Amleto Barboni é um jovem guitarrista muito talentoso. Seu blues é poderoso e ao mesmo tempo sentimental.
Ele abandonou sua carreira para se enveredar nas estradas da música, e graças a isto, o blues ganhou mais um grande músico.
Ele abandonou sua carreira para se enveredar nas estradas da música, e graças a isto, o blues ganhou mais um grande músico.
TB: Você iniciou sua vida na música tocando blues ou começou com outros estilos? Conte um pouco da sua trajetória.
AB: "Aos 21 anos, por culpa do Blues, abandonei minha profissão para aprender a tocar guitarra, mas o que despertou o meu interesse na música foi uma canção chamada Homeless do Paul Simon com o grupo sul-africano chamado Ladysmith Black Mambazo, que ouvi quando era bem pequeno. Ao decidir estudar Blues, graças a um anúncio, comecei a estudar com o André Christovam. Não tinha a mínima idéia da sua carreira, ou mesmo sobre Blues feito no Brasil, só fui saber quem era depois de uns três meses estudando com ele. Logo no começo percebi que não daria para sobreviver tocando apenas Blues, e na época não estava a fim de tocar outra coisa, por isso, acabei estudando áudio e abri meu estúdio no final de 1998 que depois acabou por me firmar como produtor."
TB: Um dia estava de bobeira em casa, ai um amigo me ligou e disse, “Cara... liga a TV na Cultura, você tem que escutar o som que eles estão exibindo.”. Bem, quando coloque a TV na TV Cultura, você estava tocando, e seu som me deixo impressionado. Como foi para você fazer o programa “Blues no País do Samba”? Como surgiu esse convite?
AB: "O programa foi gravado em 2007 e foi uma das recompensas pela coragem de ter mudado de caminho para ir atrás de algo que acreditava e de todo esforço, que ainda despendo, para ser um músico melhor. O convite veio do André depois que ouviu as gravações do meu CD, que ainda não havia sido lançado. Após acompanhar toda a minha batalha e ver como eu estava me esforçando para fazer algo bem feito ele resolveu apostar em mim. Hoje em dia também estou dando aula e vejo como é difícil as pessoas terem um comprometimento com a música. O dia que tiver um aluno com a vontade que eu tinha de aprender e fazer a coisa certa com certeza também vou ajudar no que puder."
TB: Você escreveu a maioria das composições do seu álbum, conte onde busca inspiração para escrever suas letras.
AB: "No dia a dia, em personagens fictícios e em imagens de um passado que ainda está no meu subconsciente."
AB: "Usei a minha concepção, mas como sou influenciado pelo Blues essa sonoridade acaba pintando."
TB: Quais são seus projetos atuais? Com quem está tocando?
AB: "Este ano ainda sigo com o Amleto Barboni`s Thing que tem o Paulo Zinner na Bateria. Tenho outro projeto que já está na estrada, mas em fase de desenvolvimento, com o Marcos Ottaviano e o Richard Montano, chama-se "A Night At Maxwell Street" e entra em estúdio no ano que vem. Também estou gravando o material do meu segundo disco. Metade dele foi gravado com músicos americanos e a outra metade terá algumas participações inusitadas. Fora isso, nas horas livres, toco Delta Blues no trio do Theo Werneck."
TB: Amleto, é uma grande honra ter você no blog. Deixo aqui este espaço para seus comentários finais.
AB: "A honra é toda minha, todos amamos a mesma coisa, o Blues. Quanto mais nos respeitarmos e colaborarmos uns com os outros poderemos encontrar o caminho nessa encruzilhada que é conseguir tocar Blues neste país."
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3 comentários:
O disco do Amleto é muito bom. Recheado de ótimas musicas e timbres sensacionais. Vale muito a pena conhecer o trabalho dele !
O que mais me chama a atenção no Amleto é a sua simplicidade, que contrasta com o seu grande talento. Se todas as pessoas que estão envolvidos com o Blues em nosso pais, pudessem absorver um pouco da sua humildade, como certeza o cenário do Blues estaria muito melhor !
Parabéns pela entrevista.
Abraços
O som do Amleto é poderoso. Foi o grande destaque no programa da Cultura de 2007 "Blues no País do Samba". Conheço o estúdio onde ele trabalha que é um dos melhores de SP.
Amleto é mais que um músico: é uma lição de vida. É raríssimo assitir uma guinada de vida tão radical, movida, acima de tudo, pelo amor e dedicação. Entretanto, quanto mais ouço o Cd mais claro fica que ele deverai procurar um cantor para sua banda. Ou, então, deixar de se envergonhar da própria voz. Em toda as faixas o vocal está soterrado pelos demais instrumentos, escondido, eu diria. Como ele é o produtor, fica fácil entender isso.
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