Gabriel Gratzer é um dos melhores Bluseiros Rurais que escutei tocando. Além de ter uma técnica fantástica, canta muito bem e faz dele um dos mais experientes Bluesmans da América latina.
GG: "A escola de Blues tem 7 anos junto a Mauro Diana e Gabriel Cabiaglia além de outros 15 professores, todos músicos de blues internacionais. Juntos levamos adiante este empreendimento que não é uma academia tradicional, é um lugar onde, desde as aulas de instrumentos, reuniões grupais, história do blues e teoria musical, os que entram se encontram com muita gente afim do mesmo objetivo e a mesma paixão pelo blues e quando falamos de blues desde já falamos dele em todas suas formas, sejam rítmicas, estilísticas ou regionais.
O Blues pode se apresentar em muitos aspectos, mas fundamentalmente ele pode transmitir, tratar de inculcar uma idéia, uam direção estilística, rítmica, interpretativa, os códigos, tratar que incorporem um conceito.
É um sistema muito flexível onde basicamente se fomenta um aspecto social, compartilhar as horas de aulas, de tocar, se respira blues... imagine que no Brasil houvesse uma escola de blues e em um mesmo edifício, vai subindo as escadas e em uma aula está Décio Caetano, em outra Igor Prado está dando aulas, mais acima está Flavio Guimaraez o Big Chico... e assim sucessivamente, essa é a Escola de Blues em Buenos Aires, um lugar onde se formam músicos de blues desde sua concepção mais folclórica.
Além disso a escola começa a ser como uma referência, uma estrutura organizada, produtora e motora do Blues na Argentina."
TB: Como é o cenário do Blues Argentino? Existem muitos artistas de Blues?
GG: "Acredito que, para ser sintéticos, tem que dividir as coisas em dois.
Por um lado o circuíto ou a estrutura do blues na Argentina é quase nula. Aqui não há produtoras, quase não há festivais, discográficas de blues. Quase não há rádio, nem TV para se escutar blues. Faz anos que não há revistas do gênero e apenas há alguns poucos lugares de blues na internet, independentemente das websites pessoais dos músicos.
Não há bares específicos de blues ainda que alguns programem mais blues que outros.
É dizer não há uma estrutura econônima ou um circuíto como ocorre com o tango ou o folclore.
Agora, se nos remetemos a ele estritamente musical, Argentina tem um dos cenários mais completos e de mais alto nível de blues do mundo, pelo conhecimento e formação de seus músicos, por sua forma de investigar, pela idiosincrasia do argentino para tocar, sentir e compreender o blues.
Existe uma forte corrente do blues argentino, cantado em espanhol, mas a maioria das bandas e solistas que em muitos estilos e subgêneros recriam o blues original.
Sim há, nesta rica história de blues argentino, marcos pessoais de cada um desses músicos, turnês pelo mundo, tocar com os grandes maestros do Blues dos Estados Unidos, organizar festivais, mesmo a escola de Blues é um feito inédito não somente na Argentina mas a nível mundial. A tarefa educativa que se está fazendo a nível blues com a escola de blues é única e não é tanto o resultado atual, é a base que estamos deixando para o futuro.
Então a resposta é, que a matéria-prima está e é excelente, falta agora este conteúdo todo em uma estrutura produtiva e econômica. Seguramente pensar no blues como algo massivo na Argentina seria utópico mas não é muito louco pensar em que tenha continuidade e sólida presença."
TB: Porque você conheceu o Blues? Quanto tempo você toca o estilo?
GG: "Cheguei ao blues, indiretamente aos 5 anos quando minha prima me deu de presente um disco já riscado e velho dos Beatles. Meu fanatismo por eles me fez perguntar onde eles aprenderam a tocar assim e com os anos fui investigando até que cheguei na adolescência ao blues. Fundamentalmente, cheguei às raízes, ao country blues, ao gospel e as baladas antigas.
Me sinto igualmente cômodo com o blues elétrico tradicional mas indubitavelmente minha especialização está nas origens, o homem e sua guitarra, nada mais.
Os anos me deram a possibilidade de poder investigar, escutar, aprender e seguir aprendendo, descobrindo e redescobrindo coisas. Escrever notas, viajar por todo o mundo, conhecer grandes músicos, grandes pessoas. Gerar espaços para o blues, tocar regularmente em grandes festivais e eventos no mundo e em meu país, inserir o blues em ambientes que não são exclusivos do gênero também. Ao contrário, não é a pessoa que chega ao blues mas o blues que chega à pessoa. "
TB: Você é considerado o Embaixador do Blues na América Latina. Esse título é de grande responsabilidade. Quais as vantagens e desvantagens que isso te traz?
GG: "Não é um título que me leva a uma responsabilidade pelo "título" em si. Quando fui tocar no Festival de Paris na França, depois no Japão e em Taiwan na turnê asiática, diferentes sedes diplomáticas e organismos de cultura se sentiram muito agradecidos por minha visita e não somente tive o prazer que me enviaram cartas "oficiais" à respeito mas que fui recebido e acolhido em várias sedes diplomáticas. Isto deve ter sido um feito, significativo, suponho, significativo, que um artista argentino represente ao país no exterior com o blues. Mas, isso não é tão para mim, se bem me enche de alegria. Viajar pelo mundo levando o blues significa ter a obrigação e a enorme responsabilidade de manter o respeito e a essência pelos maestros originais e de difundí-los. Os verdadeiros "embaixadores do blues" não somos quem hoje estamos recriando esta música se os maestros que nos pagaram e nos "emprestaram" esta música que hoje nos faz tão felizes.
Somos uma ferramenta, em intermédio entre aqueles e as gerações que venham ao blues.
Não esquecemos que o blues é a raiz de toda a música contemporânea rock ou pop. Então, minha responsabilidade, é fazer as coisas a consciência, ser agradecido com tudo e todos, e não esquecer que, sem o blues, não sería nada ou não estaria viajando... nem sequer contestando esta entrevista!! Ah! "
TB: Quais os principais bluseiros com quem você já tocou?
GG: " Nestes anos abri quase todos os shows de blues internacionais que tiveram lugar em Buenos Aires sobretudo no Blues Special Club, as lendas do blues que Adrián Flores trazia para Argentina faz uns anos. Mas não só fui abrir esses shows, também fui poder compartilhar momentos com eles, conversar, perguntar, tocar informalmente em muitos casos... Toquei na abertura de show (telonero: conjunto menor que abre um show) de músicos como John Primer, Billy Branch, Dave Myers, Eddie C. Campbell, Jimmy Dawkins, Larry McCray, James Wheleer, Lorenzo Thompson, Raful Neal, Eric Burdon, Lurrie Bell. Pude tocar no Brasil com o grande bluesman Décio Caetano uam excelente pessoa e músico, e o gaitista Robson Fernandes. Foi um grande aprendizado também compartilhar uma forma de ver e de tocar o blues talvez afastados uns dos outros nas capacidades técnicas e nas enormes virtudes instrumentais de Décio, perante minha forma um pouco mais limitada de tocar, por exemplo, mas absolutamente unificados na forma de "falar" o blues. Aí fomos verdadeiros irmãos sobre o palco.
Muitos dos meus colegas como daniel Raffo, Roberto Porzio o mesmo Mauro Diana, tem sido parte ativa dos shows internacionais de Buenos Aires e em turnês junto aos grandes maestros, mas também para mim, o fato de poder ser parte dessas noites e não só tocar antes que os grandes bluseros dos Estados Unidos, mas depois poder aprender como espectador ou compartilhando momentos na semana com eles, é INVALORABLE . "
TB: Gabriel, é uma grande honra ter você no meu Blog, deixo agora um espaço para seus comentários finais.
GG: "Queria agregar meu enorme agradecimento com as pessoas do blues do Brasil. Não queria me esquecer de nada assim que, através do teu distinto Blog faço extensivos agradecimentos a todos.
Ocasionalmente tem vindo músicos do Brasil para a Argentina e, em menor medida alguns argentinos tem ido ao Brasil, eram laços muito esporádicos.
Creio que está inaugurada, uma nova Era. De pouco e muito claramente começamos a descobrir que as distâncias não são TALES porque o blues não tem fronteiras e que, como nunca, se está começando a dar uma coisa recíproca muito linda.
Ir de turnê para o Brasil com Décio Caetano, conhecer seus músicos, sua gente, tocar com Robson Fernandes, estreitar laços com Lethal Level Records que me convidaram para tocar na sua festa de lançamento em Curitiba e colocado meu primeiro CD, e trouxemos Décio a Buenos Aires, e também por outros colegas, chegaram aqui Big Chico, Flavio Guimarez e depois o excelente guitarrista Igor Prado, e agora estarei pelo Brasil novamente.
Não sei se podemos falar de um Mercoblues... atuar em todos os países sulamericanos há uma grande paixão emergente em muitos países sem tradição de blues mas, sem dúvidas que a forma de sentir o blues com os irmãos do Brasil é muito similar e creio faremos grandes coisas juntos, é hora de pensar, mais lá dos caminhos de cada um como músico, em seguir juntando esforços para que o blues cresça, no fim das contas, o bem estar do blues é o êxito de todos, na medida que a essência que os maestros nos deixaram siga firme.
Obrigado e um afetuoso cumprimento a todos os amigos do Brasil!"
Tradução: Alexandra M. Levatti (Muito obrigado !!!!)
Por un lado el circuíto o la estructura del blues en Argentina es casi nula.
Aqui no hay productoras, casi no hay festivales, discográficas de blues. Casi no hay radio ni TV donde escuchar blues. Hace años que no hay revistas del género y apenas hay algunos poços sítios de blues en internet, independientemente de lãs website personales de los músicos.
Ahora, si nos remitimos a lo estrictamente musical, Argentina tiene una de lãs escenas más completas y de más alto nível de blues del mundo, por el conocimiento y formación de sus músicos, por su forma de investigar, por la idiosincracia del argentino para tocar y sentir y comprender el blues.
Si hay, en esta rica historia del blues argentino, hítos personales de cada uno de esos músicos, giras por el mundo, tocar con los grandes maestros del blues de Estados Unidos, organizar festivales, mismo la Escuela de Blues es um hecho inédito no solo en Argentina sino a nível mundial. La tarea educativa que se está haciendo a nível blues con la escuela de blues es única y no es tanto el resultado actual, es la base que estamos dejando para el futuro.
GG: "Llegué al blues, indirectamente a los 5 años cuando mi prima me regalo um disco ya rayado y viejo de los Beatles. Mi fanatismo por ellos me hizo preguntar de donde habían ellos aprendido a tocar asi y con los años fui investigando hasta que llegué en la adolecencia al blues.
Fundamentalmente, llegué a lãs raices, al country blues, al gospel a lãs baladas antiguas. Me siento igualmente cômodo con el blues eléctrico tradicional pero indudablemente mi especialización esta en los orígenes, el hombre y su guitarra, nada mas.
Los años me dieron la posibilidad de poder investigar, escuchar, aprender y seguir aprendiendo y descubriendo y re descubriendo cosas. Escribir notas, viajar por todo el mundo, conocer grande músicos, grandes personas. Generar espacios para el blues, tocar regularmente en grandes festivales y eventos em el mundo y en mi país e insertar el blues em ambientes que no son exclusivos del gênero también. Más bien no es uno el que llega al blues sino el blues que llega a uno."
TB: Tu es considerado el embajador del Blues en la America Latina. Ese título es de grande responsabilidad. ?Cuáles las ventajas y desventajas que eso trae para ti?
GG: "No se um título que me lleve uma resposabilidad por el “título” en si. Cuando fui a tocar al Festival de Paris, en Francia y después a Japón y a Taiwan en la gira asiática, diferentes sedes diplomáticas y organismos de cultura se sintieron muy agradecidos por mi visita y no solo tuve el placer que me enviaran cartas “oficiales” al respecto sino que he sido recibido y agasajado en varias sedes diplomáticas. Esto debe haber sido un hecho, significativo, supongo, significativo, que un artista argentino represente al país en el exterior con el blues.
Pero, no es eso lo relevante para mi, si bien me llena de alegria. Viajar por el mundo llevando los blues significa tener la obligación y la enorme responsabilidad de mantener el respeto y la esencia por los maestros originales y de difundirlos. Los verdaderos “embajadores del blues” no somos quienes hoy estamos recreando esta música sino los maestros que nos legaron y nos “prestaron” esta música que hoy nos hace tan felices. Somos uma herramienta, un intermédio entre aquellos y las generaciones que vienen al blues.
No olvidemos que el blues es la raiz de toda la música contemporánea rock o pop.
Entonces, mi responsabilidad, es hacer las cosas a conciencia, ser agradecido con todo y todos, y no olvidar que, sin el blues, no sería nada o no estaria viajando...ni siquiera contestando esta entrevista!! je"
Ocasionalemente han venido músicos de Brasil a la Argentina y, en menor medida algunos argentinos han ido a Brasil, eran lazos muy esporádicos.
Creo que se há inaugurado ahora, una nueva Era. De a poço y muy claramente empezamos a descrubrir que lãs distancias no son tales porque el blues no tiene fronteras y que, como nunca, se está empezando a dar una cosa recíproca muy linda.
2 comentários:
Educação sempre, se for com blues então...òtimo!
Beijo
Hola!, mi nombre es Soledad, de Argentina. Quiero felicitar a Gabriel Gratzer, por que es como el dice el "embajador del blues de America Latina" por su talento y dedicación, y además porque con mucho empeño y esfuerzo en la dirección de la "escuela de blues",aporta muchísimo sobre el estilo y nos ayuda a quienes queremos aprender dia a dia. Saludos!!! sol http://www.magnoliarock.com.ar
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