segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Vozes do Blues com Renata Brasil

Sempre em buscas de coisas novas, trago alguém que já caminhou um bocado pelos palcos do Blues e tem coisas muito boas para dizer.

Renata Brasil é uma cantora de voz suave, delicada e contagiante. Impossível não fechar os olhos enquanto ela canta e viajar pela melodia de sua música.

TB: Como você se tornou uma vocalista? Quais suas principais influencias? Conte um pouco da sua trajetória musica.

RB: "Comecei simplesmente pela vontade de cantar, sem influência de família, pois não tenho nenhum parente músico que pudesse me proporcionar o contato com a música, ouvia o que gostava e cantava, quando criança. Com o tempo comecei a explorar músicas novas, apresentadas por amigos, como o blues e o soul, meu primeiro cd de soul foi The Commitiments, tudo começou aí, minha primeira referência, fiquei fascinada! Depois veio o blues, o primeiro que tirei foi That´s All Right com a Bonnie Lee, aí comecei a querer cantar de verdade, ter banda, essas coisas!! Tudo era blues, só via shows de blues, comprava só cd´s de blues, tudo blues, o que me fez conhecer os músicos, os lugares do meio e o principal, com o blues que eu aprendi a respeitar a música, qualquer que seja o estilo que eu procure.

Conheci muita gente bacana, pessoas que admiro muito e que viraram amigos hoje. Comecei com as canjas, fiz parte de alguns gigs, até ter a minha primeira banda em 2005, mais ou menos, que se chamava Cia. Real.

Falando de referências no blues (depois da lavagem cerebral, rs!), ouvia muito Bonnie Rait, Susan Tedeschi, Koko Taylor, T. Bone Walker, Muddy Walters, Etta James, B.B. King, Eric Clapton, Gary Moore, puts, muitos... Aí descobri a Clara Ghimel, a primeira cantora de blues brasileira que tive contato, aliás, vieram dessa referência as músicas que estão no myspace.

Com o tempo comecei explorar o jazz, foi uma fase muito importe pra mim, no estudo, na percepção musical, outra forma de cantar. Minhas principais referências de jazz são: Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Dina Washington, Etta James, Nina Simone.

Atualmente estou me aventurando na música brasileira, que tem muita obra prima, muita riqueza, logo mais pretendo concretizar um trabalho novo com jazz, samba, bossa, após estudar bem o repertório."

TB: Escutei as gravações que você colocou no seu MySpace e gostei muito das versões. Quais os músicos que gravaram com você? Como foi a escolhas das músicas?

RB: "Essas músicas, Spoonful (Willie Dixon), Reconsider Baby (Lowell Fulson) e Hot and Cruel (Clara Ghimel/Washington Drummond/André Christovan) foram escolhidas para gravar porque eram as três mais redondas, hahaha!!! Brincadeira! O repertório todo estava redondo, mas essas eram as músicas que ficaram diferentes, com o arranjo mais delicado para a voz feminina do tipo da minha, pois não tenho a mesma força que tem a voz das cantoras negras, aliás, pra mim elas são imbatíveis!

Os músicos que gravaram comigo foram os da formação da Cia. Real, Mr. John (guitarrista que fez parte das bandas Calibre 12 Blues e Zona Blues), Nonato Teixeira, o “Nono” (baterista, tocou com muita gente da música brasileira, Raul Seixas, Sá e Guarabyra, Grupo 14 Bis, entre outros) e Rodrigo Sabino (baixista, fez parte da Marafa Blues e foi o grande responsável pelo meu ingresso na música, especificamente no blues, quem me mostrou tudo que precisei pra começar).

As músicas foram gravadas no Cake Walking Studio (www.myspace.com/cakewalkingstudio), pelo Edu Gomes e Adriano Grineberg. Este mesmo estúdio foi onde tive aulas de canto com o cantor Rodolfo Bosco e também ensaiava com o pessoal. Lugar e pessoas muito queridos pra mim."



TB: Falando em MySpace, você acha que esse tipo de ferramenta ajuda a divulgar o trabalho de músicos que não tem espaço nos grandes veículos de comunicação ou é apenas um lugar para se trocar experiências com outras pessoas?

RB: "As duas coisas. Divulga e integra, você conhece trabalhos muito bons, gente de todo o tipo e o seu trabalho é visto também. Fiz o myspace recentemente, não tem nem um mês, e já recebi mensagem de gente que eu nunca vi na vida, mas que conhece o amigo do amigo, e assim vai."


TB: O palco é um lugar fascinante, falo por experiência própria, mas o que eu quero saber é, o que você sente quando está cantando em um palco?

RB: "Puts!!! Pra mim é como uma entidade!!! É muito bom, lava a alma...

O primeiro palco que subi foi o do Via Funchal, no Festival Anglo Musical 2003, o primeiro gig de blues, Pride and Joy, tudo na brincadeira, mas rolou! Esse festival é feito para todos os Anglos (cursinho) e abriramos, junto com outra bandas do festival, o show para os Titãs, incrível, umas 5000 pessoas!!!! Caraca!!! Tremia igual vara verde, hahahaha!!!

Nossa, foi muito louco porque, ao mesmo tempo em que tinha toda aquela galera, eu não via ninguém, só luz na minha frente!!! Hahahaha!!! Fechei o olho e cantei igual uma lunática, empolgação total!!! Depois o comentário geral foi: “Noooooossa! Subimos no mesmo palco que o B.B. King, hahahahah!!!!!!

O palco pra mim é um dos lugares onde tenho as mais variadas sensações, alegria, satisfação, segurança, insegurança, medo, vontade, trava e libertação."


TB: Renata, seu talento é algo indiscutível e por isso é um prazer muito grande ter você no Blog. Deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

RB: "Poxa, obrigada pela oportunidade! Foi um prazer pra mim também!

Olha, eu tenho muito respeito e consideração pelo o blues, ao contrário de muita gente, muito músico virtuoso que diz que o blues é fácil porque com três, quatro acordes se faz um, estes mesmos três, quatro acordes são feitos com sentimento, expressam uma condição de vida, estado de espírito.

Agradeço por ter começado com o blues, pois este me fez respeitar a música, como havia dito já, exatamente por esta simplicidade que se expressa tanto e quem não respeita o blues é porque não entende o que ele significa, o músico de jazz, de música brasileira, ou qualquer outro estilo, que ignora essa particularidade que o blues tem, ignora sua própria condição, pois música é música, música boa, merece respeito sempre, e principalmente porque o blues foi a base para vertentes como jazz, rock, samba, os quais são feitos por esses mesmos músicos que o ignoram.

É isso! Muito obrigada! Espero logo mais voltar com um trabalho legal para apresentar. E continuemos na luta... Beijos!!!"

Escute:

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Mais um ano de Blues no carnaval.

No final de semana de carnaval, não foi só os tamborins que fizeram a festa. O Blues teve seu espaço na sexta(20-02-2009) e no sábado(21-02-2009), e o que é melhor, com quatro bandas diferentes, sem contar com os convidados.

Sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O SouLive teve seu palco repleto de músicos muito competentes, pois recebeu a banda Carioca Bandanna Blues, que contou com o ótimo guitarrista Leo Ventura.

A Bandanna Blues fez um incrível, repleto de clássicos do blues e com um som próprio “Vai Pedalar”.

Em seguida a Black Coffee, que contou com a participação do Ale Rossi(Batera) e o Renato Limão(Baixo), encerrou a noite com chave de ouro, fazendo um show maravilhoso, como sempre.

Sábado, 21 de fevereido de 2009

O St. Johnns Pub foi o palco de mais uma noite de muito Blues.


A noite iniciou com o som poderoso e ireverente da banda Electric Muddy, que mostrou mais uma vez como o blues deve ser tocado.


E a noite também teve estréia. A banda Bimbolls Brothers, banda que faço parte, fez seu primeiro show contando com as participações especiais dos músicos da Black Coffee, Marcio, Bel e Oswaldo, além do grande guitarrista Rodrigo Burin, da Blues on the Table. Fora isso, a Bandanna também subiu ao palco como convidados mais que especiais.