Trago para o Blog um mestre, um cara que toca muito e é uma pessoa simples.
Leonardo Lobão Cançado é um grande guitarrista do Rio de Janeiro, mas não tenho muito o que dizer, é só ver e ESCUTAR este cara tocando. Observe o primeiro vídeo desta matéria e tire suas próprias conclusões. Mas já adianto, o cara é realmente um mestre.
Leonardo Lobão Cançado é um grande guitarrista do Rio de Janeiro, mas não tenho muito o que dizer, é só ver e ESCUTAR este cara tocando. Observe o primeiro vídeo desta matéria e tire suas próprias conclusões. Mas já adianto, o cara é realmente um mestre.
TB: Pelo que sei, você iniciou na música por influência do seu Pai, que te mostrou muita coisa boa do Rock e Blues dos anos 70. Como é ter o Pai como influencia e com quantos anos você iniciou a tocar? Conte um pouco da sua trajetória musical.
LL: "Meu pai também é musico e viveu nos EUA no auge do movimento de contracultura, sendo exposto à toda aquela informação in loco. Era umaficcionado por bossa nova ao chegar lá mas voltou com muita bagagemde rock, especialmente Beatles, Stones, Dylan, Crosby, Stills, Nash &Young. E foi em meio a jams sessions inspiradas por esse tipo de somque eu cresci fui exposto à música.
Com o passar do tempo adquiri minha própria bagagem: ainda bem garoto pirei no show de uma das minhas bandas preferidas até hoje, AC/DC. Escutei bastante metal na adolescência, mas os velhos Houses of the Holy (Led), Smash Hits(Hendrix) e Skull and Roses (Grateful Dead) herdados do meu pai semprerolavam na picape, alternados com Iron Maiden e afins. Gradualmente fui voltando no tempo e me ligando mais e mais nas "velharias", o que coincidiu com meu interesse real em tocar guitarra.
Clapton is God,Hendrix is the Devil, Allman Brothers e tudo mais. Mergulhei de cabeçano blues no início dos 90s, pirando em John Mayall, Howlin' Wolf,Jimmy Reed, SRV e Sonny Boy(s). A esta altura já era um caminho sem volta. Hoje meu pai ouve música brasileira e jazz, tocando basica mente bossa e alguns standards, pois não é um solista. É um músico que admiro muito, e uma grande influência."
Com o passar do tempo adquiri minha própria bagagem: ainda bem garoto pirei no show de uma das minhas bandas preferidas até hoje, AC/DC. Escutei bastante metal na adolescência, mas os velhos Houses of the Holy (Led), Smash Hits(Hendrix) e Skull and Roses (Grateful Dead) herdados do meu pai semprerolavam na picape, alternados com Iron Maiden e afins. Gradualmente fui voltando no tempo e me ligando mais e mais nas "velharias", o que coincidiu com meu interesse real em tocar guitarra.
Clapton is God,Hendrix is the Devil, Allman Brothers e tudo mais. Mergulhei de cabeçano blues no início dos 90s, pirando em John Mayall, Howlin' Wolf,Jimmy Reed, SRV e Sonny Boy(s). A esta altura já era um caminho sem volta. Hoje meu pai ouve música brasileira e jazz, tocando basica mente bossa e alguns standards, pois não é um solista. É um músico que admiro muito, e uma grande influência."
TB: Vi alguns dos vídeos da sua banda e realmente encontrei uma sintonia muito boa entre os músicos, pois tocar Allman Brothers com qualidade não é para qualquer banda. O que leva vocês a chegarem em um grau tão grande de perfeição na execução das musicas?
LL: "Bom, acho que pra perfeição ainda falta muito feijão, mas obrigado...rsrs.
Acho que a forma como a banda nasceu contribuiu muito pratocarmos esse tipo de som. Eu (guitarra), Luiz Esmiralha (guitarra evocais) e Marcello Monte (baixo e vocais) já eramos ligados em Southern Rock - especialmente Allman Brothers - há bastante tempo, e embora já tivéssemos tocado juntos em projetos anteriores, a vontadede fazer um som de rock calcado em improvisação era bem grande.
Começamos a fazer jams juntos e daí nasceu o Mamute. Sempre nos preocupamos a dar às versões uma estrutura mais livre, e músicas do Cream e Allman Brothers eram uma "plataforma de lançamento" perfeitapras nossas viagens musicais.
Pudemos contar com bateras muito bons(Zé Henrique anteriormente e Leo Novo atualmente) pra dar corda a essanossa idéia. E pra completar, como num passe de mágica, encontramos o Bama (Joe "Alabama" Tate, teclados/gaita/vocais), que na época era meu vizinho e eu descobri ser aficcionado por blues e southern rock e tertido a oportunidade de assitir nomes como Jimmy Reed (chegou a tocarcom ele!) e nada menos que o Allman Joy (o embrião dos AllmanBrothers). Nossas influências são diversas e vão de blues rural, deraiz, ao som viceral de bandas como Grand Funk Railroad e Humble Pie, mas nosso "porto seguro" é definitivamente a mágica mistura de blues,country e rock que os Allman Brothers representam como ninguém."
Acho que a forma como a banda nasceu contribuiu muito pratocarmos esse tipo de som. Eu (guitarra), Luiz Esmiralha (guitarra evocais) e Marcello Monte (baixo e vocais) já eramos ligados em Southern Rock - especialmente Allman Brothers - há bastante tempo, e embora já tivéssemos tocado juntos em projetos anteriores, a vontadede fazer um som de rock calcado em improvisação era bem grande.
Começamos a fazer jams juntos e daí nasceu o Mamute. Sempre nos preocupamos a dar às versões uma estrutura mais livre, e músicas do Cream e Allman Brothers eram uma "plataforma de lançamento" perfeitapras nossas viagens musicais.
Pudemos contar com bateras muito bons(Zé Henrique anteriormente e Leo Novo atualmente) pra dar corda a essanossa idéia. E pra completar, como num passe de mágica, encontramos o Bama (Joe "Alabama" Tate, teclados/gaita/vocais), que na época era meu vizinho e eu descobri ser aficcionado por blues e southern rock e tertido a oportunidade de assitir nomes como Jimmy Reed (chegou a tocarcom ele!) e nada menos que o Allman Joy (o embrião dos AllmanBrothers). Nossas influências são diversas e vão de blues rural, deraiz, ao som viceral de bandas como Grand Funk Railroad e Humble Pie, mas nosso "porto seguro" é definitivamente a mágica mistura de blues,country e rock que os Allman Brothers representam como ninguém."
TB: Falando em Allman Brothers, não tenho como deixar um assunto muito importante passar, os Slides. Você toca usando algum tipo de afinação qual afinação? Quando você tocou slide pela primeira vez?
LL: "Na verdade sempre fui fascinado pelo som de slide, mas meu contato coma técnica nunca passou, até um ou dois anos atrás, de brincadeiras comum vidrinho de Complexo B, sem muitas pretensões.
Por mais que tenhasido ligado em ABB desde sempre, confesso que não era exatamente um fãdo estilo do Duane. Não me aventurava a nada além de pequenas linhasde ritmo, sempre em open tuning, pois slide em straight tuning não meagradava muito.
Nos início do anos 90 eu assitia muitos shows do Blues Etílicos e do Big Allanbik, e posso estar errado, mas acho que nessa época (ou ao menos era a minha impressão) o Otávio Rocha e o BigGilson usavam open tuning. Mas depois que descobri o Warren Haynes vique era possível ir muito longe nesse tipo de afinação, ainda soando de forma convincente.
Toco hoje tanto em open G quanto em straight, mas ainda vejo a técnica de slide como um grande desafio a servencido. Não me considero um guitarrista de slide. Mas tenho estudadoo estilo e gosto de caras que tocam tanto em open (Derek Trucks,Lowell George, Ry Cooder, Marcos Ottaviano) quanto em straight (WarrenHaynes e o fantástico Otávio Rocha, que tem sido uma grande influênciaa tocar nessa afinação)."
TB: Sabemos que tocar músicas que não fazem parte do circuito comercialé algo muito complicado no Brasil. Como você vê este problema? Quaissão as vantagens e desvantagens de ser um músico de Rock e Blues noBrasil?
LL: "Vou deixar o grande circuito comercial de fora da minha análise, poisblues e rock and roll clássico nunca tiveram este espaço no Brasil, mas ainda assim vejo diferença entre a nossa geração e a que nosprecedeu. Durante o grande boom do blues aqui no Brasil - no final dos anos 80 até a metade dos 90 - a coisa era diferente, e eu acho que a orientação do público jovem fazia muita diferença. O blues e o classic rock estavam em voga e o pessoal lotava lugares como o Circo Voador para assistir bandas como Blue Jeans, Blues Etílicos, Celso e BigAllanbik. O blues-rock estava no olho do furacão. Acho que comparandocom a década passada o blues e rock perderam um pouco de terreno, o que torna as coisas ainda mais difíceis. No caso do Mamute, acho mais difícil ainda, pois somos uma banda "lado b" que não toca os grandes hits de rock, e também não somos uma banda de blues na essência.
A vantagem é fazer o som que amamos, que está na nossa veia. Mas ascoisas estão mudando, eu acho. Novos espaços têm surgido aqui no RJ,como o Bar do Frank, um oásis roqueiro numa cidade alheia ao estilo,que tem o melhor público para o qual já tive a oportunidade de tocar,e a Banca do Blues, uma iniciativa fantástica de por o blues e o rock na rua, de graça. E como o Maurício Fernandes citou na entrevista dele, tem que ser de mãos dadas. Mais uma banda na cena não é mais um pra fatiar o bolo. É mais fermento pro bolo crescer."
TB: Leonardo, é sempre muito bom trazer pessoas talentosas para o Blog.Muito obrigado pelo tempo que perdeu respondendo estas perguntas.Deixo aqui um espaço para você fazer seus comentários finais.
LL: "Roberto, eu que agradeço o convite e o parabenizo pela iniciativa. Este cenário é muito carente de divulgação, e achei muito bom ver tantas caras novas nas diversas colunas que compõe o blog.
Sou antes de músico, um consumidor voraz de música, minha grande paixão. Citando Townshend: "Find it, I've got the hear it all again; My heart hasheard the sound of harmony; Blind to it, as my tears fall again; Butit's only by the music, I'll be free" (Time is Passing - The Who).
Sou antes de músico, um consumidor voraz de música, minha grande paixão. Citando Townshend: "Find it, I've got the hear it all again; My heart hasheard the sound of harmony; Blind to it, as my tears fall again; Butit's only by the music, I'll be free" (Time is Passing - The Who).
Grande abraço!"
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