Do maracatu ao blues, Wagner Vasconcelos, mostra toda sua versatilidade na música. Um baterista que apesar de sua pouca idade, 21 anos, já é um profissional, dando aulas e trabalhando como músico contratado, além de fazer um trabalho inacreditável com a Black Coffee.
A mistura de outros ritimos ao blues é algo notável no seu som, isso faz com que sua música fique mais rica e agradável.
Aconselho aos amantes da boa música assistir este mestre tocando ao vivo, pois realmente é algo fantástico.
A mistura de outros ritimos ao blues é algo notável no seu som, isso faz com que sua música fique mais rica e agradável.
Aconselho aos amantes da boa música assistir este mestre tocando ao vivo, pois realmente é algo fantástico.
TB: Você é um músico com muito tempo de estrada, e relativamente pouco tempo no Blues. Como você conseguiu se adaptar rapidamente ao estilo?
WV: "Meu ingresso no blues deve-se inteiramente à Black Coffee. Foi uma escola tocar com eles, tirar o repertório, tocar nos festivais, emissoras de televisão e em casas de shows voltadas ao blues. A Marafa Blues também foi uma grande influência, foi a primeira banda de blues de verdade que vi ao vivo e tive oportunidade de acompanhar grandes momentos com eles. Acho que a melhor maneira de se adaptar a um estilo é tocando ao vivo, “dando a cara à tapa”, por que assim você se preocupa de verdade com o som que você tira do instrumento e todo seu desempenho. Outra coisa fundamental é tocar com pessoas diferentes, para saber como construir seu som a partir das peculiaridades sonoras que cada músico tem. E sempre que surge uma oportunidade estou tocando um blues com a galera."
TB: Qual a maior dificuldade de se tocar o Blues?
WV: "Para entender e reproduzir as mesmas notas, as mesmas levadas ou a mesma idéia pode ser simples. Mas fazer com que isso tenha a “pressão” que o blues exige é complicado. Seria “empurrar” a banda toda ao mesmo tempo em que não sai do lugar, entende? Ficar naquela levada, tocando as mesmas notas, mas ao mesmo tempo você sente o som crescendo, sente a sinergia rolando. Coisa que só o Blues tem. É isso que eu busco no meu som ultimamente. Ta sendo bem difícil...rsrs"
TB: No blues o entrosamento da bateria e do baixo é fundamental, então quero saber quais as principais características de um baixista, para que o seu som fique completo?
WV: "Gosto de tocar com todo mundo. Acho que sempre aprendo algo novo quando toco com um baixista diferente. Mas prefiro aqueles baixistas que ouvem o que está acontecendo com a música no exato momento em que estão tocando e criam algo para somar no som. Acho interessante quando o baixista conhece harmonia, pois assim ele escolhe as notas com um sentido mais profundo. E melhor ainda quando além da harmonia ele sabe tocar diversos ritmos além do blues, como o jazz, country, mambo, cha-cha-cha e os ritmos brasileiros que é a nossa música, nossa cultura e têm que ser tocados por nossos músicos. Acho lindo quando o cara sabe tudo isso. Você nunca fica tenso tocando. Aquele pensamento “Meu Deus, e agora, pra onde essa música vai???” nunca vem com esses baixistas...rsrsrs."
TB: Já vi muitos shows da Black Coffee, e acho fantástico quando você adiciona ao Blues elementos de outros estilos. Como você faz isso? Tem a hora certa para esta mistura?
WV: "Eu sempre gostei de tocar vários gêneros de música e adoro muito a nossa música brasileira, que é a mais “swingada” do mundo. Praticamente me realizo tocando maracatu, ijexá, coco, frevo e de certa forma tenho uma tendência a tocar solto, sem ficar segurando a mesma levada a música inteira. Assim, acabo misturando vários ritmos na mesma música, quando tenho a liberdade de improvisar.
Só que o Blues já tem uma cozinha mais marcada com variações mais sucintas e discretas, com o baixo e a bateria caminhando juntos para dar uma sustentação para a melodia. Por sorte encontrei na Black Coffee músicos de “cabeça bem aberta”, que sempre me deram liberdade para tocar no estilo que toco. A partir de então, tentei aliar minha maneira solta de tocar à linguagem do blues.
A “hora certa” de misturar é a hora que seu coração manda. Na maioria das vezes não tem nada planejado, é simplesmente improviso. Você vai ouvindo uma idéia aqui, toca outra ali, interage, até chegar uma hora que a emoção te carrega e te joga dentro de um outro universo musical e você tenta achar os pontos em comum entre os ritmos (para não ficar muito drástica a mudança) e acaba rolando essa fusão."
TB: Muito obrigado pela sua grande ajuda. Gostaria de deixar um espaço para seus comentários finais.
WV: "Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-lo pelo Terremoto Blues Blog. Poucos tomam iniciativa de fazer algo pela música e pelo Blues do jeito que você está fazendo. Para mim, este blog serve como uma "aula de blues". Queria desejar muito sucesso e vida longa ao blog, agradecer esta oportunidade de escrever aqui e muito som sempre, muita música, muito blues para todos."
Muito obrigado.... de coração !!!! Paz e Blues.
- Black Coffee
- Black Coffee - Myspace
- Q N Quarteto (Instrumental Brasileira) - Myspace
3 comentários:
O Wagner foi um grande presente que a Black Coffee ganhou. Músico de feeling e técnica impecável. É o maestro da banda hehehe.
Além disso é um cara divertido, simples, inteligente, sensível, carismático, etc... ou seja, um carinha realmente especial.
Robertão... Parabéns pelo Blog, como sempre está muito bom.
Costelinha, querido, você é meu baterista de coração e meu amigo de alma.
bjs à todos.
Bel
Black Coffee
Cuuuuuustelaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!
Adoro vc como meu irmão, como baterista e como mestre!!!
Tem um talento excepcional, conhece música como ninguém...não se prende a nenhum tipo de música...gosta de todos e isso enriquece cada vez mais seu som e das bandas que toca...
Sei que rasgar seda é um sacrilégio...então vamos queimá-la!!!!....ahahahahahahahahahaha
Amo vc, irmão!!!!
Beijo
Alê
Electric Muddy / Marafa
Já conferi o Wagner ao vivo e realmente demonstrou técnica em todas as vertentes dentro do som da Black Coffee.
Abraços
Marcus Mikhail
Postar um comentário