quinta-feira, 27 de março de 2008

Mestres das seis cordas com Maurício Codfish Fernandes

Tenho o prazer de publicar este artigo com um dos mestres do Blues carioca, uma pessoa que faz muito pelo Blues nacional, não só nos palcos mas também fora deles.

Um guitarrista incrível e apaixonado pelo blues, Maurício Codfish Fernandes é sem duvida um dos caras mais preocupados com a evolução do estilo no Brasil.

TB: Sei que você chegou a tocar Punk Rock e hoje é um guitarrista fantástico de Blues. Qual sua trajetória pela música? O que te fez tocar Blues?

MF:
"Então, na verdade, só pensei em tocar um instrumento quando ouvi a banda Black Sabbath, fiquei alucinado e queria de qualquer jeito aprender a tocar guitarra ou baixo!

Em menos de 6 meses após este 1ª passo, eu já estava tocando baixo na Banda Vital Mania, fazendo covers de Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Ultraje a Rigor entre outros. No ano seguinte eu já estava tocando guitarra na banda Punk BDR - Banco Dos Réus, quando certa vez ouvi na saudosa Rádio Fluminense (do RJ) os riffs bluseiros do guitarrista Celso Blues Boy, daí pra frente resolvi buscar este rítmo e conheci o Guitarrista Big Gilson, que na época tocava no Big Allanbik.

O Big Gilson, além de me ensinar grandes lances de blues na guitarra, tambem foi me apresentando o blues, emprestando CD's e Vídeos de Buddy Guy, Johnny Winter, Eric Clapton, Savoy Brown, Stevie Ray Vaughan, Allman Brothers, Lynyrd Skynyrd e muito mais.

Ficávamos horas conversando sobre blues, e até hoje, sempre quando nos encontramos pessoalmente ou por MSN, conversamos bastante, então, posso dizer que ele é o culpado rsss!"

TB: Além de tocar você está trabalhando em um projeto muito bacana, a Rádio Blues na Veia. Como surgiu essa idéia?

MF: "Sempre estou com idéias sobre música, pois, sem dúvida, esta é uma das minhas maiores paixões, e depois que o Blues entrou na minha veia, passei a me interar mais sobre o assunto e buscar formas de divulgar bastante sobre o estilo.

Em Junho/2007, tive a oportunidade de fazer uma viagem aos EUA e aproveitei para trilhar o blues e ver mais de perto. Estive em Chicago, Memphis, St Louis, Yazoo City, e no berço do Delta, Clarksdale. Em Memphis ví o blues pegar fogo, vários bares na Beale Street com shows da pesada, inclusive o show do Guitarrista Preston Shannon no B.B.King's. Em Chicago acompanhei os 4 dias de festival e tive o prazer de assistir os shows das lendas do blues James Cotton e Koko Taylor.

Enfim, após isso tudo, quando retornei, tinha que fazer algo pelo blues, alguma contribuição, pois além de ficar mais apaixonado pelo estilo, fiquei com a certeza que aqui no Brasil deveríamos conhecer muito mais das bandas blueseiras e principalmente divulgar as bandas de blues Brasileiras, pois com certeza, tambem sabemos fazer blues muito bem!Como eu já tive um programa de rádio (dial FM) com o mesmo nome, resolvi criar um site onde as pessoas de qualquer lugar do mundo pudessem ouvir e apreciar mais o blues, e aí está http://www.bluesnaveia.com/."

TB: Sei que você aproveita este espaço para divulgar as bandas e artistas nacionais. Como você escolhe esse pessoal? Como as pessoas podem mandar material para você?

MF: "Desde 2001 estive no cenário blues com a minha banda Garganta Seca e conheço 'na pele' as dificuldades que temos para conquistar um espaço para tocar e ter algum veículo para divulgar nossas músicas. Durante este tempo, cruzamos pela estrada da música com vários amigos de outras bandas, portanto, estou sempre ouvindo o trabalho dos amigos, que me enviam CDs ou Compro quando encontro algum lugar que venda CDs de bandas que não estão na mídia.

Não recebo e nem pretendo receber nada em troca para tocar as músicas no programa, tudo que toco por lá, são por gosto, por prazer em ajudar a divulgar o blues.

Não há um critério específico na escolha das músicas, apenas vou ouvindo e selecionando aquelas que acho interessante o público conhecer!

O programa Blues na Veia, foi criado para divulgar qualquer banda que tenha um trabalho blues. Dentro da programação, temos 2 momentos, o momento Banca do Blues, onde são sugeridas 3 músicas pelos amigos Paulão e Denise, proprietários da Banca, que também através da paixão pelo blues, divulgam por puro prazer o estilo, colocando bandas para tocar, além de sempre rolar um Jam Session todos os sábados. Quem quiser saber mais sobre o projeto é só entrar no site http://www.bancadoblues.com/, e o outro momento é o Blues em Casa, em que a banda ou artista, mesmo que não tenha um CD profissionalmente produzido, tem o espaço para divulgar seu trabalho, mesmo sendo gravações caseiras.

Quem quiser participar, basta enviar material para radiobluesnaveia@hotmail.com ou quem preferir enviar o CD, basta solicitar o meu endereço por e-mail."

TB: Fora à rádio na web, quais são seus outros projetos?

MF: "Por muito tempo estou na estrada com a banda Garganta Seca e conquistamos algumas coisas que consideramos importantes: ter vendido quase 4.000 CDs somente em nossos shows, ter tocado em diversas casas de shows importante pelo Rio de Janeiro e outras cidades, ter feito dezenas de festas para empresas (TVA, Ernest Young, Microsoft, HSBC entre outros) e ter participado no dia 18/06/2008 no Programa do Jô (para assistir no youtube, basta pesquisar por 'Garganta Seca no Jô').

Hoje, faz parte de meus projetos, reformular o repertório do Garganta Seca, dando um novo formato para o cenário atual.

Também como projeto principal, hoje sou guitarrista da banda BANDANNA BLUES, onde divido o palco com ANNA CARLA (vocal), GUILHERME HULLY GULLY (guitarra), MARCOS PLOC (baixo) e FELIPE MENDES (bateria), e no final de 2007 lançamos o nosso 1º EP (quem quiser ouvir bastar ir em http://www.bandannablues.palcomp3.com.br/ ou http://www.myspace.com/BandannaBluesBand ). Estamos neste momento em fase de adaptação de repertório e já já estaremos pela estrada!!!

Ahhh... no dia 02/02/2008 tivemos (eu e Anna Carla) a honra e prazer de dar uma canja no Mr. Blues - SP com a banda Black Coffee Band."

TB: Maurício, é muito bom ter você por aqui. Agora deixo este espaço para seus comentários finais.

MF: "Acho importante dizer, que precisamos cada vez mais darmos as mãos para que o blues creça, não podemos de forma alguma individualizar, se separar do rebanho achando que é profissional suficiente para seguir sozinho. Necessitamos sim, de todos os apoios, de todos os projetos como a 'Banca do Blues', o 'blog do Terremoto', a 'Rádio Rock Flu' , o 'programa Blues com Z' , a 'Rádio Blues na Veia' e todos os outros que aparecer para contribuir. Infelizmente, ainda há pessoas que 'jogam contra' tudo isso, o que é lamentável.

Certa vez, assisti a uma entrevista do 'Ozzy Osbourne' onde ele disse uma coisa que vou usar para encerrar aqui.

Perguntaram ao Ozzy - 'que conselhos você daria para as bandas que estão começando agora?'
e ele respondeu: 'a música, ou qualquer meio artístico e em qualquer nível, é uma longa escadaria, e quando voce estiver subindo, no meio dela encontrará 'alguém', nunca despreze-o, cumprimente-o, abrace-o, pois quando você estiver descendo o encontrará novamente'.

Pra quem sabe ler.... foi dado o recado!

Gostaria de agradecer muito esta oportunidade, este espaço cedido e parabeniza-lo por este projeto que, com certeza, é muito, mas muito importante mesmo pra todos nós músicos e amantes da música, do blues!"




(Garganta Seca - no programa do JÔ)

segunda-feira, 24 de março de 2008

Mestres do Slide com Caio Filipini

Como eu sempre falo, o Brasil está repleto de músicos fantásticos basta saber procurar ou dar sorte de encontrar.

E por pura sorte trombei com o Caio Novaes Filipini, tocando seu Slide em um show no Paddys Pub, em São Paulo.

O Caio é um cara muito versátil manda muito bem na guitarra e também no slide. E como ele é músico de muita qualidade, convidei este mestre para fazer um artigo no blog.

TB: O que te levou a tocar guitarra e a usar o Slide

CF: "Comecei a tocar guitarra por causa de duas pessoas, basicamente: meu tio Luís Filipini e o David Gilmour. E o meu primeiro contato com o slide foi através do próprio Gilmour, quando vi pela primeira vez o PULSE, ele toca lap steel guitar em High Hopes, One Of These Days e The Great Gig In The Sky. A partir daí fui descobrindo outros guitarristas que também tocavam slide. Meus prediletos são George Harrison, Elmore James, Ry Cooder, Johnny Winter, Mick Taylor, Duane Allman, Warren Haynes, Derek Trucks, Otávio Rocha, Marc Ford, Rich Robinson e, mais recentemente o Luther Dickinson (do North Mississippi Allstars), que agora toca com o Black Crowes. Minha escola de slide não é puramente blues, apesar de eu ser fortemente influenciado pelo estilo."

TB: Muitos guitarristas acreditam que tocar slide é muito simples, e fazem um som de qualquer maneira, sem se preocupar com a qualidade. Como você abafa o som das cordas que não está usando? Qual afinação você mais utiliza?

CF: "Normalmente, eu abafo as cordas com a mão direita mesmo, e toco somente as cordas que eu quero que soem. Tocar slide é mais difícil do que parece, especialmente a entonação das notas. É uma questão de prática, dedicação e ouvido atento. Sobre afinações, nos shows eu utilizo mais Open G (DGDGBD) e a afinação padrão. Mas sempre acabo experimentando outras afinações em casa. Essa semana mesmo eu fiquei tocando em Open Dm (DADFAD). Acabei compondo um tema instrumental nessa afinação. Está disponível no meu MySpace. Mas a gravação é totalmente caseira..."

TB: Ao assistir um show da sua banda, notei que você utiliza duas guitarras. Alguma delas é preparada para o Slide? Como você regula suas guitarras?

CF: "Eu utilizo uma Fender Telecaster Custom '72 japonesa, que fica sempre afinada em Open G, e uma Gibson SG Standard na afinação padrão. Nenhuma delas é preparada exclusivamente para o slide, mas as minhas guitarras são reguladas com ação bastante alta, o que facilita as coisas. A Telecaster em Open G eu uso muito tocando com o Black Crovers, a minha banda tributo ao Black Crowes. O Rich Robinson abusa das afinações abertas, então seria praticamente inviável fazer os shows com apenas uma guitarra."

TB: Além de um super guitarrista, você também tem um blog, que tem artigos incríveis. Você acha que os músicos devem fazer mais pela música, do que apenas tocar?

CF: "A internet tem toneladas de informação sobre todos os estilos de música, mas sobre blues, rock, country e folk, infelizmente não tem muita coisa em português. Por isso acho importante esse tipo de iniciativa. Compartilhar conhecimento nunca é demais, e acho importante que os músicos conheçam o contexto por trás de cada disco gravado por um artista, para que o entendimento da obra possa ser completo. Eu sempre gostei muito de escrever, principalmente sobre música, então resolvi criar o blog e usar o espaço para publicar os textos que eu eventualmente escrevo. Não tenho a pretensão de popularizar o blog, mas gosto da idéia de dividir as minhas experiências com quem possa se interessar por elas."


TB: Caio, muito obrigado pela sua rica participação. Quero deixar este espaço para seus comentários finais.

CF: "Eu que agradeço pela oportunidade de mostrar meu trabalho. Fico muito feliz por poder contribuir de alguma forma com o blog. Gostaria de aproveitar o espaço para divulgar um pouco mais o trabalho das minhas bandas:

- The Black Crovers
- The Black Crowes cover(MySpace)
- Interstellar Overdrive(MySpace)

Muito obrigado!"


quinta-feira, 20 de março de 2008

Vídeo da Semana

Temos aqui um super vídeo ao vivo com o mestre Décio Caetano e as Meninas Super Poderosas, Johaine(Guitarra) e Renata(Baixo).



Grande Bluesman Claudio Crotti, mandando um som maravilhoso no slide.



Escute o som que esse cara manda nos teclados.... Este é o Guaxini. Aguardem, em breve um artigo deste mestre.


quarta-feira, 19 de março de 2008

Mestres das seis cordas com Alexandre Spiga

Ele tem um som descomunal, frases alucinantes e uma simplicidade que poucos mestres possuem, por isso é um prazer incrível publicar este artigo.

Alexandre Spiga é o convidado do Blog esta semana e nos conta um pouquinho de sua experiência.

TB:Sei que você tem uma pegada forte de Rock’n’Roll, mas quando está tocando Blues, você transforma sua maneira de tocar e realiza frases maravilhosas. Qual o grande segredo de separar os estilos na hora certa e misturar quando necessário?

AS: "Primeiramente muito obrigado...Realmente eu não escondo minhas influências do rock, muito pelo contrário. Sempre fui fã de Led Zeppelin, Deep Purple, Cream, mas também nunca deixei de ouvir os grandes mestres do blues, nem mesmo na minha fase de adolescente quando ainda gostava de Iron Maiden...rsrs...Sempre gostei muito dos três King’s (B.B., Albert e Freedie), Buddy Guy, SRV, Lonnie Johnson e Elmore James, para citar alguns. Também gosto muito dos caras que fazem a famosa mistura de blues com o rock como Johnny Winter, Hendrix, Jeff Beck, além de artistas mais recentes como Johnny Lang, Joe Bonamassa e Derek Trucks. Eu ouço muita música, desde standards de jazz, rock, country, blues, e penso que isso acaba influenciando na maneira que toco.

Na verdade eu também não sei qual o segredo, mas o que considero mais importante na hora de tocar é ter bom senso e sentir a música, e nesse sentido o blues é maravilhoso porque permite que esse tipo de situação onde você pode ser mais sutil em alguns momentos e mais agressivo em outros. Pra mim o improviso é como contar uma história; ela pode ser curta e direta, mas também pode ser mais longa e com mais sutilezas...Tudo depende do seu estado de espírito!"

TB: Com a banda Paulo Meyer & The Burning Bush, você toca muito no interior de São Paulo e na Capital. Quero saber se existe mais público assistindo shows no interior ou na capital?

AS: "Na verdade nós tocamos mais no interior do que na capital. Temos um bom público na região de São Jose dos Campos, Taubaté e Paraty. No caso da Burning Bush tocamos mais no interior até porque temos melhores condições de trabalho. É claro que é muito bom tocar em São Paulo, alias, muitas pessoas que gostam da banda cobram mais shows por aqui, mas as casas infelizmente não dão condições mínimas para que isso aconteça com mais regularidade. Não posso generalizar porque é claro que existem lugares ótimos, mas pelo tamanho da cidade e sabendo que há espaço para todo tipo de público, penso que a situação ainda está longe de ser a ideal."

TB: Que tipo de equipamento te agrada? O que você usa para ter um som vintage e com muita energia?

AS: "O mais importante é ter uma boa guitarra e um bom amplificador independente da marca, e que você se sinta confortável com seu instrumento. Sou fã da Fender Stratocaster, tenho uma American Standard ’91 (minha número 1) e uma American Deluxe ’05. Tenho também uma Gibson SG Reedição de ’61 que comprei recentemente e estou gostando bastante além de uma Tagima Telecaster que estou envenenando aos poucos. Meu amplificador é um Rivera, que é um valvulado de 100 watts e com dois falantes de ’12 Celestion. Fora isso uso um wha-wha Cry Baby, um Turbo Overdrive e um Chorus da Boss. Penso que uns 70% do som vem da pegada do guitarrista; se você der um violão Tonante na mão do B.B.King, ele vai continuar soando como o B.B.King!!! Sempre é possível tirar um som legal do seu equipamento mesmo que ele seja modesto."

TB: Quais os seus projetos? Você dá aulas de guitarra?
AS: "Além de tocar o Paulo Meyer - que é minha banda principal - toco na banda Fireball que faz tributo ao Dee Purple. Também toco no Quarteto de Guitarras Kroma, que tem como proposta desenvolver a música de câmara com quatro guitarras, executando obras eruditas e populares.

Sou professor de guitarra desde 1993 e atualmente leciono na escola de música Legends e dou aulas particulares."


TB: Spiga, é um prazer enorme ter você nas páginas do blog. Deixo agora um espaço para seus comentários finais.

AS: "Muitíssimo obrigado pela oportunidade! É uma honra aparecer nas páginas do seu blog.

Aproveito para deixar um grande abraço aos meus companheiros de banda, pois acredito muito no trabalho que fazemos juntos, além da amizade e carinho que tenho por todos eles...Aliás, faço questão de citar o nome de todos! Paulo Meyer (Vocal), Paulo Resende (Bateria), Caio Góes (Baixo) e Mateus Schanoski (Tecaldo), e agradeço também a todas as pessoas que me apóiam e acreditam no meu trabalho. VALEU!!!"



Black Magic Woman



Só Tomando Uma

Veja e Escute: - MYSPACE Spiga
- Paulo Meyer & The Burning Bush
- Cominidade no ORKUT Paulo Meyer & The Burning Bush
- Site Paulo Meyer & The Burning Bush

domingo, 16 de março de 2008

Videos da Semana

Red House com a banda Blues 4 fun, um super som e uma super versão.



Como nunca postei nenhum vídeo meu aqui, estou colocando este.

Uma canja que fiz com a Banda Electric Muddy e mais dois amigos, Banha Blues e Alex Duoas nas gaitas.

O som está bom, mas a voz.... rs

Paz



quarta-feira, 12 de março de 2008

Mestres das seis cordas com Renato Zanata



O Rio de janeiro é uma fonte inesgotável de bluseiros competentes e de muito talento, e como de costume, trago um mestre para provar minhas afirmações.

Renato Zanata é um mago do blues, que já está na estrada há muito tempo e a cada dia soma ao seu blues experiência, energia e qualidade.

TB: Você já passeou por vários estilos musicais antes de chegar ao blues. Há quanto tempo você está no Blues?

RZ: "Na verdade , comecei a participar de bandas no início dos anos 80, e fui inspirado por bandas como Iron Maiden, Kiss e mestres como Eddie Van Halen e Robertinho de Recife . Mas nada disse teria começado se não fosse o disco "Comes Alive I" do Peter Frampton. Ele foi o cara que me fez ficar literalmente ligado em guitarra, solos e tudo mais.

Aconteceu que paralelamente ao som da minha primeira banda, voltada para o hard rock ( A "Sexta 13" ), surgiu aqui em Niterói , a saudosa rádio Fluminense Fm, a "Maldita" e através dela , o Blues começou a me fisgar, via trabalho autoral do mago da fender strato, o mestre Celso Blues Boy .Aí vieram clipes do Clapton e do B.B.King na tv e a intenção de fazer um trabalho diretamente ligado ao Blues foi amadurecendo.Comecei a tocar Blues no início da década de 90 , quando participei das bandas, "Rio Blues" e "Limousine 69" ( também chamada de Holandês Voador) e nelas , já valorizava o trabalho autoral cantado em português, sem deixar de lado alguns covers do gênero.

Em 1992 com o fim da banda Limousine 69, a frustração de ver um trabalho promissor de Blues ser interrompido no meio do caminho, me afastou dos shows de Blues por cerca de 10 anos, apesar de continuar a ouvi-lo e a toca-lo em casa e também registrar composições num esquema caseiro de gravação.

Passei então, a tocar na noite, dando canjas em shows de MPB, com músicos amigos meus.

Em 2002, tirei da gaveta algumas fitas K7 com composições autorais de Blues e gravei uma demo no estúdio de um ex-prof. De Improvisação. Dali , consegui que meu som fosse tocado na rádio VivaRio na net e acabei conquistando um espaço nessa mesma rádio para produzir e apresentar um programa de Blues, que se chamava “Alma Blues”.

Conheci então, vários músicos de Blues do Rio de Janeiro e parti para um trabalho solo de Blues, a partir do final de 2002, acompanhando com minha banda , o Bluesman Big Gilson num show aqui na minha cidade, Niterói e não mais interrompi um trabalho direcionado ao Blues, desde então."

TB: Seu repertório tem músicas em português, entre elas próprias e versões. O que faz você tocar essas músicas?

RZ:
"Eu acredito muito no poder que uma letra ou uma poesia tem de alcançar, esclarecer e até transformar mesmo que um pouco, situações sociais indesejáveis. Falo isso com a experiência adquirida como professor de História que lecionou por cerca de 14 anos e viu na prática o quanto uma musica pode surtir muito mais efeito mobilizador, questionador e principalmente de reflexão, dentro de uma sala de aula, do que determinados livros didáticos.

A letra de uma música, normalmente se utiliza de códigos, gírias e temas presentes mais claramente no cotidiano das pessoas e por isso, são assimiladas mais facilmente. E claro que me refiro as letras em Português, já que os covers não teriam um alcance amplo, por questões culturais óbvias.

Tenho no meu repertório, não só composições que surgiram a partir da minha retomada a estrada do Blues em 2002, mas temas como “Cachaça Mineira”, que foi composta por Charles
Nobili, meu parceiro de Blues, lá do início de tudo nos anos 90.

Quanto às versões, gosto de dizer que a MPB tem em muito dos seus clássicos, canções que possuem claramente uma “alma Blues”...e “Negro Gato”, composição de Getúlio Cortes, é sem dúvida, uma “MPB de Alma Blues”. "

TB: Como é seu processo de seleção de músicas para o seu repertório?

RZ: "Nas minhas composições inéditas vou mantendo aquelas que passam pelos vários testes em ensaios com a banda. Gosto de ouvir muito o que a banda tem a dizer sobre os temas e principalmente , deixar fluir nos ensaios os arranjos para os temas que levo ainda bem cru para o estúdio.

Outras músicas, são escolhidas pelo tesão que me dão em toca-las e por terem sido importantes na minha trajetória como ouvinte de Blues e paralelamente, por trazerem alguma mensagem cultural, social ou política que eu considere importante manter em destaque sempre que me permitirem. Cito aí, a clássica “Safra 63”, do Blues Etílicos e “Araribóia Blues”, tema composto por ninguém menos do que o jornalista Luiz Antônio Mello, o comandante ousado que fez História a frente da rádio Fluminense , “Maldita”. "


TB: Você criou e produz o NITERÓI DE ALMA BLUES FESTIVAL, como é produzir um festival? Quem já passou pelos palcos dessa festa?

RZ: "Não é nada fácil o trabalho de produção.

Correr atrás de patrocínios e casas de shows que abracem a idéia de se fazer um festival de Blues é muito estressante.

Eu realizei 3 das 4 edições do “Niterói de Alma Blues Festival”, com apoios que se concentraram apenas na confecção de filipetas , cartazes e suporte de camarim no tocante a bebibas e refeições para os músicos, nada mais do que isso.

Eu fui o maior patrocinador das 3 primeiras edições, tirando dinheiro do próprio bolso, vendendo pedal de guitarra novo pela metade do preço para cumprir com as obrigações com os músicos.

Vale destacar que para não desistir no meio do caminho, foi fundamental o apoio de alguns poucos, mais fiéis amigos como, Ricardo Giesta, Maurício Sahady, Arildo Bluesman, e Celso Nascimento.

Na edição 2007 do Festival, consegui o tão sonhado apoio público para o evento, através da parceria com a secretaria de cultura de Niterói, comandada pelo secretário de cultura , André Diniz.

Já passaram pelos palcos do “Niterói de Alma Blues Festival”, nomes como Big Gilson, Maurício Sahady, Blues Etílicos, Paulinho Guitarra, Ugo Perrota, Beto Wherter , Victor Gaspar, Ricardo Giesta e até nomes da tal “MPB de Alma Blues” , como o guitarrista, cantor e compositor Cláudio Zoli. "

TB: Muito obrigado por você se dispor a participar do blog, fico muito feliz com isso. Deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

RZ: "Meu caro Roberto, eu é que lhe agradeço pela oportunidade e aproveito para agradecer também pelo destaque de qualidade que o seu Blog da cotidianamente ao Blues, gênero musical que amo mais do que tudo e que felizmente, ganhou um enorme “fôlego de resistência”, a partir de trabalhos como o seu.

Da minha parte nunca será demais lembrar que meu trabalho ganhou muito desse tal “fôlego” no ano de 2007, graças as oportunidades que pessoas como você, Johnny Adriani, Edu Soliani, Rony Viana, Marcus Mikhail, Eduardo Gaspar , Oda Gomes, Paulo Vanzillotta e Denise do Amaral, me deram, para que eu pudesse expor o meu jeito de sentir ,fazer e tocar Blues.
Obrigado!"



Veja e escute mais:

sábado, 8 de março de 2008

Cozinha do Blues com Renata Iwamoto

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, trago para o blog uma jovem baixista curitibana de 16 anos.

Com um talento incrível e com uma longa estrada de blues a ser percorrida, Renata Iwamoto é sem duvida uma promessa do nosso Blues, que está no caminho certo para o sucesso.

TB: Baixistas de blues são raros no Brasil, pois a grande maioria são músicos de rock’n’roll tocando blues, mas você está crescendo musicalmente com o estilo. Como você foi para no Blues e por qual motivo você escolheu o baixo como seu instrumento?

RI: “Escolhi o baixo por ter primos que tocam, achava um instrumento diferente e fui me interessando por ele, até que comecei a fazer aula e descobri que era aquilo mesmo que queria.

Eu comecei no Blues meio “do nada”. Eu e a minha amiga e guitarrista Johaine costumávamos tocar rockabilly juntas quase toda semana, no final do dia ela sempre improvisava um Blues e eu começava ou tentava acompanhar, isso foi ficando mais freqüente e quando me dei conta já estava tocando.”

TB: Como sua família trata suas aventuras pela música? Você tem o apoio deles?

RI: “Meus pais não são muito ligados à música, por isso não me acompanham muito, mas de qualquer maneira eles me ajudaram e me ajudam bastante, desde o começo,quando eles me ouviram e me colocaram em uma aula de baixo, comprando o instrumento, e agora, me levando para ensaios, aulas, isso já é uma grande forma de incentivo da parte deles, só posso agradecê-los.”

TB: O que você espera do blues? Onde você pretende chegar?

RI:
“Eu pretendo crescer muito no Blues, espero que meu futuro na música dê certo, mas por enquanto,agora no começo, tocar tendo um reconhecimento e fazendo um som pra quem gosta já é uma grande coisa pra mim! Mas pretendo ter um grande futuro com muitas conquistas na minha vida musical.”

TB: Quem são suas maiores influências no Blues?


RI: “Como eu ainda sou nova nesse mundo, na hora de tocar, a minha principal influência ainda é o rockabilly, Stray Cats, Elvis, Chuck Berry, mas agora que eu estou estudando especificamente o Blues, estou descobrindo grandes baixistas, que irão me influenciar muito, como os do Albert Collins, Teddy Morgan, Blues Brothers, mas por enquanto estou estudando e aprendendo, para que na hora de tocar eu sinta a presença e a influência do Blues tanto nas minhas linhas de baixo como nos improvisos.”


TB: Renata, obrigado pela participação e espero que você tenha um futuro brilhante no blues. Deixo aqui um espaço para seus últimos comentários


RI: “Primeiro tenho que agradecer pelo espaço aqui no blog. Agradeço também todas as pessoas que acreditam e torcem por mim, a minha família, que sempre está me apoiando, os meus amigos, especialmente a Johaine, a guitarrista revelação do Blues brasileiro e é claro o Décio Caetano, que me incentiva muito, sempre me mostrando coisas novas, me ajudando a conhecer e crescer mais nesse meu novo rumo. É isso aí! Obrigada!”




(If you love me like you say)



Este artigo eu dedico a todas mulheres!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Mestres das seis cordas com Daniel "Woody" Sipos


Mais uma vez temos um irmão Argentino nas páginas do blog.

Daniel “Woody” Sipos é um guitarrista muito talentoso que traz em sua bagagem a força do Blues Texano somado com o rock.

TB: É fácil notar
a influencia do blues Texano no seu modo de tocar. Quem são suas influencias?

DWS: "Bom, a verdade, é que eu comecei a ouvir blues por causa de guitarristas muito conhecidos hoje no Blues Roc. .Gary Moore, Santana e o mestre Stevie Ray Vaughan que foi a pessoa que mais impacto teve na minha vida musical.

Eu comecei a ouvir as musicas de SRV perto do ano 2000. Eu lembro que estava chegando de um teste de Inglês pra obter um diploma e decidi passar pela loja de discos pra comprar algum disco de blues. E estava lá, o disco The Sky Is Crying de SRV, como brilhante esperando para ser comprado.

Depois disso, eu comecei a ouvir as musicas e fiquei muito louco. Eu ficava o dia inteiro ouvindo esse disco. Eu tinha uma Lês Paul Barata, e ficava frustrado por não poder obter aquele som tão vintage e gordo que ele tem. Ate que pude comprar a guitarra que eu tenho hoje. Uma Fender Stratocaster dos anos 80 Japonesa. Eu sempre fui um louco para ter uma guitarra bem tunada.
Então eu fiz muita coisa nela coloque jumbo Frets, troquei os captadores, e depois pouco a pouco fui fazendo coisas nela até ficar perfeita para mim. É bem gostosa para tocar e também tem um som que eu adoro.

Depois disso, eu forme uma banda, que fiquei feliz de ter formado: "La Interurbana Blues Band" eu comecei fazendo uma boa amizade com os caras dessa banda. Adorei meu tempo com eles, porque meu nível musical cresceu muito e também pessoal. Ai foi quando comecei a ter mais contato com o ambiente do blues, a verdade é que toquei muito SRV no começo. Mais depois também tive a curiosidade de ouvir as origens do blues mesmo. E comecei a ouvir Albert Collins, BB King, mais também curti muito dos sons do Chris Duarte, Kenny Wayne Shepperd, e alguns demais mesmo. Hoje em dia eu estou curtindo muito Jump Blues, Artistas como Hollywood Fats, Kirk Fletcher, Kid Ramos, Teddy Morgan, e Rod Piazza."

TB: O Blues é um estilo que está espalhado por todo o mundo, mas não tem um espaço forte nos meios de comunicação. Com a experiência e o seu talento, você já pensou em mudar de estilo musical e abandonar o Blues?

DWS: "Na verdade, é bem difícil chegar ao publico do blues mesmo. É verdade que não tem um espaço forte nos meios de comunicação, mais nós os artistas, não temos que desistir de tentar sempre chegar ao publico com nossas musicas e nossas composições.

Nossa musica é um jeito de mostrar as pessoas, como é que nos sentimos a musica. Blues mesmo é puro sentimento, eu acho que qualquer guitarrista seja do estilo que for, tem sentimento mínimo pelo menos, se ele estudou um pouco de blues. Isso é o que o blues da.

A verdade que não sei se pensei em mudar meu estilo ou abandonar o blues, mas sim pensei em fazer a musica que meu coração sente mesmo, sem pensar se é verdadeiramente Blues, ou outro estilo que não seja nada parecido. E claramente notável as influencias que eu tenho do estilo de Rock, mesmo de Carlos Santana, por exemplo. Não é Blues, é rock mesmo. Mais ele passou pelo blues, e ele tem um feeling que eu adoro e tento imitar e tentar colocar na hora de tocar, sempre foi uma inspiração pra mim. Mais não deixo de escutar as origens do blues.

Hoje, eu penso em fazer a musica que eu acho correita. Eu me considerei um musico, não sei sim musico do blues o de rock, mais um musico que não é fechado em um estilo, se não uma pessoa que ama a musica e toca tudo o que tenha feeling e transmita vibrações boas no seu corpo."

TB: Você pode comparar a cena do Blues na Argentina e no Brasil?

DSW: "Posso comparar claro, os dois são bem diferentes mais os dos tem muitos talentos, aqui no Brasil teve a oportunidade de conhecer artistas como Flavio Guimaraes, Décio Caetano, Renato Zanata, Gustavo Andrade, e também um cara que eu gostei de conhecer como pessoa mesmo, Adriano Grineberg. Mais também escuto o Igor Prado, Andre Cristovam, Big Chico. Aqui a gente da cena do blues mesmo tem muito talento, e tem dedicação. Também tive a oportunidade de participar no 3o Ilha Blues Festival na Ilha Comprida em São Paulo, que verdadeiramente eu não acreditava o nível dos músicos lá, foi Blues que rolava mesmo, eu me senti atrapalhado o primeiro dia que eu assisti, o publico bem quente, os músicos bem legais, e a musica claro inexplicavelmente boa.

Em comparação com o blues da Argentina, eu também percebi que pode ser que o publico da Argentina seja menos expressivo com os shows. Mais os músicos são bem dedicados e amamos blues mesmo, lá a gente vive o blues de uma forma diferente. Têm artistas como Gabriel Gratzer, Jose Luis Pardo, Mariano Cabrera, Daniel Raffo e outros. Caras que tem o som muito e que tem uma adoração pelo Blues.

Eu acho que os dois têm níveis musicais de músicos bem altos, e são pra se sentir orgulhoso, porque o nível do respeito que nos temos no mundo, e bem grande, só que os dois vivem o blues de forma diferente, mas todos falamos que o Blues e uma língua Universal. hehe."

TB: Quais são seus projetos hoje? Com quem você está tocando?

DWS: "
Crescer. Como primeira coisa que eu tenho em minha cabeça. Crescer muito, escutar muito, e sempre ficar em contato com gente do ambiente. Depois disso, meu segundo projeto eu estou planejando gravar meu próximo Disco, que vai ter muito Blues legal, Texas Blues, e Algo de Jump Blues.

Hoje tenho a oportunidade de tocar com músicos legais, Com Décio Caetano, que eu estou toucando com ele toda quarta-feira dando canjas sempre no Soho Underground aqui em Curitiba, mais também estou formando já minha banda como trio. Tocar com a banda do Décio e legal, eu sinto que cresço cada dia que eu toco com eles, Fernando Rivabem é um batera de um nível indescritível, toca muito e eu sempre falo isso pra ele. O mesmo que Edu Mella, que ele é um musico muito bom, mas agora também estou tocando com Marinho Mella quem vai fazer baixo pra mim, pessoa que eu achei meu amigo, muito boa pessoa e muito bom musico, que me ajudo muito ao chegar no Brasil tanto como Edu Mella seu irmão e Fernando Rivabem. Mais sempre estou tentando tocar aonde for e com quem der, porque depois de tudo, a experiência que serve para eu crescer. É claro que meu projeto é sempre manter uma continuidade com minha musica e poder chegar ao publico Brasileiro, com minha musica, e poder tocar os corações com a arte que eu sempre tento de fazer o melhor jeito possível e com o maior sentimento."

TB: Woody, muito obrigado por participar do blog, fico feliz em um ter artigo com você. Agora deixo este espaço para seus comentários finais.

DWS: "Muito Obrigado Você meu amigo, por deixar este espaço. Como comentário final eu quero agradecer a todas as pessoas que sempre estão apoiando o meu sucesso , meus pais, que estão longe, mas sempre estão comigo pra me ajudar, a meu irmão, meus amigos, Edu Mella, Marinho Mella, Décio Caetano, Fernando Rivabem e Cristian Goméz.

E o que posso falar pra as pessoas que estão lendo, é que estou muito feliz de estar aqui no Brasil, com muita vontade de começar a trabalhar e por ultimo, é importante que a gente escute musica de qualidade, não importa se Blues , rock, musica clássica ou o que seja, eu comecei escutando Musica Clássica, logo escute rock, blues e sempre escuto musica de boa qualidade.

O importante e que sempre tenha sentimento e chegue fazer você pular, dançar ou cantar ao som da musica, e para os músicos, se você é bom, não importa se você é artista do blues, de rock ou do que seja, o importante é que você sinta o que você esta tocando, e a verdade é que não precisa ser fechado em um so estilo, mais bem e bem mais legal poder lograr ser considerado Musico mesmo, que tenha a capacidade de toucar qualquer estilo musical o qual eu acho mais legal que ficar em um só. De Blues se pode aprender muito, Rock também, Musica Clássica também, inclusive do Heavy Metal. Só tem que escutar tudo, e dai pesquisar o que você mais gosta para logo ajudar você encontrar seu estilo como musico. Isso e o que eu faço sempre. E Agora Deixo um Abração para todos, e para você Amigo meu. E Novamente Obrigado por o espaço que me deixou! ( e desculpas pelo meu português tão Ruim hehehe )"





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segunda-feira, 3 de março de 2008

Novo Site da Black Coffee

A Black Coffee está de site novo, e por sinal está lindo.

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