pode parecer um exagero, igualar todas as bandas, mas quem estava lá pode apreciar o melhor do blues e suas derivações.

O mais importante deste domingo foi ver que muitas pessoas, entre elas músicos, a equipe de filmagem, organizadores e tantos outros colaboradores fizeram o melhor para contribuir com o próximo.

Infelizmente o público não chegou nem perto do esperado, talvez pelo fato de ter chovido muito, por ser um feriado prolongado ou ainda por preguiça das pessoas de saírem de casa, mas uma coisa eu digo, este evento foi muito bem organizado, e deu tudo certo.

Uma banda que me chamou muita atenção foi a Alcatéia Blues, pois era a banda “mais nova”, e abriu o evento com um show maravilhoso, a segunda banda foi a Blues 4 Fun, que mostrou seu som irreverente e alegre como sempre.

A banda Marcião Pignatari e os Takes foi a terceira atração e veio com seu blues texano mais forte do que nunca, a quarta banda foi a Black Coffe, que trouxe o Soul para animar a festa. A quinta banda foi a Electric Muddy, que com seu blues maravilhoso fez a casa tremer.

Não é necessário falar da sexta atração, o mestre Sérgio Duarte e a Entidade Joe, que mostrou toda a qualidade e a energia do blues. A sétima atração foi a Cracker Blues, veterana no blues, a banda mostrou que todos sabem muito bem o que fazem e por fim, a banda TriBlues entrou para terminar a noite com chave de ouro.

Bem, dedico este pequeno artigo às pessoas que fazem e fizeram algo pelo projeto Blues pela Vida. Grande amigo Banha, Batata(irmão do Banha), Gaspar e equipe, meus irmãos de bandas de blues, Bee Scott, Ale Rossi, Marcus E. Mikhail, Cia de Teatro - Todos Em Cena que fez um espetaculo muito bacana e toda equipe do projeto.

Paz e Blues a todos !!!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Mestres das seis cordas com Marzio Lenzi

Você é capaz de imaginar um som com características do mais autentico blues texano, misturado com o swing dos guitarristas de Chicago? Bem, se você está com dificuldade de imaginar, não se torture mais.

Marzio Lenzi é o guitarrista que tem essas características em seu som, e que vamos ter a honra de conhecer um pouco do seu maravilhoso trabalho.

TB: Você tem dois projetos, o primeiro é com seus irmãos na Lenzi Brothers e o segundo seu trabalho solo. Como é tocar com seus irmãos? No seu trabalho solo você toca com algum de seus irmãos?

ML: "Tocar com meus irmãos hoje em dia já é uma coisa que rola super natural pois tocamos há mais de dez anos juntos, tem a vantagem do entrosamento musical e fica mais fácil de resolver as diferenças. Nas gigs e gravação do meu trabalho solo o Matheus toca a bateria e atualmente meu outro irmão Samuel também toca o baixo. Na gravação do disco quem tocou o baixo foi Fabiano Melo."

TB: Descobri seu trabalho por acaso, e fiquei impressionado com a qualidade do seu som, se não soubesse que você é brasileiro, diria que era algum americano. Como você chegou nessa qualidade de som?

ML: "Obrigado! Eu diria que dedicação e pesquisa são essenciais, porque no blues saber o que não fazer é tão importante quanto saber o que fazer. Com 18 anos eu já estava correndo atrás, comecei autodidata aprendendo com guitarristas mais populares no blues como Clapton, SRV, Johnny Winter... depois descobrindo os “Kings” B.B, Albert, Freddie, passando pros mestres como Muddy e cia. O negócio é aprender a linguagem e praticar muito."

TB: Você tem alguma música gravada em português? O que você pensa sobre blues em português?

ML: "Tenho muitas músicas gravadas em português, aliás o Lenzi Brothers está prestes a lançar o 3º disco e todo material sempre foi em português. É verdade que não podemos chamar este trabalho (Lenzi Bros.) de blues, talvez blues-rock em alguns momentos mas na sua maioria é rock. Quanto a questão “Blues em português”, já fui preconceituoso. Hoje em dia acho que o que importa é soar”bom”. Tenho escutado coisas que me agradam e acredito, como muitos já falaram aqui no blog que compor blues em português pode ser uma forma de renovar o público e chamar a atenção dos mais jovens para o estilo."


TB: Não é fácil ter uma banda de blues no Brasil. Quais são suas maiores dificuldades para manter seu projeto?

ML: "A maior dificuldade é encontrar lugares que abram portas para o estilo, pra gente que está em Santa Catarina é pior ainda. Hoje em dia me parece que piorou pois a mídia ignora a produção de blues no Brasil. Mas continuamos “teimando’ rsss..."

TB: Muito obrigado por sua ajuda, deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

ML: "Eu é que agradeço e lhe parabenizo pela iniciativa da criação do blog e pelo o espaço que abre para os artistas de blues.

Também convido os leitores a conhecerem meu trabalho no myspace. Abraço!"



Marzio.... seu som é muito bom.... parabéns !!!


Veja e escute mais:

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Cozinha do Blues com Victor Busquets

Este é um dos melhores bateristas que já vi tocando ao vivo, incluindo os bateristas americanos. Dono de uma técnica magnífica, Victor Busquets é sem duvida um nome a ser lembrado, pois com toda certeza ele vai entrar para listas do melhores bluseiros do Brasil.

Os limites para este músico, vão além de nossas fronteiras, pois a perfeição de sua música é algo que não posso descrever em palavras. Ele está pronto para conquistar o mundo.

TB: Hoje você toca em 3 projetos, Zona Blues, Comparsas do Nogueira e na Robson Fernandes Band. Quais as diferenças e semelhanças do seu trabalho nos projetos?

VB: “É, atualmente tenho 2 grupos de blues, um que tem a gaita em primeiro plano ( Robson Fernandes) , eu acho moderno e bastante explosivo , isso por causa do estilo do Robson de tocar e pela intenção que agente sempre pensou em mostrar, o outro é da Zona Blues que é um grupo de blues que faz letra em português, também com muitas influências , como texas blues ,levadas de funk e jump, atualmente agente ta gravando o 1º disco de músicas próprias, já o Comparsas é um trio bastante livre , é de Fusion e tem intenções desde o progressivo ao freejazz, improvisação e temas 'tortos' ,tem composições de todos, mas ambos os grupos com improvisações e uma maneira de tocar intensa.”

TB: Você é um baterista novo, com 24 anos de idade, mas no palco você demonstra uma experiência infinitamente superior a sua idade real. Quanto tempo você toca bateria? Você ainda estuda?


VB: “muuuito obrigado ! toco desde os 14 anos de idade , comecei a tirar músicas de rock e metal progressivo,logo após o progressivo comecei a pirar no jazz e fusion, depois fui pegar aula e estudar técnica no jazz/musica brasileira com o Cuca Teixeira, Las Casas, Alex Buck, Sandro Haick e Sergio Gomes( na faculdade FAAM) , ainda estudo sempre que posso, tiro músicas e toco junto, estudo técnica e vejo shows , atualmente estudo piano/harmonia, to compondo e escrevendo bastante... quem sabe um futuro projeto.”

TB: O que você espera do cenário do Blues Brasileiro? Você acha que temos futuro?

VB: “Eu acho que tem muito músico bom por ai, principalmente em lugares que nunca ninguém ouviu falar, gente com estilos completos, grupos muito bons mesmo, o que falta mesmo é organização, o blues é mau visto querendo ou não, a união é necessária, virar uma cena e gerar interesse( agente existe !! ) , tem futuro com certeza mas também tem muita falsidade por trás(como qualquer outro estilo), gente que fica se achando bluesman, uma briga de ego , não sou nada... e nem quero ser , quero só tocar rs , mas vejo isso bastante e ignoro.”



TB: Acredito que você é um dos melhores bateristas de blues no Brasil, você já pensou em fazer sua carreira fora de nosso país?

VB: “Penso bastante nisso, mas acho que ainda não estou pronto, quero obter mais experiência e fazer mais trabalhos concretos ... pra ter o que mostrar lá fora, mas penso muito em ir pra fora sim, a cultura nesse país é complicada...e é fácil se desmotivar pra quem não tem o mínimo de nome.”

TB: Estou muito feliz por estar fazendo este artigo com você, gostaria de agradecer e deixar este espaço para seus comentários finais.

VB: "Agradeço imensamente as perguntas aqui Roberto, seu blog é um fanzine com informação de verdade! E isso é muito importante!! Pra mim foi o maior prazer fazer parte dele e te conhecer, qualquer coisa que eu puder ajudar estou a sua disposição!"



Victor, Muito obrigado..... Paz e Blues !!!

Veja e escute mais:
- Zona Blues(myspace)
- Zona Blues(site)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Cozinha do Blues com Fabio Pagotto

Este cara é uma das pessoas mais prestativas do mundo do blues, além de ser um músico extraordinário. Para que a música não pare, ele sempre está disposto a ajudar no que for necessário.

Fabio Pagotto foi um dos fundadores de uma das bandas mais fantásticas que já vi tocando, a Nitro Blues, que infelizmente não está mais na ativa. Agora ele faz parte da Garbage Truck e de vários outros projetos como músico contratado.

Seu som é forte, marcante e essencial para que o blues continue a crescer, agora chega de papo, vamos ao que o Pagotto nos escreveu.

TB: Quais as principais características que você busca em um contrabaixo, para que o seu som fique perfeito?

FP: “O braço tem que estar perfeito, afinando perfeitamente em toda a extensão, com trastes bons. Tem que ter bons captadores, que permitam obter o som cremoso e quente que o blues exige. As cordas prefiro 0.45 ou 0.50. Não me importo mais com marca ou modelo do instrumento. Tanto faz o que está escrito no hedstock. A verdadeira mágica está nos dedos.”

TB: Você é um dos poucos Baixistas que usa pedais de efeitos no som. Quais os efeitos que você usa?

FP: “Na verdade eu só uso pedal quando o trabalho exige. Como toco principalmente blues, é muito raro usar efeito. 95% do tempo os efeitos que eu uso são atacar as cordas mais próximo do braço, pra ficar mais gordo, ou mais próximo da ponte, pra ficar mais médio-agudo. Ou usar palheta, ou ainda mexer no botão de tonalidade. Eu montei uma pedaleira quando tinha uns trabalhos pop pra fazer, e acabava levando ela por aí mais de farra, e também porque ela tinha afinador e direct box. Nessa pedaleira pus um pedal Electro Harmonix BassBalls (envelope filter para funk), Boss Bass Synth, compressor Boss CS-2, delay (bem pouquinho) para dar uma ambiência, oitavador (para baixo), chorus, Lexotone (um fuzz handmade marca MG, muito bom, com oitavador para cima; literalmente as portas do inferno, dava um som ao estilo de Enthwistle), um modelador/DI Behringer e um Boss Bass Graphic Equalizer. Tudo isso num case Landscape com fonte estabilizada. Só que a mior parte do tempo usava só o Graphic Equalizer e o compressor CS-2. Gosto muito dos pedais da Boss.”


TB: Como venho pesquisando entre os músicos, gostaria da sua importante opinião a respeito do entrosamento entre o baixo e a bateria. O que um baterista deve ter para que a "Cozinha" fique perfeita?

FP: “O baterista é o melhor amigo do baixista, e vice-versa. Uma boa cozinha levanta a banda, deixa o vocalista e o guitarrista tranquilos para arregaçar. Como qualquer outro músico, o baterista tem que ter pegada, amor profundo pelo que faz e prazer em estar tocando com os amigos. O resto se arranja. Técnica é importante, óbvio. Mas no blues o feeling é ainda mais importante. É só pegar os discos dos velhos. Quase não tem virada, é reto, porém a pulsação é constante. É c omo sexo bem feito, tem um fluxo, um ritmo, a banda vai e volta, sobe e desce, vira e desvira. A cozinha tem que ser intuitiva. Pra adquirir isso só com alguns anos de palco e muitos anos de amor ao blues, respeito aos mais velhos e muita vontade de tocar.”

TB: O que você acha que falta para que o Blues tenha espaço no Brasil?

FP: “Muita coisa. Respeito é o principal. Nã há profissionalismo no meio musical brasileiro, em qualquer um, incluindo o jazz e o erudito. Tudo é muito amador, é freqüente coisas como cancelamentos em cima da hora, a falta de pagamento, calote, completo desrespeito ao músico, ausência de estrutura... Falta lugares com música ao vivo, temos uma mídia de bosta, que só divulga porcaria... Há espaço apenas para o ritmo estúpido da moda, seja axé, pagode, sertanejo, roquinho água-com-açúcar, funk carioca ou seja lá que merda for. Não tenho o menor preconceito com outros ritmos, já toquei pagode e sertanejo por motivos profissionais, minhas raízes são de música sertaneja (moda de viola com os primos tios mais velhos do interior). O que me deixa cabreiro é que a mídia porca e preguiçosa não dá espaço pra outras coisas. Interessa só que eles julgam que irá vender. A internet está mudando um pouco esse panorama, espero que mude mais.

Nos Estados Unidos e Europa o quadro é muito diferente. Nos EUA, por exemplo, conheço amigos músicos que foram criados por pai músico até a faculdade, trabalham com música e sustentam família, casa, carro, plano de saúde e tudo o mais pra manter um padrão de vida decente. E lá é assim: tem espaço pra caramba pra Britney Spears e Madonna, mas tem também pro Buddy Guy e B.B. King, bem como ritmos regionais e bandas iniciantes. Todos tem espaço na mídia e onde tocar. Há como sobreviver de música lá, sendo músico. Na Europa, se você tocar cover, riem da sua cara. Lá eles querem ver música original.

Aqui no Bananão (como o escritor Ivan Lessa chama nosso país), é foda viver como músico, Sei como é na pele, já vivi só de música. Viver só de música fora da mídia mainstream é pedir pra passar fome, literalmente. Se sujeitar a tocar a noite toda por 30 paus, indo a pé, sem nada no estômago, porque tá acabando a fralda do moleque. Mesmo dando aula e tocando de sol a sol não dá pra manter as contas em ordem, é uma correria absurda. Isso é, se você gosta de coisas luxuosas como comer, morar e vestir. E neguinho por aí ainda toca de graça, ou a troco de cerveja, porque tem outra profissão. Quem faz isso fode o músico profissional. Olha, uma coisa é tocar pra ganhar experiência, ou divulgação, ou qualquer coisa que seja. Mas tocar de graça não pode. Só se for uma jam session entre amigos, o que é diferente. Porque o dono do bar ou casa de show está lucrando em cima de você, se você toca de graça, e ainda tá tirando o alimento da boca do músico profissional.”

TB: Mestre, muito o brigado pela sua colaboração, gostaria de deixar um espaço para seus comentários finais.

FP: “Opa, tamos aí, Mr Earthquake. Sei lá, o lance é tocar sempre com muito, mas muito tesão. E se divertir. Se não for assim não vale a pena.”


Pagotão, valeu por mais essa ajuda. Paz e Blues !

Escute mais:
- Garbage Truck