sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Vídeos da Semana

Dois grandes guitarristas brincando com suas crianças.



Johaine - Guitar Blues in D


Ari Frello - Slow Blues em Lá Maior

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Nosso Blues Nossas Bandas com Marafa Blues


Desde que fiz este blog fui cobrado por muitos amigos, por não ter feito nenhuma matéria com a Marafa Blues, mas sempre digo que só escrevo das bandas ou artistas por merecimento, ou quando o som se destaca e etc.

Fiz parte dos dois primeiros anos desta Banda, que é muito conhecida no cenário Paulista de Blues, e mesmo quando eu fazia parte desta grande família, achava que faltava algo.


A Marafa já teve músicos extraordinários, mas assim como times que tem grandes craques no seu grupo nem sempre jogam bem, acontecia o mesmo com a Marafa, onde por várias vezes, a banda contava com músicos incríveis, mas não obtinha seu melhor desempenho. Na música chamamos isso de falta de química.


E depois de muitas formações, o André Hohmer, que é o gatísta e fundador da Marafa Blues, conseguiu reunir um grande time, e surgiu o principal elemento para se extrair o máximo de uma banda, a química.


Para quem acompanha o Blog, sabe que não sou muito de escrever grandes textos para anunciar o convidado, mas desta vez precisei escrever algumas linhas, para explicar meus motivos, e depois deste longo texto, tenho apenas mais um ultimo parágrafo a ser escrito.


A Márafa Blues é uma banda batalhadora e persistente, que passou por muitas formações, até chegar na melhor de todas. Espero que vocês gostem. Fiquei surpreso e feliz com o resultado deste trabalho, que está incrivel.

Boa leitura!!!


TB: A Marafa teve muitas formações, inclusive participei dos dois primeiros anos da banda, mas hoje quem está no time?

MB: "Realmente a Marafa, desde sua concepção, em 2005, passou por várias formações, sempre com pessoas que gostam e querem fazer o blues acontecer, em cada nova formação há uma diferenciação no som, pois cada integrante trás algo novo para a banda, mas sempre com as características inerentes ao blues.

Hoje o time conta com André Hohmer na gaita, Claudio Crotti na guitarra, Daddy Mallagoli no vocal, Edinei Bezerra na bateria e Mario Souza, que foi da primeira formação da banda, no baixo."

TB: Vocês tem previsão de gravar um álbum? Qual é o novo objetivo da banda?

MB: "Intenção de fazer um álbum existe, mas não é o primordial nesse momento, temos de trabalhar mais essa idéia, afinal essa formação esta com um pouco mas de quarenta dias e quarenta noites, como diria Muddy Waters, hehe, estamos, ainda, nos conhecendo, pessoalmente e musicalmente falando, a banda tem um bom potencial e agora o que mais queremos é explorá-lo, trabalhando um repertório bacana e que seja bem executado, para podermos tocar em alguns eventos e festivais. No momento nosso foco é esse, acredito que logo mais conseguiremos disponibilizar uma demo, em nosso myspace, que mostre a nova cara e o novo som da banda."

TB: Como vocês estão encarando o mercado do Blues paulista?

MB: "A impressão que temos é que algumas portas estão se abrindo, mas ainda de uma forma muito tímida. No momento o que faz uma banda de blues tocar decentemente, são os festivais e lugares sérios como SESC, SESI entre outros, os bares em sua maioria, agem de forma muito amadora, fazendo assim com que a bandas “sérias” percam o interesse de tocar neles, mas vejo um aumento de lugares tocando blues."

TB: Gostaria muito de agradecer a participação de vocês no blog. Deixo aqui este espaço para suas considerações finais.

MB: "Nós, da Marafa Blues, que agradecemos a oportunidade de fazer parte do seu BLOG, pois estamos em um mesmo ambiente e quem vários nomes respeitados do blues nacional também estão, isso nos da a sensação de que temos algo de bom para mostrar e que estamos no caminho certo.

O que desejo é que os leitores do BLOG participem mais ativamente dos shows de blues, pois só assim os músicos do gênero ganharão espaço e respeito para tocarem e com isso todos que gostam do som saem ganhando.

Parabéns pelo seu trabalho de incentivo, divulgação e perpetuação do blues e como diz nosso grande amigo Alê Rossi;

Somos todos Marafa de Coração” "
 
SHAKE IT UP AND GO 

Links:
- MySpace
- Blog
bandamarafa@gmail.com

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mestres das seis cordas com Amleto Barboni

Amleto Barboni é um jovem guitarrista muito talentoso. Seu blues é poderoso e ao mesmo tempo sentimental.

Ele abandonou sua carreira para se enveredar nas estradas da música, e graças a isto, o blues ganhou mais um grande músico.

TB: Você iniciou sua vida na música tocando blues ou começou com outros estilos? Conte um pouco da sua trajetória.

AB: "Aos 21 anos, por culpa do Blues, abandonei minha profissão para aprender a tocar guitarra, mas o que despertou o meu interesse na música foi uma canção chamada Homeless do Paul Simon com o grupo sul-africano chamado Ladysmith Black Mambazo, que ouvi quando era bem pequeno. Ao decidir estudar Blues, graças a um anúncio, comecei a estudar com o André Christovam. Não tinha a mínima idéia da sua carreira, ou mesmo sobre Blues feito no Brasil, só fui saber quem era depois de uns três meses estudando com ele. Logo no começo percebi que não daria para sobreviver tocando apenas Blues, e na época não estava a fim de tocar outra coisa, por isso, acabei estudando áudio e abri meu estúdio no final de 1998 que depois acabou por me firmar como produtor."

TB: Um dia estava de bobeira em casa, ai um amigo me ligou e disse, “Cara... liga a TV na Cultura, você tem que escutar o som que eles estão exibindo.”. Bem, quando coloque a TV na TV Cultura, você estava tocando, e seu som me deixo impressionado. Como foi para você fazer o programa “Blues no País do Samba”? Como surgiu esse convite?

AB: "O programa foi gravado em 2007 e foi uma das recompensas pela coragem de ter mudado de caminho para ir atrás de algo que acreditava e de todo esforço, que ainda despendo, para ser um músico melhor. O convite veio do André depois que ouviu as gravações do meu CD, que ainda não havia sido lançado. Após acompanhar toda a minha batalha e ver como eu estava me esforçando para fazer algo bem feito ele resolveu apostar em mim. Hoje em dia também estou dando aula e vejo como é difícil as pessoas terem um comprometimento com a música. O dia que tiver um aluno com a vontade que eu tinha de aprender e fazer a coisa certa com certeza também vou ajudar no que puder."

TB: Você escreveu a maioria das composições do seu álbum, conte onde busca inspiração para escrever suas letras.

AB: "No dia a dia, em personagens fictícios e em imagens de um passado que ainda está no meu subconsciente."

TB: Para gravar seu álbum, você buscou sonoridades e timbres característicos do Blues americano?

AB: "Usei a minha concepção, mas como sou influenciado pelo Blues essa sonoridade acaba pintando."

TB: Quais são seus projetos atuais? Com quem está tocando?

AB: "Este ano ainda sigo com o Amleto Barboni`s Thing que tem o Paulo Zinner na Bateria. Tenho outro projeto que já está na estrada, mas em fase de desenvolvimento, com o Marcos Ottaviano e o Richard Montano, chama-se "A Night At Maxwell Street" e entra em estúdio no ano que vem. Também estou gravando o material do meu segundo disco. Metade dele foi gravado com músicos americanos e a outra metade terá algumas participações inusitadas. Fora isso, nas horas livres, toco Delta Blues no trio do Theo Werneck."

TB: Amleto, é uma grande honra ter você no blog. Deixo aqui este espaço para seus comentários finais.

AB: "A honra é toda minha, todos amamos a mesma coisa, o Blues. Quanto mais nos respeitarmos e colaborarmos uns com os outros poderemos encontrar o caminho nessa encruzilhada que é conseguir tocar Blues neste país."


Escute:
- MySpace

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cozinha do Blues Sandro Gelezoglo Grineberg

Foto: Tilson Alve

Está enganado aquele que pensa que ser baterista de blues é fácil. O Blues é um ritmo peculiar e tem muitas características próprias quando falamos da bateria.

Sandro Gelezoglo Grineberg é um dos mais completos bateristas de blues da atualidade. Ele possui uma técnica impar e um bom gosto incrível, isso faz dele um mestre na arte de tocar bateria. algo que não posso descrever em palavras.

TB: Quando você iniciou a tocar Bateria? Quais são suas principais influencias? Fora o blues, quais outros estilos você toca profissionalmente?

SG: "Tudo começou por volta de 1985, eu tocava raquete de tênis numa banda que dublava AC/DC, Ramones e Motorhead...rs. Fazíamos shows para milhares de pessoas na garagem do batera da banda, queria ser guitarrista como um monte de outros garotos da minha idade. Um dia minha mãe disse: “Filho você tem que tocar bateria, é muito mais bonito”. Ela achava o Phill Rudd do AC/DC o cara e o Angus ridículo...rs. Enfim eu acabei ouvindo os conselhos da mamãe e me tornei baterista. Tive aulas com o José Eduardo Nazário, Duda Neves e mais recentemente com Lael Medina. Minhas influências são amplas e vão desde Art Blakey até Charlie Watts. Gosto dos bateras que tocam “simples”. Admiro muito o Steve Jordan também.

Fora do blues profissionalmente trabalho com trios de jazz e bossa nova para eventos institucionais. É uma coisa que gosto muito de fazer. Tenho estudado muita música brasileira."


TB: Encontrar um grande baterista de Blues é muito difícil. Como você adquiriu sua técnica? Quais são as dicas que você daria para os novos bateristas?

SG: "Acho importante que o batera de blues conheça todos os ritmos que envolvem o estilo que é muito rico nesse sentido. Existe uma infinidade de levadas de shuffle, as rumbas e os mambos, as levadas de New Orleans, Chicago, os funks, slow blues e muitas outras ramificações. Timbre também é uma coisa importante, mas cada um tem que achar a sua onda, trabalhar as dinâmicas e ficar de olho no que está acontecendo no palco, ouvir o que os caras estão tocando e segurar o trem nos trilhos. O mais importante mesmo é ouvir muito blues, conhecer os temas mais importantes e as diversas interpretações deles, aquela coisa de por o disco e tocar junto."


TB: Quais são as maiores dificuldades de se tocar blues no Brasil?

SG: "Sou otimista quanto ao blues no Brasil. Acho que o mercado melhorou muito. Tem diversos festivais acontecendo pelo país, músicos estrangeiros tem vindo tocar aqui, o que é ótimo porque podemos ver os caras ao vivo e aprender muito. Temos gente indo gravar lá fora e os de fora fazendo participações nos discos aqui no Brasil. Muitos programas de TV e rádio têm cedido espaço pro blues, sem falar na internet.

Claro que ainda temos problemas de organização, casas noturnas que não respeitam o trabalho dos músicos e músicos que também não respeitam a profissão, acho esse o ponto mais sério. Também tem o lance das distâncias, o Brasil é gigante e o transporte é difícil e caro. Esses problemas não são só do blues mas do mercado de shows em geral."
Foto: Tilson Alves
TB: Quais são seus projetos atuais? Com quem anda tocando?

SG: "Atualmente sou integrante do Adriano Grineberg Quarteto, que acaba de lançar o CD “Key Blues” e tem se apresentado bastante.

Também sou baterista da banda do gaitista Márcio Maresia que está lançando o CD “Blues Brasileiro”.

Recentemente toquei ao lado das Mulheres Blueseiras & Vasco Faé no Festival Sesc’n Blues promovido pelo SESC.

Também dou aulas particulares de bateria e atualmente estou desenvolvendo um método de ensino de bateria como auxiliar terapêutico para portadores de dislexia e TDAH."


TB: Sandro, muito obrigado aceitar o convite para participar do blog, fiquei muito feliz. Deixo aqui um espaço para suas considerações finais.

SG: "Gostaria de agradecer a oportunidade de participar do Terremoto Blues que é um grande espaço para a divulgação do blues e mandar um grande beijo pra minha mãe que é a culpada por eu ser o que sou hoje...valeu mãe!!!"



(Programa do Jô - I Can't Be Satisfied )



(Centro Cultural São Paulo - Walking by Myself )

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mestres das Seis Cordas com Edu Gomes

Foto: Lincoln Barracat
Edu Gomes é um dos músicos mais queridos da cena de blues do Brasil. Sempre que o assunto é guitarra seu nome é citado, pois além de um instrumentista extraordinária tem uma simplicidade gigantesca.

Neste artigo, Edu Gomes da uma aula para quem quer começar uma carreira na música, então leia e aproveite os conhecimentos e conselhos de um dos maiores mestres do nosso Blues.



TB: Conte qual a maior conquista de sua carreira, aquela que te deixa com orgulho de ter feito e o que você ainda não realizou e gostaria de fazer.

EG: "Primeiramente, o fato de eu ter construido uma carreira musical onde pude registrar minhas canções em CD, como também me apresentar ao vivo com bandas diversas e como sideman ao lado de artistas e músicos maravilhosos. Poder passar seu sentimento e energia para as pessoas através da música é muito gratificante, assim como olhar para trás e ver que a dedicação e amor à musa música trouxe frutos e aprendizados, tanto dos acertos como dos erros.

Gostaria de realizar mais dentro do que já fiz pois este é o maior desafio de uma carreira : dar continuidade com qualidade. Gravar o novo trabalho da Irmandade do Blues, Adriano Grineberg Quartet, ZFG Mob, Concerto de Cura, como também levá-los ao público cada vez mais, produzir novos trabalhos de bandas e artistas para cada vez mais evoluir em captação de som, arranjo, produção etc. Este é meu objetivo por um bom tempo!

Agora pra citar algo mais específico, fico muito feliz em ter depoimentos, tanto de e-mails como em video, do mestre Roberto Menescal, com o qual tive o prazer de gravar e fazer uma série de shows com a cantora Márcia Salomon. Pude experimentar a linguagem do Blues com bends e slides dentro da bossa nova, com seus acordes, cadências e melodias maravilhosas, porém bem mais complexas do que encontramos no Blues. Consegui criar uma liguagem própria dentro deste estilo o que acarretou em convites para outros trabalhos de MPB."


TB: Você tem grandes trabalhos como produtor, você acredita que seu conhecimento e experiência musical contribuem para ter ótimos resultados? Você prefere produzir ou tocar?

EG: "Confesso que adoro produzir, mas prefiro tocar. Tem mais adrenalina e emoção!
Quanto à contribuição como produtor, ela pode ser maior ou menor. Tudo depende do objetivo da banda/artista e o material que ele apresenta para atingi-lo.

Meu trabalho é viabilizar, tanto em termos de produção musical envolvendo arranjos, timbres etc, como na questão organizacional de um CD, que não é tão fácil como parece. Também trabalho muito como psicólogo, pois envolve músicos, artistas etc e consequentemente vaidades e egos. Posso afirmar que é como ser técnico de futebol. É isso! Sou técnico de artistas.rsrsrs

Quando estou tocando, gosto de chamar um produtor para ter uma opinião de fora. Muitas bandas reclamam quando o produtor põe a mão demais, mas na maioria das vezes o som apresentado possui muitas falhas de execução, arranjo e até concepção,entre outras coisas. Pode ser por falta de conhecimento, vaidade excessiva com a própria composição, ou os dois! Já gravei artistas que trouxeram tudo pronto e apenas tirei o som. Quando produzo e também gravo como guitarrista, apenas somo no arranjo, muitas vezes até sugerido pelo próprio artista, que tem convicção no que diz.


Quando interfiro no trabalho, sempre viso engrandecer o que já fazem. Passo a ser parte da banda/artista e portanto preciso trabalhar para que a música alcance seu máximo em potencial, tanto em canção como em som,timbre e interpretação, além de preservar ao máximo a imagem/produto que o artista estará apresentando ao público dele."


TB: Vamos falar especificamente do blues, que já teve momentos muito melhores aqui no Brasil e principalmente em São Paulo. O que você acha que levou a cena do blues estar assim?

EG: "Esta é uma pergunta difícil pois há muitas questões envolvidas, e até mesmo dúvidas à respeito. Tentarei ser sincero, baseado na minha experiência e nada mais, e sucinto pois o assunto é complexo!

Eu acho que em termos de festivais e espaços em Sesc etc, está melhor! Tenho tocado bastante ( bem mais que antes) nesses eventos com a Irmandade do Blues, André Christóvam, Adriano Grineberg e JJ Jackson.

Temos festivais no Sul (serra gaucha),Sudeste (Ilha Comprida, SESCs, Virada Cultural, Rio das Ostras, RJ, Ibitiboca-MG, Juiz de Fora etc) Centro-oeste ( Brasilia e Goiânia) e Nordeste (Oi Blues, Garanhuns, Guaramiranga). Mesmo com o fim do Nescafé Blues, nunca esteve tão bom!

Tem muita gente nova e promissora aparecendo por ai e em todo o Brasil.

Acho que o Blues teve uma queda muito grande em bares. E os bares são os que sustentam o Blues entre os festivais e são uma ótima escola para os novatos e também para os veteranos como sustento finaceiro e de carreira. Perdeu muito espaço para bandas de cover. Os motivos são variados: no fundo o público sempre gosta de ouvir o que conhece, paciência né? Mal sabem que isso mata o novo compositor/artista, que poderá ser famoso um dia e não tem espaço pra se mostar!


Foto: Cris Oliveira

Porém, muitos músicos confundem música com showbusines.( o que eles querem!) São coisas distintas. O grande público não quer ficar ouvindo músicos tocando como se fosse uma jam, fato muito comum no Blues. Acabou cansando eu acho. As bandas/artistas de Blues que estão fazendo sucesso são aquelas que adotam a postura para isso, ou seja: fazem um show. Investem realmente em uma carreira. Têm proposta artistica mais concreta, personalidade, visual, performance, arranjo, sequencia lógica na apresentação de músicas em um show, que tem começo, meio e fim. Tudo pensado, e obviamente ( obrigatóriamente!!!) de boa qualidade. Eis ai um fator que pode tambem ter contribuido: qualidade. O Blues é realmente simples, mas não tão fácil. Sua simplicidade permite que pessoas com muito pouco experiência e vivência no mundo real da música, possam tocar o Blues. Isso é realmente um fato e não tem nada de mal, agora querer entrar no mundo da música e showbusines e ter resultados concretos de público, crítica e venda requer muita luta e conhecimento de causa, tanto do instrumento e estilo como da parte funcional. Tenho percebido isso na vida em geral e não só na música. Músicos me perguntam às vezes qual o "peixe" que a Irmandade do Blues tem pra entrar no "esquema" dos Sesc's e festivais e fico pasmo, pois minha resposta é a simples verdade: nosso "peixe" se resume em 18 anos de carreira com muita preocupação à qualidade musical e de show, em respeito à nós mesmos e ao público que nos assiste, e comprometimento profissional com nossos contratantes e colegas de trabalho, além de se melhorar como músico e pessoa. Nada mais que a obrigação!

Por último vem a questão cultural obviamente. Existem muitos fãs de Blues, mas o Brasil é muito grande e não existe, na minha opinião, um numero suficiente, tanto de fãs como artistas de real qualidade, para alimentar o Blues por ai afora dia e noite. Torná-lo uma "cultura". Essa luta será muito longa! Semrpre fui a favor da idéia de que quanto maior o numero de pessoas tocando Blues, mais espaços vão se abrir pois gerará interesse. Se um bar "abarrota" com o Blues, certamente seu concorrente irá abrir uma noite de Blues também!"


TB: Quais são seus projetos atuais? Com quem anda tocando?

EG: "Estamos divulgando o DVD da Irmandade do Blues, que teve a participação especial dos amigos Andreas Kisser e André Matos. Teremos shows em Minas Gerais, Distrito Federal, Santa Catarina, interior paulista e Nordeste até o fim do ano. Também estou fazendo o lançamento do CD "Key Blues"do Adriano Grineberg, que é meu parceiro no projeto de música para o bem estar chamado "Concerto de Cura" , cuja parceria já nos rendeu 7 CDs, e com o oitavo no forno. Estou tambem na pré produção do segundo CD do ZFG Mob, um projeto de rock instrumental ao lado do baterista Mário Fabre e do baixista Fábio Zaganin. Continuo na estrada com o cantor americano radicado no Brasil JJ Jackson, cujo último CD pude participar e também com a cantora de MPB Márcia Salomon, que inclusive me convidou para produzir seu 4º CD, o que me deixa feliz ,pois os dois primeiros foram produzidos por Roberto Menescal e o terceiro, o qual gravei, pelo Alexandre Fontanetti .No Cakewalking studio, acabei de produzir o CD de estréia do Leandro Henrique, cantor, compositor e violonista e que também integra a banda de Márcia Salomon. Uma grande promessa da nova MPB!

Meu segundo CD solo, que é instrumental, está em fase de masterização. Em breve!"


TB: Edu, já vi e escutei você tocando muitas vezes e admiro seu trabalho, por este motivo é muito bom ter você no Blog. Deixo este espaço para seus comentários finais.

EG: "Agradeço as palavras e a oportunidade de poder participar de seu blog, que tem divulgado o Blues para todos.

Peço desculpas se feri alguma opinião alheia, mas procurei ser sincero e sempre com o intuito de melhorar nosso meio de trabalho que precisa de renovação e melhorias.

Acreditem em seus sonhos!!!"


Saiba mais:
Site: http://www.edugomes.com/

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Leia no Portal MegaPhone comentários do CD Máfia da Mortadela


Dia 23 de agosto de 2010, saiu um artigo muito bacana referente ao CD Máfia da Mortadela Vol. 1, no Portal MegaPhone.


O Jornalista Pinna’s, dedicou um artigo que descreve o primeiro trabalho da Máfia da Mortadela.

Clique aqui e leia o artigo, e não deixe de comentar!!!!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

20-08-2010 às 20:00 entrevista com Roberto Terremoto em Fortaleza

Sexta-Feira 20-08-2010(20h00), No programa ABLUSEANDO na FM Assembléia (96,7 MHZ) de Fortaleza, Robério Lessa estará entrevistando Roberto Terremoto, que vai falar do CD da Máfia da Mortadela.


É possivel escutar a entrevista ao vivo pela internet.

http://www.al.ce.gov.br/

terça-feira, 17 de agosto de 2010

19-08-2010 Entrevista com Roberto Terremoto em Fortaleza

Quinta-feira 19-08-2010 às 21h00, o programa Encontro com o Blues, apresentado pelo Roberto Lesse, na rádio Universitária em Fortaleza, vai falar um pouco do CD Coletânea da Máfia da Mortadela, com o convidado Roberto Terremoto.

É possivel escutar a entrevista ao vivo pela internet.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mestres das Seis Cordas com Artur Menezes


Com solos poderosos e com uma voz incrível, Artur Menezes é um cearense de apenas 24 anos que esbanja talento, bom gosto musical e humildade.

Este “menino” é sem sombra de duvida um dos maiores guitarristas de Blues do Brasil. Se você ainda não escutou o som que ele tira da guitarra, então não perca tempo, leia o artigo e depois delicie-se com os links de Artur Menezes.

TB: Apesar de ser muito jovem, você tem uma grande experiência musical. Você lançou recentemente um álbum maravilhoso, mas anteriormente esteve presente em mais três trabalhos, onde participou do CD da Lúcia Menezes, gravou com sua antiga banda Blues Label e fez seu primeiro trabalho com o EP Artur Menezes & os Caras. Você gosta de estar em estúdio? Qual é a sensação de criar e registrar o seu trabalho?

AM: "De longe eu prefiro me apresentar ao vivo do que em disco. O público me instiga e eu rendo muito mais. No entanto, a importância de registrar as suas músicas e de ter um álbum para apresentar o seu trabalho é indiscutível. É como ter um filho, imagino. Gravei meu disco com muito carinho e cuidado e fico na expectativa de que todos gostem dele, assim como eu. Sem contar que é uma excelente maneira do público "me levar pra casa" sem dores de cabeça para ambos os lados! Rs..."

TB: Você acredita que encontrou o seu timbre perfeito? Quais são seus brinquedos?

AM: "I'm Never Satisified: o título dessa música fala muito sobre mim. Ao longo desses 12 anos tocando guitarra, eu venho aprimorando meu som. Trocando de equipamento, estudando... Atualmente eu tenho uma Gibson ES- 335 Custom Shop, Fender Stratocaster SRV, Gretsch Chet Atkins, Ciderly Double Neck, Gibson Les Paul Standard e Gibson SG (estas duas estou vendendo!) e violões Del Vecchio e Fender Ressonator."

TB: Quais são seus projetos atuais? Com quem anda tocando?

AM: "Dou prioridade ao meu trabalho solo, onde geralmente toco em trio. Além das composições próprias, clássicos do blues e de caras como Buddy Guy, Collins, os 3 Kings, Hendrix, Vaughan, Clapton etc. Aqui em São Paulo, esporadicamente toco guitarra com o Big Chico (na minha opinião, um dos maiores artistas de blues do Brasil). Não me desliguei do Ceará e, sempre que retorno à minha "sweet home", toco com as bandas Blues Label, De Blues em Quando e Hardvolts (AC/DC Cover). Faço shows esporádicos também com o excelente gaitista Jefferson Gonçalves (que tem um trabalho de blues dentro da música nordestina)."

TB: Você saiu do Ceará para vir morar em São Paulo. Você acredita que a cena do Blues Paulistano é melhor que do Ceará? Por onde tem tocado fora São Paulo e o Ceará?

AM: "Não acredito que a Cena de Blues seja melhor, mas a cena musical como um todo é. Aqui as possibilidades de crescimento são maiores, pois uma vez aparecendo em São Paulo, você aparece no Brasil. Muito embora a minha vinda para cá esteja relacionada aos estudos, e não à busca pela fama. Gosto do underground e pretendo seguir nele. No Ceará a cena de blues é linda! Muito organizada e todos trabalham juntos. Todo mundo se ajuda. Fora São Paulo e Ceará, recentemente estive no Piauí, em agosto vou ao Maranhão, setembro Recife e Rio de Janeiro e outubro ao Pará. Agora em julho também estive em Londres, toquei no Blues London (The Blues Kitchen). Em 2006 e 2007, morei alguns meses em Chicago. Lá fiz parte da banda "The Shakes Blues Band" e toquei algumas vezes como convidado com Charlie Love and The Silk Smooth Band e Linsey Alexander no Kingston Mines. Outras vezes dei canja com John Primer, Jimi Burns, Brother John, Phill Guy no Chicago Blues e no Legend's."

TB: Artur, considero você entre os meus músicos prediletos, pois além do seu enorme talento, você tem uma simplicidade gigantesca. Deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

AM: "Roberto, primeiro te agradeço pelo bem que você vem fazendo ao blues, divulgando o estilo, abrindo espaço para os artistas mostrarem o seu trabalho, além de tocar o blues e mandar ver no slide guitar! Meus sinceros agradecimentos! O recado que deixo é que fico na torcida para que o blues tenha mais espaço no Brasil. Que o público cresça e que cresça a quantidade de músicos fazendo blues. E também que outros repitam a sua iniciativa de divulgar o blues, pois como sabemos, existem dois tipos de pessoas: as que gostam de blues e as que não conhecem o blues. Quem conhece, automaticamente se apaixona!"




Veja, leia e escute mais:
http://www.arturmenezes.com.br/
www.youtube.com/arturmenezes
www.myspace.com/arturmenezes

SUPER Vídeos da Semana

Hoje temos 3 vídeos da pesada, todos filmados por nosso grande amigo Edu Gaspar.


Adriano Grineberg - Everyday I Have the Blues
Show de Lançamento do CD Key Blues ao vivo no CCSP





Celso Salim e Rodrigo Mantovani - Big City Blues
Show Gravado ao vivo no SESC Santana




Ricardo Vignini e Sérgio Duarte
Lançamento do CD do Ricardo Vignini, Na Zoada Do Arame.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vídeo da Semana com Rodrigo Morcego

Rodrigo Morcego, Guitarrista de Blues de Recife/PE fazendo o som "Need Your Love So Bad".


Ficha Técnica:

Rodrigo Morcego - Guitarra
Jô Pinto - Bateria
Roberto Leite - Contrabaixo

Filmagem: Ludmila Fernandes

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Item de Colecionador - Big Gilson & Alan Ghreen – Yellow Mojo Blues

Vocês não tem idéia do que podemos encontrar em um sebo. Como o Brasil tem muitas culturas e não sei se este tipo de estabelecimento existe em todos os lugares do nosso território, vou explicar rapidamente o que é um Sebo.

O Sebo é um lugar onde se vende livros, revistas, discos, DVDs e CDs usados, com preços muito bons.

Bem, depois dessa super explicação, vou continuar meu relato.

Sempre que tenho uma manhã de sábado livre, vou até o centro de São Paulo, para percorrer os Sebos, pois nesta região existem muitos deles. Alguns muito organizados e outros nem tanto, mas o mais importante é ter paciência, tempo e um pouquinho de dinheiro, pois você vai encontrar ótimos álbuns.

Só para se ter uma idéia, tenho quase a coleção inteira do Robert Cray, incluindo discos importados, e todos foram comprados nos Sebos, por um preço muito abaixo do praticado nas lojas.

Em algumas dessas minhas explorações encontrei CDs de artistas de Blues nacionais, e acabei comprando um álbum maravilhoso do Big Gilson. Este trabalho está intitulado como Big Gilson & Alan Ghreen – Yellow Mojo Blues.

Este álbum foi feito entre outubro de 1995 e maio de 1996 e foi gravado ao vivo, no estúdio. Ele é repleto de musicas incríveis, e como de costume vou destacar três sons, como por exemplo a faixa um, Reivin’Wheel, do Elmore James e Roosevelt Sykes, onde o slide e o piano fazem uma conexão inacreditável, muita energia e bom gosto misturados.

Um som imperdível é a faixa sete, Shake Your Money Maker, do mestre Elmor James. Este som é fácil de se encontrar em versões de grandes mestres do Blues, mas esta faixa está maravilhosa. O Piano e o Slide estão em harmonia total e as vozes completam esta obra.

A faixa quinze Yellow Mojo Blues, é um blues instrumental incrível, que é quase impossível de escutar uma vez, este som foi feita por Big Gilson e Alan Ghreen.

Este é um disco que não deve ser fácil de se encontrar, quem tem deve guardar no cofre e quem não tem, bem, tente encontrá-lo.


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Vídeo da Semana - Tiffany Harp & Capone Brothers Juke (alternate)

11 de junho de 2010 — 9º Encontro Internacional de Harmônicas

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Key Blues - Adriano Grineberg

Key Blues é o nome do trabalho que o grande pianista Adriano Grineberg acaba de lançar.

Este trabalho é composto de 11 faixas, onde a Rock Boogie é a única própria, as outras são releituras dos mestres do Blues.

O fato mais interessante deste trabalho é que as releituras são completamente diferentes do que costumamos escutar. Repletas de bom gosto e tocadas de maneira genial, mostram a qualidade musical do mestre Adriano Grineberg e sua banda, que é formada por monstros do blues.

Adriano Grineberg Quarteto é composta por Edu Gomes (Guitarra), Rodrigo Jofré (Baixo), Sandro Grineberg (Bateria e Backing Vocals) e é claro Adriano Grineberg (Vocal, piano e tudo que é movido a teclas).

Com um álbum tão incrível como este, fica quase impossível destacar as melhores faixas, mas como não tenho condições de descrever com detalhes todas as faixas, vou destacar algumas.

A primeira música do disco é I can’t be satisfied, que é um som cheio de malandragem, e apesar da frase característica do slide, ela é diferente das versões que você já escutou.

Rock Boogie é a segunda música, e é um instrumental com muita energia, capaz de fazer os mais tímidos chacoalharem o esqueleto involuntariamente.

A faixa cinco é Everyday I have the Blues, uma música quase impossível de se descrever de tão incrível, ela traz um baixo aveludado preenchendo todos os espaços, a linha da batera é algo mágico, dando um clima absolutamente perfeito para a guitarra e o piano desfilarem sem nenhuma preocupação e por fim, a voz dando vida ao som imortal.



Esses sons que escolhi são apenas parte do trabalho, que vale a pena escutar centenas de vezes.

Como comprar?
O Adriano está vendendo o seu trabalho pelo mercado livre.

Escute mais:
http://www.myspace.com/adrianogrineberg

Leia mais:
Entrevista

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Vozes do Blues com Sherman


Carlos Sherman é uma das vozes mais marcantes do Blues nacional, além de ser um maravilhoso compositor.

Se não bastasse o talento musical que este bluesman possui, ele ainda é capaz de atrair grandes instrumentistas para perto de si e com isso formar grandes bandas.

TB: Conte um pouco da sua trajetória musica. Como você foi parar na estrada do Blues e o que te motiva a continuar nela?

CS: "Nasci no Rio de Janeiro em 1965, e desde os cinco anos, grudei na Grundig do meu pai, escutando Ray Charles, Frank Sinatra, Johnny Mathis, Tony Bennett, Beatles, Stones... E esta foi a minha indução, associada ao fato de que a minha família adorava promover festas sempre regadas à boa música; e tento um verdadeiro show man em casa: o meu pai... Um grande cantor amador mas que já subiu em mais palcos do que muito profissional por aí...

Passei o fim da década de 70 e o início dos 80 em Brasília, em meio à cena musical embalada pelo Paralamas, Legião, Capital, Finis Afrikae, Plebe Rude... Foi estonteante... Mas neste tempo, comecei a tocar violão e preferi o caminho da Bossa Nova, e compus as minhas primeiras músicas, que não vem ao caso neste fórum... Em 1986 desembarquei em Campinas, e formei a minha primeira banda, o “Spiritus”, baseado no significado em latim: “respiração”... Um provocação clara, posto que as músicas vinham diretamente de minha crise existencial em relação ao sentido da vida, e da minha vida... A música “Olhos”, regravada com o BlueSky, vem desta época... A primeira gravação rolou em 1988...

O “Spiritus” durou 3 anos e tornou-se “Anima”, seguindo a mesma linha por mais dois anos... Sempre autoral, discursando contra as guerras, fazendo alusões à história, e questionando sobre o sentido da vida, etc... Um Rock Pop com um pé no progressivo, muito autêntico, honesto e vibrante... Nesta época tocamos com o “Zenith” e o “Rosa Mística”... Tocamos em 7 rádios FMs entre Campinas, Valinhos, Vinhedo, Mogi Mirim e Mogi Guaçú... Fizemos shows em estádios de futebol, no Ginásio da Unicamp, Festa do Figo, Festa da Uva, e todas as casas da região... Foi uma trajetória relevante... Em 1991 gravamos ao vivo no Teatro Camerati em Santo André, produção do Cláudio Nucci... Mas o projeto não vingou, e o Nucci deixou muita gente boa na mão... Neste ano o “Anima” encerrou a sua trajetória...

Fiquei cinco anos fazendo algumas apresentações em voz e violão pela região, e subi no palco de muita gente boa, mas não voltei a constituir banda... De 1996 a 200 houve um vácuo na minha carreira, em todos os sentidos... Sentia-me frustrado pela cena nacional... Somente em 2000, retornei à luta, e dedicado exclusivamente ao Blues... Tendo em mente a proposta de fazer a releitura dos clássicos, além de alguns trabalhos autorais... Evitando o cover e a cópia pura e simples... Tentando agregar valor artístico... Trabalhando sobre instrumentos tradicionais, sem muitos efeitos na captação, mas com muita qualidade audio-técnica na mixagem e equalização... Incluindo backing feminino e um certo groovy... Incorporando também alguns clássicos do Rock e do Soul... Foram várias bandas, sendo que as mais duradouras foram o “Bunkin´Flues” e o “Blues S/A”... O “BlueSky” é o nirvana neste processo...

Apesar de relutar muito na definição do nosso som por rótulos, valendo-me dos mesmos somente como termos de referência, podemos dizer que o “BlueSky” começa no Blues e o céu é o limite... Escorregamos facilmente para o Soul e para o Jazz... O groovy está na personalidade de certos músicos da banda e quero aproveitar isso... Defino o nosso som como o New Blues, ou simplesmente o nosso som... O som do “BlueSky”... Como artistas como John Mayer, Robben Ford, o “BlueSky” evoca o blues e toca com liberdade de expressão...

Uma vez conversava com uma amigo, o Roberto Terremoto, e tratava de apresentar uma sessão de gravação que ainda não havia sido escutada por ninguém... BluesMan de carteirinha, disse ao Roberto que “havíamos traído a essencial do Blues”... Mas o Roberto retrucou “que nada, este som é do caramba... Deixe os meninos brincarem... Deixe esta maravilhosa banda solta”... Tenho certeza de que o Roberto não tem idéia de como as palavras dele selaram o destino do “BlueSky”... Blues sim, mas sobretudo músicos livres...."


TB: Você tem alguma preparação para sua voz, antes de entrar no palco?

CS: "Na realidade sou muito preciosista e perfeccionista em relação à qualquer apresentação... Quando tocamos à noite, sigo um ritual por todo o dia... Acordo bem tarde, durmo bem, como pouco, basicamente frutas e um prato de massa 3 horas antes do show... Tomo sempre um vinho, começando uma hora antes do show... Existe uma falsa mística de que alguns líquidos “aquecem” as cordas, quando na realidade não existe contado entre líquidos e as cordas vocais, posto que elas estão no caminho da traquéia e não do esôfago... Mas o meu objetivo com o vinho, além de relax psicológico, e produzir um relaxamento muscular, e que afeta as cordas... Além disso procuro me exercitar, sobretudo fazendo abdominais e fortalecendo a parte lombar... Antes de entrar em cena, faço um aquecimento rápido diante do espelho, que é bem ridículo para ser citado, rsrsrsrsrsrs... Rola um nha, nha, nha, nha, nhi, nha, nhi, nhi, nhan... Brummmmmmmm...

Com uma super careta, típica do Belting, minha técnica... Tenho um preparador de voz, o Rafael Villar, um grande profissional na área de musicais, e um fantástico ser humano... E nunca me apresento sem o meu Neumann KMS 104, e os meus efeitos TC-Helicon (Equaliser e Compressor auto-tunning, não confundir com auto-tone que faço questão de não utilizar; e um super Reverb Stéreo)... Assim fico independente dos recursos no PA... O meu Mic é “condenser”, mas tem um excelente corte de feed-back... Então tenho voz clara, limpa e bem equalizada... Outro ponto fundamental é escolher onde se apresentar... Já passei do tempo de tocar em qualquer lugar... Sempre visito a casa com antecedência, e não aceito tocar sem uma boa passagem de som... Meu próximo passo é tornar-me independente dos retornos, e ter o meu próprio retorno wireless de ouvido... Este recurso tira a curtição do clima no palco, mas em certas situações é essencial.... O Blues nem sempre primou por bons vocalistas, e a voz saia rasgada, muitas vezes suja... Mas vinha de dentro...

Minha voz também vem de dentro, é pode apostar que vivo em estado de Blues, rsrsrsrsrs, mas trabalho uma estética vocal diferente... Quero primar pela boa voz... Dificilmente vemos um vocalista de Blues... A cena comum é ter um guitarrista, gaitista ou tecladista que também canta... No meu caso, cantar é o fim... Cantar bem, de forma clara... “Endurecer si, pero sin perder la ternura”, rsrsrsrsrsrs... Quero seduzir com o meu canto, quero expressar emoção real com meu canto, quero enCANTAR..."

TB: Alem de um grande vocalista, você é um ótimo compositor. Onde você busca as idéias para escrever suas letras?

CS:
"Agradeço duplamente, e vindo de outro grande músico, e profundo entendedor de música, estes elogios muito me orgulham... Tenho um método para compor... Mas a inspiração nem sempre está lá... Existem fases onde posso produzir três músicas em um dia, e períodos onde não adianta sentar pra escrever que não vai rolar... Normalmente, tenho um tema sobre o qual quero escrever... Este é o ponto de partida, porque a melodia tem que coincidir com o tema... Se o tema é profundo e soturno, a melodia virá melancólica... Se estou esbanjando ternura, haverá uma balada à caminho... Então, com o tema na cabeça, a melodia vem... Quase sempre começo a balbuciar o som do baixo e da batera.... E experimento um fraseado vocal ainda ininteligível... Aí corro pro BlackBerry e gravo o esboço do arranjo com a boca... Fica ridículo, mas é esse o caminho, rsrsrsrsrsrs... Depois corro pro violão e encontro os acordes... Quando estou criando a melodia, também insiro o fraseado e a linha de voz... Sem compromisso vou disparando palavras e idéias... Então quase sempre acho o refrão... Existem situações especial como no caso de “I Wanna Be With You Tonight”, em que a letra saiu de um tacada... E não foi retocada... Também nasceu assim abordagem da voz... Tenho muito orgulho desse som... Que está ambientado nos anos 70, e tem um toque psicodélico... Partindo do conceito de que devemos viver o presente porque não conhecemos as chances de estarmos vivos amanhã... Está baseado também no filme “Remember Me”, ainda em cartaz... A tradução da idéia, da gravação do BlackBerry, dos acordes, e da música para a banda, rolou na hora do ensaio, e só tocamos uma única vez, e esta gravação registra este precioso momento... Estou experimentando algo novo, porque estarei compondo pela primeira com outro músico... Farei letra para as músicas do Marcinho Eiras, importante músico paulistano, também conhecido por tocar na banda do Faustão..."

TB: Com quem você anda tocando? Conte um pouco dos seus projetos.

CS: "Estou tocando com a banda dos meus sonhos... Caras que vi tocar e que pouco a pouco pude integrar ao projeto... Primeiramente fui apresentado ao Paulinho Gomes (Guitarra), que também toca com o Elemento Soul, e daí fomos consolidando a banda, que na verdade contou sempre com as sugestões do Paulinho... Eu já conhecia o David Rangel (Contra-Baixo) que toca com o Tony Gordon e com o Trio de Jazz do Bourbon Street... O David também tocou muito anos com o Nuno Mindelis... Trata-se de um dos maiores contra-baixistas em ação no país, e o Celso Pixinga pensa o mesmo... David estará lançando o seu CD solo ainda este ano... Depois veio o meu irmão Vandinho de Carvalho... Um dos maiores bateras deste país... Um baiano pra lá de paulistano, que começou tocando com nada mais nada menos do que o ritimista Carlinhos Brown...

Excursionando com ele pela Europa e Estados Unidos, na maior turnê de um músico brasileiro... Tocou com João Donato, também excursionando pela Europa e Rússia... Tocou com muita gente boa da MPB, e ainda toca com a Família Lima, Negra Li, entre outros... Nos teclados, temos Michel Lima, que também toca com a Negra Li e Vanessa Fallabela... Michel também é produtor de muitos outros trabalhos...

E assumo os vocais diante deste dream team... Estamos planejando uma temporada no The Blue Bar (http://www.thebluebar.com.br/), e gravaremos todos os shows em áudio e em mesa digital... E finalmente registraremos os dois últimos espetáculos também em DVD... Trata-se do melhor palco da cidade... Inimaginável... E você estará super convidado para a cobertura, ou somente para curtir... Este projeto conta com o apoio do Flávio Sanchez... Estou trabalhando em nosso primeiro CD... Tenho aplicado um formato de “ensaio” gravando sempre em multipista (multi-track)... A idéia tem sido, captar um som orgânico, vivo, ao vivo, e aproveitar os melhores momentos... O formato multipista me permite trabalhar e produzir o som... O formato “ensaio” é o disfarce ideal para tirar dos músicos a preocupação de acertar... E assim acertamos muito mais e com vida... O CD está nascendo deste formato... E estamos prevendo finalizar captações em mixagem/equalização em Abril/Maio, masterização em Maio/Junho, e fazer o lançamento aqui em São Paulo no Bourbon Street, e em Ribeirão e São José do Rio Preto com o pessoal do Vila Dionísio....

A participação do pessoal do Estúdio 500 é primordial, e este trabalho tem sido possível graças ao apoio do Douglas, e ao super Luciano, e toda a galera do 500... Ensaiar e trabalhar no lugar certo e com recursos técnicos e humanos de primeira linha, é parte da receita do sucesso... Também temos sido apoiados por nossa produtoras, a Lucas Shows, capitaneada pelo antológico Herbert Lucas, que entre outras coisas foi o responsável pela vinda de artista do calibre de B.B. King ao Brasil... A Lucas trabalha de forma séria e comprometida, com um “cast” de altíssimo nível.... É uma honra fazer parte dessa família.... E agradeço especialmente à Thaís e ao Beto, o casal mais lindo e competente da cena da produção musical no Brasil..."


TB: Sherman é um grande prazer ter você no blog. Deixo aqui este espaço para seus comentários finais.

CS: "Como dizia Jimi Hendrix, “o Blues é fácil de tocar e difícil de interpretar”... “I was born, in a crossfire hurricane – Rolling Stones”... Obrigado pela oportunidade, um forte abraço, e uma linda vida a todos..."




I Wanna Be With You Tonight (Carlos Sherman)




Got My Mojo (Preston Foster)
Veja mais:

terça-feira, 6 de abril de 2010

Item de Colecionador - Early to Marry do mestre Artur Menezes

Inauguro hoje uma nova coluna no Blog, Item de Colecionador. Neste espaço vou mostrar CDs nacionais, que todo o amante de Blues brasileiro deve ter em seu acervo, e para estrear, nada melhor do que um álbum incrível, desde a arte do encarte e os detalhes sonoros registrados neste trabalho.

Artur Menezes é um Cearense de 24 anos, que mesmo com pouca idade mostra que é muito maduro musicalmente.

O álbum Early to Marry foi gravado no final de 2009, mas teve seu lançamento em março de 2010. Early to Marry é composto por 9 faixas, repletas de swing, malandragem, energia e muita competência.

É quase impossível eleger a melhor música do álbum, mas coloco em destaque três sons.

O primeiro é a majestosa Early to Marry,que dá nome ao álbum. Uma música com muito estilo e que tem um timbre maravilhoso de guitarra. Logo de cara você pode notar que a banda é composta de monstros, que sabem muito bem como se deve tocar o Blues.

Please, give me a chance é um som incrível, com muito swing e um solo de fazer a alma arrepiar. Não existe virtuosismo em nenhuma das faixas, isso é algo que valoriza muito o álbum e principalmente esta faixa.

Um som cheio de energia é a faixa Let me Show you. Aqui o mestre Artur mostra que sabe tudo de guitarra e faz exatamente o que quer com ela nas mãos.

Para finalizar digo, este álbum cheio de elementos, sonoridade e muito bom gosto, deve fazer parte da sua coleção.

Site: Artur Menezes
Para comprar o Album: Blues Time Records





domingo, 28 de março de 2010

Vídeo da Semana - Gaspo Harmônica

O Grande Gaspo postou alguns vídeos novos no youtube, e aqui vai um deles.



domingo, 24 de janeiro de 2010

CD Coletânea

Olá Bluseiros e Bluseiras,

Para quem não sabe, nós temos a Máfia da Mortadela, que é uma união das Bandas de Blues, com o objetivo de divulgar o Blues Nacional.

Então, pensando em uma boa maneira de iniciarmos um trabalho bacana em 2010, estamos com um projeto de um CD de Blues em português. A idéia principal é selecionar 10 bandas ou artistas, com um blues em português própria ou com uma música instrumental, com nome em português também próprio.

Portanto, este trabalho será uma coletânea, onde todos os custos serão divididos, os CDs prensados serão divididos em partes iguais entre as Bandas.

A banda entregará uma música com letra própria em português ou uma música instrumental, gravada e masterizada com qualidade profissiona, até 15-02-2010.

O valor dos custos da prensagem, da arte e outros, deve ser pagos junto com a entrega da música. Não temos o objetivo de lucrar com este projeto, por este motivo, todos os valores gastos serão abertos para todos. Porém a única coisa que queremos é a qualidade do trabalho.

Já contamos com a participação de algumas bandas:

- Brisa(SP)
- Marafa Blues(SP)
- Bimbolls Brothers(SP)
- Blues on the Table (SP)
- Have Mercy (SP)
- Banndana Blues(RJ)
- Myga(SP)
- Fabio Levatti e Banda(SP)
- Distintivo Blue(BA)
(Clique nos links acima e veja os vídeos das Bandas)

Link da Comunidade da Máfia da Mortadela no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=32752991



sábado, 16 de janeiro de 2010

Mestres do Slide com Ari Frello

Ari Frello é um blusman de uma qualidade impressionante. Seus slides são nervosos e precisos, sua voz é grave e poderosa e suas letras tem histórias para serem ouvidas e apreciadas.

Este é mais um talento de Santa Cataria, que está disposto a ir onde for necessário para mostrar o seu Blues.

TB: O Blues na sua vida veio depois do Gospel. Como isso aconteceu? Conte um pouco da sua trajetória musica.

AF: "Eu ouço blues dez de criança. Sempre fui apaixonado pelo estilo, pela quantidade intensa de sentimentos que se encontra nos ritmos africanos, e o blues para mim que o melhor de todos.

O Gospel na verdade só fez com que tudo fosse maximizado. A igreja que congregava quando adolescente era bastante tradicional, eles tinham por costume preservar as musicas de séculos atrás para tocar nos cultos, musicas essas que foram trazidas pelos missionários americanos. E na real, é tudo blues meu amigo, ta tudo ali é só pesquisar ou conviver com as pessoas certas como aconteceu comigo. Você pode conferir isso em filmes como Black Snake moan e O Brother, Where Art Thou.

Atualmente estou trazendo tudo isso no meu novo trabalho entitulado de Pra onde eu for, será um EP com 4 musicas. Terá muito slide, harmônica e muito sentimento."

TB: Escutei algumas de suas músicas e suas letras em português são muito boas. Qual é o seu processo de composição?

AF: "Primeiro quando de faz uma musica você precisar querer falar algo pras pessoa, uma opinião, um sentimento, uma idéia positiva. Eu sempre tenho mais de um assunto rodeando a minha mente ai é só esperar vir a melodia que no meu caro sempre é por acaso, ai é criar uma letra em cima daquilo que quero falar. Essa forma de compor eu aprendi a uns 5 anos, sou compositor dez dos 17 anos de idade, mais acho que essa é a forma que deu mais certo até hoje."

TB: O slide é muito presente em suas músicas, sua forma de tocar lembra muito os mestres do Delta. O que te fez usar o slide?

AF: "Eu decidi escolher o slide aos 18 anos por me identificar mais a forma de tocar, principalmente com afinações abertas. E ainda mais pelo lance do Delta mesmo, por ser canções de bons sentimentos e não só de lamento como muitos inicialmente pensam. E para reproduzir um Delta, tem que ser com slide."
TB: Que tipo de afinação você mais utiliza para tocar slide?

AF: "Eu uso duas afinações, uma em D. = 1 D – 2 A - 3 F# - 4 D – 5 A – 6 D, e também uma em G que é em 1 D – 2 B – 3 G – 4 D – 5 G – 6 D, como o grandioso Son House usava. Com um capo traste praticamente se pode tocar em todas as notas usando essas duas afinações."

TB: Você está preparando um CD de Blues. Quais as maiores dificuldades que você encontrou até agora para fazer o CD? Quando você pretende lançar?

AF: "Eu acho que a maior dificuldade para um bluseiro lançar seu primeiro trabalho é a opinião contraria das pessoas, parentes e amigos. Porque difícil toda pessoa do meio mundo sabe que é, já se espera dificuldades comuns. Mas fico feliz que aqui no sul, cada vez mais as pessoas estão procurando a boa musica, creio que isso mudará o senario do Blues em meu estado e nos nossos visinhos também."

TB: Ari, é muito bom receber no Blog um grande talento igual a você. Deixo aqui este espaço para suas considerações finais.

AF: "Eu que agradeço Roberto, Fico muito feliz pela iniciativa sua e de outros parceiros que tem feito de meios de comunicação como a internet, uma forma de levar o blues as pessoas, nos artistas precisamos de apoiadores como você.

E quem quiser conferir mais sobre meu trabalho basta acessar o meu site: http://www.arifrello.com/, lá vocês poderão conferir o andamento do CD no diário de produção, com fotos e vídeos de tudo que acontece no processo de gravação de cada musica. E quem quiser levar o Ari Frello para sua cidade bastar enviar um email para ari.frello@gmail.com ou ligar para 48 99770232.

Grande abraço a todos e viva o Blues."