quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Trabalhando pelo Blues com Tita Castro

Vou iniciar mais uma série no Blog, e agora vou trazer as pessoas que fazem algo para o Blues. Não são necessariamente músicos, mas pessoas que fazem com que o Blues sobreviva no Brasil.

A Tita Castro é uma produtora musical muito competente. Posso afirmar isso, pois participei junto com minha banda de dois festivais que ela promoveu.

Dedicada aos artistas do blues, ela tenta fazer com que a cena fique cada vez mais forte, e para isso ela não mede esforços, por este motivo eu trouxe ela para as páginas do blog.


TB: Quais as maiores dificuldades de ser uma Produtora Musical? E porque o Blues?

TC: "A dificuldade em produzir música tem muito a ver com a falsificação de cds e os novos meios de obter música (os conhecidos downloads) que prejudicam muito as bandas,
produtoras e gravadoras e envolvidos no setor da música.

Vou explicar...não que eu seja totalmente contra essa democratização da música mas se falarmos em termos profissionais isso complica e muito o trabalho das pessoas envolvidas com música, se levarmos em conta que a produção de um disco já não garante retorno devido para os envolvidos na área, imagina a situação de quem trabalha com música e se vê no meio de um duelo entre o 'acesso fácil e gratuito' e a 'venda dos cds e a produção de uma banda'? Fica praticamente inviável. Os 'custos na produção' x 'o lucro gerado' nesta produção não está nem empatando ultimamente, está no vermelho mesmo.

Mas ainda sim é um trabalho apaixonante em que muitas vezes trabalhamos por amor a música, não ao retorno que ela proporciona.

E o blues foi o estilo escolhido para meu trabalho com música, graças a Zona Blues, banda que abriu as portas para o meu trabalho como produtora e claro, pelo fato de ser amante do blues desde a adolescência, onde aprendi a ouvir este gênero tão importante e que me agradou desde a primeira vez que ouvi."


TB: Quais as características que uma Banda deve ter, para que você possa trabalhar com ela?

TC: "Só para resumir um pouco a história eu comecei trabalhando na divulgação dos shows da Zona Blues e de alguns amigos músicos que pediam para eu divulgar seus shows...mas foi depois da produção do meu primeiro Festival de Blues, começou a 'chover' bandas na minha horta...(risos)

E para eu poder classificar quais se encaixariam no meu trabalho, comecei a pedir às bandas seus materiais para que eu pudesse poder ouvir e classificar se tinham condições de entrar para a minha produtora. Este trabalho, apesar de cansativo em determinados momentos, posso dizer que foi de extrema importancia para a produtora, pois hoje em dia isso me ajuda muito a diferenciar os estilos, bandas e músicos que tem realmente o 'feeling the blues'.

Depois que comecei a produzir alguns festivais, até bandas internacionais me procuram para mostrar seu trabalho... só que infelizmente não posso trabalhar com eles, pois além
das dificuldades financeiras em trazê-los para o Brasil, eu acho que devo dar espaço é para os músicos brasileiros porque talento é o que não falta entre nossos músicos e eles já enfrentam muitas dificuldades na rotina de trabalho, então nada mais justo do que deixa-los mostrar o que sabem fazer."


TB: Você sempre esteve envolvida com Festivais de Blues. Você está planejando algum novo Festival?

TC: "Eu sempre estou envolvida com projetos, festivais, shows e produção de cds e bandas de blues. Isto começou a envolver meu trabalho de tal maneira que acredito que não consiga mais mudar de área.

Tenho procurado expandir um pouco para o rock clássico e ao jazz também, pois além de ser fã destes estilos musicais, muitas banda estão me procurando para produzi-los
Como estou reestruturando a produtora, quem sabe não começo 2008 com estas novidades na produtora...

Para 2008 tenho 3 festivais programados, mas ainda estou trabalhando neles.
Assim que eu puder falar mais, eu aviso a todos sobre os novos planos, festivais e novidades da produtora. "

TB: Muito obrigado por sua colaboração, deixo aqui este espaço para seus comentários finais.

TC: "Quero agradecer imensamente ao Roberto 'Terremoto'que cedeu este espaço importante para que eu pudesse falar sobre minha produtora.

Peço desculpas por alguns problemas ocorridos no meio desta estrada, mas acredito que eles façam parte inclusive do aprendizado de todos nós, músicos ou profissionais da área.

Quero deixar um abraço especial a algumas feras que me apoiam sempre e que me incentivaram a continuar mesmo naqueles momentos em que pensei jogar tudo pro alto...entre eles Bee Scott, Caio Ávila, Rodolfo Aguirre, Paulo Meyer, Ricardo Corte Real, Helton Ribeiro, aos meninos da Zona Blues ( pelas risadas, papos sérios e puxões de orelha), a todas as bandas de blues que trabalho, aos músicos que tenho como grandes amigos depois que comecei a trabalhar nisto, minha irmã Bizú, a milha filha de 'paciência da ausência' e a todos os amigos que sempre me deram muito apoio."
Contatos:

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Cozinha do Blues com Ney Neto

Já tem alguns anos que conheço este músico extraordinário. Tive o prazer de fazer um som com ele em um ensaio de uma antiga banda de blues, mas infelizmente ele não pode, por algum motivo que não me lembro, ocupar a vaga de baixista da banda.

Alguns anos se passaram e seu talento cresceu muito mais. Dono de um som grave e poderoso, Joveneis Neto, mais conhecido como Ney Neto está preparando um CD solo, que por sinal será um trabalho que não vai poder faltar nas nossas coleções de CD.

TB: Não é comum um baixista lançar um CD solo. Como surgiu essa idéia?

NN: "Isso era um sonho antigo que eu tinha, que parecia muito distante por causa de todas as dificuldades que nós músicos conhecemos e enfrentamos quando o assunto é gravação. Então uma grande amiga minha e uma das maiores musicistas que já conheci, Tatiana Maciel (a quem presto minha homenagem, pois nos deixou em maio deste ano), me chamou para participar de um projeto de um selo de médio porte de Oregon, nos Estados Unidos, chamado Origins.

Eles estavam produzindo um CD com 28 músicas gravadas por instrumentistas de diversos países que seria utilizado como ambientação da megastore Macy's, que você encontra em todo lugar nos EUA. Eu mandei uma pré-produção de três composições: Affliction, um tema em 6/8 chamado Hardy e uma faixa com uma pegada mais latina, chamada You are so Wellcome, com uma guitarra meio Carlos Santana e um duo de baixo/violão na hora do solo...

Tive a felicidade da música Affliction ter sido selecionada para compor o CD e então a gravadora me pagou pela produção da faixa+direitos autorais pela obra e o cachê. Com esse dinheiro consegui comprar o necessário para montar um home-studio e continuar o projeto, que afinal de contas já tinha três faixas gravadas. Foi uma experiência muito legal porque durante o processo de composição das faixas até a Dri, minha esposa ajudou. Inclusive foi ela quem escolheu o nome Affliction para a música eleita pela Origins. Eu lembro de dizer: "Mas amor, é um nome meio estranho, significa Aflição, será que vão gostar?" E aí está! Foi assim que começou a gravação do CD Electricity."

TB: Alem do baixo, você gravou mais algum instrumento?

NN: "Fiz algumas programações, gravei violão em algumas faixas e até uma base de guitarra em duas composições (mas só a base! Os solos deixei para os feras das 6 cordas...rs). Mas só os baixos já deram trabalho à beça...rs.Nesse Cd foram utilizados baixos de 4 e 5 cordas, fretless e fretted, e em uma música um fretless 6 cordas, mas só porque a melodia foi composta no violão e pedia alguns agudos que os outros baixos não tinham, porque para ser sincero não me adapto muito ao baixo de seis cordas.

A idéia era ser um CD gravado só com baixos elétricos (por isso chama-se Electricity), mas não resisti.

O solo de piano ficou tão bonito na música Ma-Hí que acabei gravando a condução durante o solo com um baixo acústico... Ficou bem legal."


TB: Escutei uma faixa do seu Cd, onde tem a participação do gaitista Oswaldo Moraes, o Cachorro Loiros. Além dele o CD conta com mais participações?

NN: "Puxa vida! Esse CD é uma grande festa, com a participação de amigos de diversas épocas, estilos musicais. Um lance muito legal. Essa faixa que o Cachorro gravou é uma versão de People Get Ready, do Rod Stewart, com a melodia tocada no baixo utilizando as técnicas de slap e double thumbing... Essa música é show de bola. Um grande meu (de música e de vida), o famoso Creck, me deu um CD de uma banda de uns amigos dele, chamada "Jazz que é Blues" que tinha essa música e eu adorei a roupagem que eles fizeram... inclusive, foi também ele que me apresentou o Cachorro Loiro, com quem tive o prazer de fazer algumas canjas com a Black Coffee em diversas ocasiões e sempre muito legais.

Além do Oswaldo, no Electricity tem a participação da Tatiana Maciel, ao piano, em uma música muito bonita chamada May Day, composição dela com o maestro americano Michael Bown.
Evandro Araújo, grande guitarrista de blues gravou guitarra em Affliction, People Get Ready, You're Wellcome. Fernando Bonfá: beat-box, Thiago Martins: violão.
As composições são minhas, do Max Perinéu (baixista argentino), Michael Bown, Rebecca Wilkie, Tatiana Maciel, Thiago Martins.

As regravações são: Um a Zero (Pixinghuinha), People Get Ready (Rod Stewart), Samba 88 (Carrie Allynson). Uma das faixas foi gravada ao vivo com meu quarteto atual, Quarteto Jazzy, com Zafe Costa (sax), Wagner Ramos (drums), Vinicius Gomes (guitarra) e Abelita Brandão (piano)."

TB: Quando o seu trabalho fica pronto?

NN: "Já estaria pronto, mas sempre dá vontade de mudar alguma coisa, ou acrescentar. Essa coisa de fazer arranjo é uma loucura. Agora falta pouco, estou concluindo a gravação do Samba 88, que vai ter uma participação especial do Thiago Espírito Santo, no baixo... engraçado é que estou trabalhando essa faixa em meu disco e o Quarteto Jazzy foi contratado para fazer uma trilha para uma produtora, mostrei esse tema e eles adoraram, então ao mesmo tempo estou gravando essa mesma música com uma roupagem completamente diferente.

Além disso, recebi um mp3 de uma música chamada Alma Desnuda e fiquei apaixonado. Estou em contato com o autor e se ele permitir e chegarmos a um acordo certamente essa música fará parte do CD, com um arranjo mais voltado para o contrabaixo.

Devo esperar o carnaval passar pra lançar o disco, assim aproveito que o país todo fica meio paradão pra mixar as faixas. A demora se dá porque além de músico eu trabalho na área de eventos, na indústria farmacêutica."

TB: Fora o CD, quais são seus outros projetos?

NN: "Desliguei-me agora no segundo semestre da banda de música instrumental do SESC Vila Mariana. Estou me dedicando aos projetos com o Quarteto Jazzy, que requer um grande tempo de estudo, já que tocamos versões instrumentais de standards do jazz, blues e bossa nova com muito improviso.

Além da temporada de shows no Crowne Plaza, que vai até o fim desse ano, estamos começando a gravar as músicas que farão parte da trilha 2008 de uma loja aqui no Brasil. Além disso, tenho uma rotina diária de estudos, que envolve teoria, técnica, leitura, métodos para baixo fretless, fretted, acústico com pizzicato e com arco... Esse tempo de estudo é sagrado e quando mais estudo mais coisa aparece para aprender...rs

Atualmente tenho estudado um material do guitarrista Vinicius Gomes, do quarteto de jazz que eu toco, tem sido uma grande influência."


TB: Muito obrigado pela ajuda, e continue nos presenteando com seu som magnífico. Agora eu deixo este espaço para seus comentários finais.

NN: "Primeiro quero parabenizar a iniciativa e a qualidade do material do blog. Muito legal mesmo. Mando um abraço a todos os músicos que estão comigo nessa caminhada de alguma forma, especialmente aos três grandes mestres que tive: Itamar Collaço, Nilton Wood, Gilberto de Syllos (acústico) É isso aí! A música sempre está nos aproximando e nos unindo de alguma forma.

Muito som pra vocês..."


(A night in Tunísia (Dizzy Gisleppie) com a banda instrumenta do SESC Vila Mariana)
Veja mais:
- Página no Myspace
- Quarteto Jazzy
- Algumas músicas do CD Electricity

Atenção: Quarteto Jazzy no Crowne Plaza: toda quinta-feira das 20h às 23h - Rua Frei Caneca, 1360 (Favor conferir a programação)

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Blues com alma na festa da Blues'n'Jazz 21-11-2007

Nesta última quarta feira, 21 de novembro de 2007, a revista Blues’n’Jazz realizou a sua tradicional festa mensal no Bourbon Streat, um dos mais elegantes e importantes bares de São Paulo, que contou com a banda de abertura Black Coffee Band e Igor Prado e Banda.

Não me lembro de ter visto uma festa da revista, com duas bandas tão boas na mesma noite. Claro que todas as festas da revista sempre tem a atração principal composta por astros do nosso blues, mas me refiro ao conjunto, onde as duas bandas com estilos completamente diferentes mostraram uma qualidade musical indiscutível.

A Black Coffee apresentou um show curto, de apenas 30 min., mas com uma seleção de clássicos do Blues e do Soul, onde o ponto alto foi a inacreditável versão da música “I never loved a man”, cantada originalmente pela deusa Aretha Franklin, mas garanto que a nossa Diva do Blues Isabel Tavares cantou com todas suas forças e com sua alma e quase fez este velho bluesman chorar de tanta emoção.

O Igor Prado e sua Banda dispensam comentários, a banda formada por músicos talentosos em conjunto com seu líder fez o publico cantar com as mais lindas versões de musicas consagradas, fora os sons de seu novo e premiado CD.

Em breve teremos uma entrevista com a Diva Isabel Tavares.

Paz e Blues !

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Cozinha do Blues com André Luiz Sangiovanni

André Luiz Sangiovanni, mais conhecido como Bebezon, é um baixista extraordinário, pois tem uma técnica muito apurada e um feeling de impressionar.

Um baixista que qualquer banda gostaria de ter, pois sabe o que fazer e o melhor, na hora certa, sem deixar espaços nas músicas.

Chega de papo e vamos aos fatos.

TB: Você já havia tocado em uma banda de Blues/Soul antes da Black Coffee? Mesmo sabendo que você é um músico profissional, quero saber se você encontrou alguma dificuldade na linguagem?

Bebezon: "Já havia tocado algumas vezes músicas como Mustang Sally e Play that Funk Music, em bandas que tinham um repertório mais variado, mas nunca tinha tocado numa banda que priorizasse o Blues e o Soul mesmo.

Minha bagagem musical ajudou em algumas coisas, como por exemplo, nas harmonias, nas convenções e em toda essa parte mais teórica. Por outro lado existiam alguns vícios e concepções no jeito de tocar outros estilos que acabaram me atrapalhando um pouco quando eu comecei a ensaiar e a fazer os primeiros shows da banda, como por exemplo, na timbragem que é predominantemente mais grave e encorpada no Blues e sempre com bastante energia “sem deixar a peteca cair”, e nas concepções, pois sempre tive um jeito mais livre de tocar em geral, mudando os grooves dentro da mesma música e interagindo com os outros músicos da banda no sentido de “comprar idéias” durante a música.
No Blues a interação com os outros músicos consiste mais na pulsação e na intensidade da banda como um todo, e sempre mantendo a mesma idéia no groove. Na Black Coffee nós estamos tentando misturar um pouco das duas coisas na parte da interação."

TB: Você toca um baixo de seis cordas, esse instrumento não é fácil de se ver nos palcos. Qual é a afinação dele? E porque um baixo de seis cordas?

Bebezon: "A afinação do baixo se dá em quartas, começando da mais aguda para a mais grave temos CGDAEB (Dó, Sol, Ré, Lá, Mi, Si). O primeiro baixo de seis cordas que comprei foi um Tagima B6, para estudar Música Brasileira e Jazz, estilos que sigo estudando e tocando até hoje com o Qn Quarteto, que trabalha vários gêneros musicais brasileiros com muitos improvisos e muita energia. O contrabaixo que uso atualmente é o meu segundo de seis cordas e foi feito pelo Luthier Ladessa, um ótimo Luthier que trabalha na Zona Sul de SP, eu uso ele na Black Coffee por ser meu melhor instrumento para trabalho, desde a pegada até o som."


TB: No evento Blues pela vida, além de você tocar com a Black Coffee, você tocou com o Sergio Duarte & Entidade Joe. Mesmo sem saber o repertório e as convenções você foi incrível. Como você consegue se adaptar e interagir em um momento desses?

Bebezon: "Fazer uma substituição as vezes são coisas que acontecem de vez em quando no nosso meio, e na maioria das vezes é como aconteceu nesse dia, que fiquei sabendo que ia tocar com eles pouco antes do show começar. Nesse dia eu tive até um pouco de sorte, pois só fizemos alguns blues na forma tradicional, ou seja, com a harmonia no I-IV-V, daí tive que ficar atento com as dinâmicas e com as convenções. Nessas horas é bom deixar o piloto automático ligado fazendo o groove bem simples, e prestar atenção no resto da banda."

TB: Hoje você vive de música? Quais são as dificuldades e vantagens de ser músico em tempo integral?

Bebezon: "Vida de músico no Brasil é como viver de qualquer outra coisa no Brasil, apesar de às vezes algumas pessoas terem preconceito ou até mesmo inocência de achar que não dá pra viver só trabalhando com música. É preciso se dedicar muito e fazer algumas escolhas que não são fáceis para montar uma carreira próspera nesse meio.

Um dos problemas no Brasil é a falta de organização e às vezes falta de união dos músicos pra fazer um cenário que seja bem visto e tenha o devido valor reconhecido por pessoas comuns, e até por pessoas que de alguma forma precisam de músicos profissionais, como donos de bares que oferecem música ao vivo e tem uma visão deturpada da coisa, e isso só pra ter um exemplo básico.
Mas é uma grande satisfação viver de música, cada show que faço traz alguma sensação ou até descoberta nova, além das pessoas que conheci nesses 7 anos que decidi levar a música profissionalmente.
Também dou aulas particulares, que além de trazer um rendimento mensal mais fixo me dá prazer em fazer, ver o aluno progredindo sob qualquer aspecto é muito bom de se ver."

TB: Valeu pela sua ajuda, e deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

Bebezon: "Eu é que agradeço a oportunidade, e deixo meus parabéns pelo Blog que abre espaço para a galera do Blues que é muito bacana e manda muito bem nos sons por aí!"






Veja mais,
- Qn Quarteto
- Black Coffee

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Nosso Blues Nossas Bandas com Alcatéia Blues

Estou iniciando uma nova série de artigos, onde vou trazer bandas que tem talento e não encontram muito espaço para divulgar seu trabalho.

Trago para vocês uma Banda relativamente nova no Blues, a Alcatéia Blues, uma banda que me surpreendeu muito, pois como ela não tem muito “tempo de estrada”, era provável que seu som fosse imaturo, mas graças aos deuses do Blues, me enganei.

Assisti esta banda ao vivo no projeto Blues pela Vida, e digo que foi um show muito bacana, onde clássicos do blues receberam uma nova roupagem, mas mantendo fielmente as características do estilo. Acho que a banda evoluiu muito comparado aos sons disponíveis no site, por isso acho que está chegando a hora de gravar um CD oficial.

Vida longa ao Blues e muito sucesso para a Alcatéia Blues, pois além de possuir integrantes dedicados, tem um som incrível.

TB: A banda tem composições próprias? Vocês tem previsão para gravar um álbum oficial?

AB: "O Alcatéia tem apenas três composições próprias, e mesmo assim, pronto mesmo, só uma ...rsrsrs. As outras duas estão em andamento. A banda começou de uma brincadeira entre amigos que se conheciam há muito tempo mas não se conheciam muito bem musicalmente.

Então a gente ficou um bom período se conhecendo e se testando. O tempo de dedicação de cada um para o Alcatéia foi aumentando aos poucos, conforme ia ficando divertido tocar juntos.

Acho provável que daqui pra diante apareçam mais composições próprias.

Quanto a gravar um álbum oficial, sempre passa pela cabeça, mas ainda não tá perto não. Embora a gente não tenha quase nada de compsições próprias temos um jeito próprio de tocar as músicas conhecidas. Às vezes fazemos do nosso jeito porque queremos, outras vezes a falta de técnica força o arranjo próprio ...rsrsrs. É o que eu chamo de defeito especial. A gente registra alguns ensaios para ir sentindo como está e a hora que o senso crítico deixar vamos pro álbum."

TB: Gostei muito da linha das guitarras, escuto muitas bandas que tem dois guitarristas, e quando as duas estão fazendo a harmonia da música, uma guitarra choca com a outra. O que vocês fazem pra isso não ocorrer?

AB: "Acho que isso é uma questão de entender o "todo". Não dá pra você bater bola com alguém usando duas bolas... rsrsrs. Acaba sendo dois jogos. Quase todos os arranjos das músicas são desenvolvidos em conjunto, no ensaio. Alguém sempre fala: Pô, vc viu aquela música tal... com a banda tal... se fosse mais balançada... e aí vai. A coisa vai sendo criada aos poucos pra ficar na medida certa. Acho que a "filosofia" seria "se você não conseguiu nada tãããooo criativo, pelo menos para o seu critério, tem que fazer o certo, mas vamos curtir a música. Ver se a gente consegue pegar o "feeling". Acho também que tem algo pessoal, digo, o jeito que eu sou e o jeito que o Peter é."

TB: Apesar da banda ser relativamente nova, existe um entrosamento muito bacana entre os integrantes, vocês já tinham outros projetos de Blues antes de formar a Alcatéia?

AB: "Eu(Douglas) e o Rafa já tínhamos andado por aí como "Os Abluesados". Era um duo acústico baseado em gaita e violão/slide. Mais foi por pouco tempo. Acho que o entrosamento vem mesmo da amizade que a gente tem. Em vez de falar: Pô, aquele cara toca pra caramba, vamos comvidá-lo pra tocar coma gente, o lance era ao contrário. Pô, aquele cara é um puta cara legal, será que ele toca algum instrumento?"

TB: Assisti a apresentação de vocês no Blues pela Vida, e me surpreendi muito com o som da banda, pois o evento era composto por muitas veteranas e achei que a Alcatéia tocou no mesmo nível de todas. Vocês tem tocado muito? Qual a freqüência dos shows da Banda?

AB: "Muuuito obrigado! É muito bom ouvir isso. A gente começou a banda sem grandes pretensões mas foi se empolgando e ganhando confiança aos poucos. A gente tem tocado geralmente em bares, aqui pela região da velha Oz(Osasco/SP). A freqüência varia muito, às vezes três apresentações por mês e em alguns meses nenhuma. No começo, tocávamos meio inseguros quando sentiamos que poderia ter um público razoável. Agora a gente já tá achando meio chato quando o público está abaixo do razoável. Se não foi a gente que ficou metido acho que isso não deixa de ser uma evolução, pelo menos existe mais confiança da nossa parte no som que a gente faz."


TB: Gostaria muito de agradecer a participação de vocês aqui no Blog, e deixo um espaço para os comentários finais.

AB: "Nós que agradecemos e desejamos sucesso no seu trabalho com o blog. A gente vive procurando coisas, informações e idéias sobre o blues e nesse sentido ter encontrado o Terremoto Blues Blog foi um oásis. E vamos torcendo para que nosso velho blues se propague sem ter que vender a alma pra mídia. No máximo na velha encruzilhada.

And Keep on blues everybody!!"

Veja e escute:

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Mestres do Slide com Felipe Apolônio "Fapo"

Este é mais um músico que encontrei por acaso neste mundão, alias, foi ele quem entrou o blog e deixou um comentário, indicando um de seus vídeos. Fui ver o vídeo, gostei muito e por este motivo ele está aqui.

Apesar de não ser um efetivo músico de Blues, ele toca muito bem slide, e isso basta para ele estar aqui.E fora isso, ele é um cara que toca guitarra havaiana, a weissenborn.

Então apresento para vocês que não o conhecem, Felipe Apolônio “Fapo”, um recifence que mora em Porto Alegre, e tem muita história boa para contar.

TB: O que você está tocando na foto é um weissenborn?

Fapo: "Isto mesmo, eh um weissenborn, que por acaso tem uma história interessante.Toco guitarra há dezesseis anos, slide sempre foi minha paixão, mais sempre achei um pouco desconfortável o fato de nao conseguir mais mobilidade no método bottleneck, sempre achei um tanto limitado, mesmo assim segui me aperfeiçoando durante os anos.




Toquei em várias bandas em recife, e até a primeira canção que escreví possuía um riff de slide (Recado P Virgulino - Mamutes no Asfalto). Fim dos anos 90 inicio 2000 com a popularização da internet vim a conhecer artistas como David Lindley, Bob Brozmann e Ben Harper, nao conseguia entender como eles conseguiam tirar aquele som de slide que me chamava tanto a atenção.Ví que eles utilizavam um violão de colo, tocando com uma barra de metal, e depois vim a descobri que se tratava de um violão havaiano.

Bem, impossível de conseguir aqui no Brasil um desses, né. Tive que me virar aumentando o traste do violão (como faz o Kelly Joe Phelps), até que em 2005 conheci o Christiaan Oyens, que também eh um admirador do instrumento, e fez a ponte para que eu conseguisse um com o Tonnella, que tinha um usado.

Bem, ainda nao era o som... pesquisei um pouco mais e em um fórum peguei o e-mail de um luthier californiano chamado William, conversamos bastante e fiz o meu pedido, ele me convenceu a levar um eletrico que ele havia construído. Bem deste início surgio uma amizade, gravei alguns sons e mandei para ele, que de amigo virou admirador do meu trabalho e me concedeu um hiper desconto no proximo instrumento que eu comprasse, um desconto praticamente de endorser. Um belo dia recebo um mail dele me dizendo que havia mostrado minhas musicas para o Ben (que Ben) ele disse Ben Harper, sou eu quem faço os instrumentos dele... quase caí para trás.

Bem, hoje possuo dois lap stell dele, um eletrico baseado no weissenborn, e uma réplica de weissenborn inteiro em koa, uma tetéia.Esta amizade fez a ponte para que eu conhecesse o Ben Harper Pessoalmente, e acompanhasse como convidado a ultima tour dele pelo brasil."

TB: Aproveitando seu conhecimento em weissenborn, quais são as diferenças dele em relação a um violão?

Fapo: "Olha, para quem olha de longe não muitas, pois visualmente possui seis cordas e um buraco no meio como diz minha esposa.

Olhando mais proximamente, a sulhueta do corpo é mais acentuada, espaçamento maior entre as cordas, e geralmente eh feito de uma unica madeira grande diferença se dá por ele ser inteiramente "oco", como ele não entorta etc só a física explica, principalmente pelo fato do braço ser quadrado.

A parte as questões materiais, isto fáz uma diferença enorme na sonoridade, projessão sonora bem maior, graves muito mais fortes e timbre único.Eh um instrumento muito interessante para emular a voz humana, e eh isso que venho tentando fazer. Eh meio complicado vc colocar um instrumento desses no colo e querer ser técnico, simplesmente nao dá, pois ele cria uma conexão com a musica que está muito além da tecnica."

TB: O Blog tem como tema o Blues, porém sua técnica de slide não pode ser ignorada e nem ficar fora dele. Sei que você segue outros estilos, sem querer rotular sua música, mas em qual ou quais gêneros ela se enquadra?

Fapo: "Olha, nao sei te dizer. Estudei violão erudito mas fui atraído para a guitarra elétrica pelo blues de BBKing e Hendrix, ainda lembro qdo escutei esta dobradinha pela primeira vez em um programa de rádio do Marcelo nova qdo tinha aprox 14 anos, as músicas eram Red House e The Thrill is Gone, e isto me colocou num caminho completamente diferente.Escuto de tudo, de tudo mesmo, amo folk e blues acustico. Como sempre gostei muito de tocar violão, cada vez mais volto ao básico, e mesmo sem querer as canções que mais me atraem na musica são as acústicas. Sempre componho no violão e uma coisa que nunca havia feito antes foi colocar um guitarrista solo na banda p que eu pudesse ficar somente no violão, para aqueles que me conhecem de outros carnavais isto soa bizarro."

TB: Muito obrigado pela sua enorme contribuição, e gostaria de deixar este espaço para seus comentários finais.

Fapo: "Fico feliz em encontrar mais paginas destinadas ao tema, acho que o blues tem um público e excelentes artistas no brasil, apenas precisa se estruturar mais para que seja sustentável. É muito fácil hoje vc encontrar com um artista excelente fazendo jornada dupla com um trabalho formal.

Muito obrigado pelo apoio e oportunidade!"



(Veja este vídeo... é muito bom !!!)

Veja e escute mais:
- Trama Virtual
- MySpace
- YouTube

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Mestre das seis cordas com Rodrigo Burin

A elegância do blues é fielmente mantida por este grande músico.

Rodrigo Burin, usa a guitarra para nos levar a passeios pelo blues. Suas bases são cheias de características próprias, difíceis de descrever em um texto, e seus solos são igualmente incríveis e geniais, pela sua simplicidade e energia.


TB: Hoje você está tocando com a Blues on the Tables, conte um pouco dessa banda, você tem alguma previsão de gravar um CD ?

RB: "A BOTT (Blues On The Table) após alguns mêses de ensaio fez sua estréia em junho de 2006 e em setembro deste ano completou sua 80a apresentação depois de uma longa temporada às sexta-feiras no Finnegan´s Pub, tradicional pub aqui de São Paulo. Nós procuramos fazer um shuffle mais dançante e alegre. Nos slows geralmente convidamos o público, que na sua maioria não é o do blues, para dançar junto à moda antiga. Acabamos de gravar o segundo CD demo com quatro músicas que logo estará disponível no site da banda para download e agora estamos a procura de novos horizontes continuando nos bares porém tentando botar um pé mais nos palcos e casas de shows."

TB: O seu som evolui cada vez mais, qual é o segredo ? Você estuda muito ou acha que o palco é a melhor escola?

RB: "Agradeço o elogio! Realmente a estrada tem sido incrível quanto a isso, não se compara , principalmente no blues em que o público é muito importante. Toco um pouco todos os dias e quando estudo mesmo, o que não é tão constante, procuro aumentar o vocabulário tirando, frases, acordes , harmonias incorporando a idéia e a intensão, sem decorar clichês.Não tenho a intenção de controlar tudo que toco, gosto de deixar ao acaso coisas que você nem lembra o que tocou porém que soou inspirado e bacana. Se tem um segredo acho que é saber tocar aquilo que escuta na sua cabeça, como se fosse um rádio embutido, não ao contrário."

TB: Uma coisa que gosto no seu estilo de tocar é que, em seus solos não existem milhares de notas rápidas e cada uma das notas tem o seu momento certo, você acredita, que os solos de blues devem ter mais feeling do que técnica?

RB: "Com certeza o feeling em primeiro lugar. O solo por si só não pode dar dúvida em que mudança ou acorde a música está, e fazer isto com mais cores e nuances é onde mora o desafio. A palavra solo não me agrada muito porque parece que o cara tá tocando sozinho, o que acontece muitas vezes, porém na verdade não é este o conceito. Procuro escutar a banda e a público, é como uma conversa em grupo. Você não pode ir chegando e despejar um monte de coisas, tem que haver um diálogo. Digo escutar a banda e o público pois também não adianta só o grupo estar antenado e a galera viajando. Não podemos esquecer que afinal das contas estamos ali para diverti-los e não ao contrário."


TB: Você usa sua guitarra direta no amplificador, sem utilizar pedais de efeito. Você não gosta de pedais ou acha que apenas as válvulas do amplificador são suficientes para o seu som?

RB: "O Blues já não pede muito destas coisas. Prefiro o som das válvulas porém é uma questão de simplicidade também.

O que não gosto é que os pedais são coisas a mais para montar, pilotar e atrapalhar.Gosto de acertar um som que goste no ampli e controlar com o volume da guitarra.

Prefiro a simplicidade assim como o Blues. "

TB: Burin, você é um grande amigo que conheci nessa estrada do blues, e por este motivo fico muito feliz em ter você fazendo parte do meu Blog. Agora deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

RB: "Roberto , parbéns pelo Blog que é único e pioneiro em falar do blues paulista e brasileiro dando infromações do que realmente acontece no dia dia por aqui, sobre quem está fazendo o blues agora ,contribuindo muito para a cena. Precisamos mais deste tipo de iniciativa. O blues ainda tem muito que acontecer aqui no Brasil que tem músicos excelentes.

Eu que fico feliz e agradeço por participar e deixo um grande abraço e sucesso a você!"




Mr. Burin, muito obrigado e muita Paz e Blues !!!

Veja mais:

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Blues com Alma - Blues pela Vida

Neste domingo, 04 de novembro de 2007, me surpreendi com muitas coisas, uma delas foi o fato de ver oito bandas diferentes, e todas com a mesma qualidade musical. Pode parecer um exagero, igualar todas as bandas, mas quem estava lá pode apreciar o melhor do blues e suas derivações.

O mais importante deste domingo foi ver que muitas pessoas, entre elas músicos, a equipe de filmagem, organizadores e tantos outros colaboradores fizeram o melhor para contribuir com o próximo.

Infelizmente o público não chegou nem perto do esperado, talvez pelo fato de ter chovido muito, por ser um feriado prolongado ou ainda por preguiça das pessoas de saírem de casa, mas uma coisa eu digo, este evento foi muito bem organizado, e deu tudo certo.

Uma banda que me chamou muita atenção foi a Alcatéia Blues, pois era a banda “mais nova”, e abriu o evento com um show maravilhoso, a segunda banda foi a Blues 4 Fun, que mostrou seu som irreverente e alegre como sempre.

A banda Marcião Pignatari e os Takes foi a terceira atração e veio com seu blues texano mais forte do que nunca, a quarta banda foi a Black Coffe, que trouxe o Soul para animar a festa. A quinta banda foi a Electric Muddy, que com seu blues maravilhoso fez a casa tremer.

Não é necessário falar da sexta atração, o mestre Sérgio Duarte e a Entidade Joe, que mostrou toda a qualidade e a energia do blues. A sétima atração foi a Cracker Blues, veterana no blues, a banda mostrou que todos sabem muito bem o que fazem e por fim, a banda TriBlues entrou para terminar a noite com chave de ouro.

Bem, dedico este pequeno artigo às pessoas que fazem e fizeram algo pelo projeto Blues pela Vida. Grande amigo Banha, Batata(irmão do Banha), Gaspar e equipe, meus irmãos de bandas de blues, Bee Scott, Ale Rossi, Marcus E. Mikhail, Cia de Teatro - Todos Em Cena que fez um espetaculo muito bacana e toda equipe do projeto.

Paz e Blues a todos !!!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Mestres das seis cordas com Marzio Lenzi

Você é capaz de imaginar um som com características do mais autentico blues texano, misturado com o swing dos guitarristas de Chicago? Bem, se você está com dificuldade de imaginar, não se torture mais.

Marzio Lenzi é o guitarrista que tem essas características em seu som, e que vamos ter a honra de conhecer um pouco do seu maravilhoso trabalho.

TB: Você tem dois projetos, o primeiro é com seus irmãos na Lenzi Brothers e o segundo seu trabalho solo. Como é tocar com seus irmãos? No seu trabalho solo você toca com algum de seus irmãos?

ML: "Tocar com meus irmãos hoje em dia já é uma coisa que rola super natural pois tocamos há mais de dez anos juntos, tem a vantagem do entrosamento musical e fica mais fácil de resolver as diferenças. Nas gigs e gravação do meu trabalho solo o Matheus toca a bateria e atualmente meu outro irmão Samuel também toca o baixo. Na gravação do disco quem tocou o baixo foi Fabiano Melo."

TB: Descobri seu trabalho por acaso, e fiquei impressionado com a qualidade do seu som, se não soubesse que você é brasileiro, diria que era algum americano. Como você chegou nessa qualidade de som?

ML: "Obrigado! Eu diria que dedicação e pesquisa são essenciais, porque no blues saber o que não fazer é tão importante quanto saber o que fazer. Com 18 anos eu já estava correndo atrás, comecei autodidata aprendendo com guitarristas mais populares no blues como Clapton, SRV, Johnny Winter... depois descobrindo os “Kings” B.B, Albert, Freddie, passando pros mestres como Muddy e cia. O negócio é aprender a linguagem e praticar muito."

TB: Você tem alguma música gravada em português? O que você pensa sobre blues em português?

ML: "Tenho muitas músicas gravadas em português, aliás o Lenzi Brothers está prestes a lançar o 3º disco e todo material sempre foi em português. É verdade que não podemos chamar este trabalho (Lenzi Bros.) de blues, talvez blues-rock em alguns momentos mas na sua maioria é rock. Quanto a questão “Blues em português”, já fui preconceituoso. Hoje em dia acho que o que importa é soar”bom”. Tenho escutado coisas que me agradam e acredito, como muitos já falaram aqui no blog que compor blues em português pode ser uma forma de renovar o público e chamar a atenção dos mais jovens para o estilo."


TB: Não é fácil ter uma banda de blues no Brasil. Quais são suas maiores dificuldades para manter seu projeto?

ML: "A maior dificuldade é encontrar lugares que abram portas para o estilo, pra gente que está em Santa Catarina é pior ainda. Hoje em dia me parece que piorou pois a mídia ignora a produção de blues no Brasil. Mas continuamos “teimando’ rsss..."

TB: Muito obrigado por sua ajuda, deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

ML: "Eu é que agradeço e lhe parabenizo pela iniciativa da criação do blog e pelo o espaço que abre para os artistas de blues.

Também convido os leitores a conhecerem meu trabalho no myspace. Abraço!"



Marzio.... seu som é muito bom.... parabéns !!!


Veja e escute mais: