Paulo Tonella é sem duvidas o nome mais importante no Brasil, quando o assunto é Blues Rural. O som que ele faz tem o corpo e a alma do verdadeiro blues e segue fielmente os passos dos primeiros mestres do slide.
Vamos ao que este Mestre tem a nos dizer.
PT: “O meu primeiro resonator eu consegui numa loja de usados em Pinheiros, há uns 10 anos. Era um da marca Dobro, de corpo de metal. Desde essa época, a minha paixão por violões resonators só aumentou. Esses instrumentos têm muita relação com o Country-Blues, foram usados em muitas gravações da época.”
Tenho usado também um bandolim com cone, afinado em G D G D, que soa mais 'Blues' na minha opinião, e uma cópia de Weissenborn em G aberto.
Não sei dizer qual utilizo mais, cada uma tem o seu lugar. Tem músicas que faço na tradicional, e às vezes em afinação aberta com slide. Varia muito do dia. Tento não amarrar muito uma determinada música com um instrumento ou afinação em particular. Claro, o arranjo inicial é feito baseado em alguma delas, mas tento ter sempre outro jeito de tocar, seja com outra afinação ou instrumento, pra poder variar um pouco. Isso ajuda também a ficar mais 'amigo' de alguma afinação que eu tenha mais dificuldade.
Gosto bastante também de C aberto(C G C G C E), mas essa estou usando por enquanto só em casa. Ainda não estou muito confortável com ela.”
PT: “Acho que o principal é você gostar e ouvir muito, como com qualquer estilo que se queira tocar. Esse é o principal. Tecnicamente, a mão que dedilha é tão importante ou até mais que a outra. É um estilo que requer uma linha de baixo, melodia e alguns "pedaços" de acordes junto... costumo dizer que o Country-Blues é um estilo solitário. Um instrumento só já resolve o problema, por isso a importância da mão (no meu caso...) direita. Mas tem que gostar. Eu escuto as 'velharias' 95% do tempo. Aquelas gravações onde o ruído é tão alto quanto a música são as minhas preferidas.”
PT: “Pra minha surpresa, o público tem reagido bem. Claro, varia bastante, mas no geral somos bem recebidos. Tem até alguns que insistem em voltar às vezes. Fico muito feliz e grato à essas pessoas. Sinceramente, quando começamos a nos apresentar, não imaginava que tanta gente aceitaria o estilo, e que alguns já o conheciam. É legal ver que nomes como Robert Johnson, Mississippi John Hurt, Leadbelly não eram estranhos à muita gente. Isso é muito gratificante.”
Paulo, muito obrigado pela sua ajuda, realmente não tenho palavras para agradecer sua participação neste Blog. Paz e Blues.
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