segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cozinha do Blues com Emanuel Sofia

Uma banda de Blues é definida pela forma que o baterista toca, e no Brasil temos muito poucos bateristas neste estilo, então o blog traz um ótimo exemplo de como se toca o verdadeiro Blues.

Emanuel Sofia é um talentoso baterista de Santa Catarina, que possui uma levada característica de Chicago das décadas de 50 e 60, somado ao nosso swing.

TB: Como você iniciou sua vida musical? Quem são suas grandes influências?

ES: "Sou um admirador e um humilde colecionador de blues , procurando desde sempre conhecer todos os mestres e todos os tipos de blues , com isso minha paixão foi aumentando tanto que me fez procurar um instrumento que sempre tive atração que foi a bateria , isso aconteceu final de 2002 e desde então to nesse caminho do blues. Minhas maiores influências de bateristas dentro do blues são : Freddy Below , Oddie Payne e Willie Big Eyes Smith , todos eles são bateristas fora de série que sempre me inspiraram muito com sua criatividade , excelente técnica e um feeling sensacional que é o que mais me atrai."


TB: Bateristas de Blues são raros no Brasil. Vi alguns vídeos da sua banda e percebi que sua linha é bem a de Chicago, anos 50 e 60. O que te levou a fazer esse tipo de som?

ES: "Sempre fui um amante do blues negro principalmente . Sou apaixonado por : Muddy Waters , Little Walter , Otis Rush , Willie Dixon ,The Aces ,T-Bone Walker , dentre outros. Todos ótimos músicos desta época que fizeram eu me apaixonar por essa linha de blues dos 50´s e 60´s e vendo eles tocar através de vídeos e cds . com isso me levaram a conhecer muito mais artistas de blues desta década .

Gosto Muito de Bateristas de Jazz , desses vídeos preto e branco dos anos 50 , daquelas baterias reduzidas , sou apaixonado por isso .Através disso que comecei a direcionar meu estilo de tocar para essa vertente do blues da década de 50 e 60 , que é a linha que eu procuro tocar , estudar e aprender cada vez mais. "


TB: O baterista é o músico que fica atrás da banda, digo isso fisicamente. É a pessoa que tem uma visão geral de todos os músicos, quando estão no palco. Conte, como é a visão do show pelos olhos de um baterista?

ES: "Para mim a visão é uma coisa maravilhosa , poder acompanhar diretamente o público a reação da platéia que esta sempre na maior parte das vezes de frente com o baterista, os detalhes do show , da banda , coisas que nem sempre todos conseguem acompanhar como o baterista que esta atrás sempre visualizando tudo que acontece durante o show como :som, timbres e tudo mais numa posição mais previlegiada que os demais , é a pulsação total é quem direciona a banda pra onde quer, apesar de aparecer pouco devido a localização da bateria , é o coração da banda principalmente no blues . É assim que eu vejo pela minha visão como baterista."

TB: Geralmente os guitarristas e gaitistas se preocupam com o timbre de seu som. Você tem essa preocupação? Você usa peles, pratos ou baquetas específicas para tocar?

ES: "Tenho muita preocupação com isso sim , sempre fui atrás para adquirir um instrumento vintage de qualidade , até que acabei achando , uso uma bateria pingüim 1979 toda original e com peles porosas Gope em todas as peças .Para mim é a bateria ideal para o tipo de musica que eu toco que é blues. Sobre baquetas específicas eu .gosto muito das baquetas Ibanez Série Jazz e Michael 7ª , gosto muito de vassorinhas também."


TB: Emanuel, muito obrigado por sua participação neste blog, fiquei muito contente. Deixo aqui um espaço para seus comentários finais.

ES: "Primeiramente queria agradecer a você Roberto por esta oportunidade nesse blog tão respeitado de blues que da o valor que o blues merece não o deixando morrer e divulgando cada vez mais o blues no Brasil .

Quero agradecer também a meus amigos , colegas , familiares e a todos que sempre acreditaram em mim , principalmente a banda que eu toco : Tiffany Harp & Capone Brothers , que graças a essa galera to conseguindo cada vez mais o espaço que sempre procurei para mostrar a minha batera dentro do blues , sempre levando uma frase que sempre me ajudou muito e até hoje ainda me ajuda , que é a seguinte ‘’ Menos é Mais’’ , grande abraço a todos e muito obrigado pela oportunidade."






Vídeos da Semana com dois novos talentos do Blues

Francine Bessie fazendo Dallas.




Ensaio de Diego Martins e Mad Fulton's House, fazendo uma versão do clássico The Thrill Is Gone.


terça-feira, 23 de junho de 2009

Gaita não é Brinquedo com Tiffany Harp

A gaita tem muitos representantes importantes no Brasil, pessoas que fazem muito por este pequeno instrumento, e agora trago para as páginas do Blog, uma jovem gaitista. Com apenas 23 anos de idade, Tiffany Helga dos Santos, mais conhecida por Tiffany Harp, vem de Itajaí-SC, mostrar seu enorme talento.

Quando escutei o som que essa garota faz, pensei que estava ouvindo o velho e bom Blues de Chicago. Ao ler este comentário, vocês podem achar que estou exagerando, mas ela é uma gaitista incrível e que vai muito longe nas estradas do Blues.

TB: A gaita é um instrumento visivelmente fácil de se tocar, mas geralmente é uma armadilha, pois quem subestima este pequeno instrumento, geralmente não tem grande sucesso. Como é que a gaita foi fazer parte da sua vida? Fale um pouco da sua historia na música.

TH: "Desde sempre a música fez parte da minha vida, sempre tive enorme interesse. Inicialmente, fiz aulas de violão, aprendi desde rock clássico até ritmos de samba e bossa-nova,na época minhas influências eram: Beatles, Jethro tull .

O interesse pela gaita surgiu quando peguei uma Butterfly (gaita chinesa) da estante da minha casa e tirei sons clássicos dos Beatles. Minha paixão por este instrumento começou neste dia, no outro já estava com uma gaita diatônica.

O Blues fui conhecendo aos poucos em casa e nos bares,me identificando rapidamente como nunca me identifiquei com nenhum estilo musical. Conheci de primeira o mestre Sonny Boy Willianson 2, e Howlin’ Wolf e Little Walter um tempo depois ,que é minha principal influência nos dias de hoje. Na época abandonei o violão e desde 2003 venho me dedicado somente a Gaita."

TB: Vi um vídeo seu, tocando Juke, uma música consagrada e eternizada por Little Water, então é fácil deduzir que uma das suas influências musicais é este mestre. O que quero saber é qual ou quais gaitistas brasileiros tem alguma influencia em seu som.

TH: "Sempre tentei buscar a minha própra sonoridade ouvindo direto da raiz” , e acho que grande maioria dos gaitistas fizeram isso. Cada um deles, tocam de forma diferente esses grandes mestres dos anos 50 .
Acho isso bom, pois cada um adquiriu uma musicalidade diferente e é isso q difere um do outro. Eu tenho admiração por vários gaitistas que fazem isto de modo muito interessante como Flávio Guimarães, Robson Fernandes , Sérgio Duarte , Andy Boy entre vários."

TB: No Blog tive a honra de entrevistar grandes musicistas, que fazem um Blues de muita qualidade, e para minha surpresa me aparece uma gaitista incrível, que domina como poucos a gaita. Como você vê a participação das mulheres no Blues nacional?

TH: "Está cada vez maior a participação dessas grandes mulheres se apresentando no cenário do Blues no Brasil. Elas apresentam com muito conhecimento , muita paixão e sensibilidade.É gratificante as mulheres musicistas terem esse espaço, e que continue cada vez mais. Isso é o resultado de um trabalho que elas merecem."

TB: Quais os projetos que você tem hoje? Com quem anda tocando?

TH: "Meu grande projeto é minha banda Tiffany Harp & Capone Brothers, tocamos blues da década de 50 e 60’s interpretando grandes nomes do Blues, como Muddy Waters, Little Walter, Big Walter , Sonny Boy 2 , Junior Wells."


TB: Tiffany, é um grande prazer ter você por aqui. Deixo agora um espaço para seus comentários finais.

TH: "Obrigada Roberto por ter cedido este espaço, é muito bom compartilhar essa entrevista com todos. Quero agradecer a minha família , principalmente ao meu pai Everaldo que sempre me apoiou desde o inicio. Um abraço especial à minha banda que vem acreditado em mim quase 2 anos nessa estrada do Blues, sem eles não estaria onde estou agora.

Valeu a todos!"







Escute mais:

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Vídeos da semana

Décio Caetano e The Brothers e Toyo, fazendo um som de outro mundo.



Tiffany Harp and Capone Brothers Blues Band, fazendo Too Late(Little Walter). Em breve teremos uma super entrevista com essa jovem gaitista.




Mais um do Mestre Décio Caetano, fazendo seu som Coisas, deixando o violão chorar usando seu Slide.


Mandem seus vídeos de Blues, se for bom... será publicado.

sábado, 13 de junho de 2009

Mestre do Slide com Paulo Silva

Paulo Silva é um músico espetacular, que saiu das nossas terras para se aventurar na Austrália.

Graças à internet encontrei este talento e agora trago ele para mostrar um pouco do seu maravilhoso som.

TB: O Weissenborn Guitar não é um instrumento muito fácil de achar no Brasil. Qual foi seu primeiro contato com o Weissenborn Guitar? Você já tocava outro instrumento?

PF: "Concordo, o Weiss é praticamente inexistente no Brasil. Sempre curti Ben Harper e esses caras, mas nunca tentei tocar o slide. Quando vim para a Austrália comecei a tocar em alguns bares e me apaixonei por Delta Blues e por aqueles caras dos anos 20, 30, 40 e 50. Eu cai de joelhos quando descobri aquela musica.

Eu toco Violão desde os 14 anos de idade, mas eu sempre tocava com a afinação normal... confesso que chegou um momento em que ficou monótono. O Blues veio e começou a mudar a minha musica.

Dai eu me deparei com Blind Willie Johnson, pra mim o maior nome no slide guitar até hoje. Eu tive uma experiência sobrenatural ouvindo aquela musica. Eu tinha acabado de me mudar para a Austrália e estava começando a aprender Inglês.... foi fantástico estar no ano de 2007 e entender a mensagem de um cara que foi gravada em 1921.

Sobrenatural, Blind Willie Johnson era cego, muito pobre e usava a musica para pregar o Gospel...tocava slide com tamanha precisão, decidi "vou tentar!". Foi uma das melhores decisões que eu fiz na minha vida. Toco a apenas dois anos, mas sei que comecei a tocar na hora exata... tudo tem seu tempo."

TB: Como você afina o Weissenborn Guitar? O seu Weissenborn Guitar tem alguma característica especial? Ele é elétrico?

PF: "Então brother, eu uso mais ou menos seis afinações diferentes. Sou apaixonado por CBCCBC, DADDAD, GBDGBD, FAEFAE... tem mais um montão. Consegui achar na Internet mais de 60 afinações diferentes... aí, fui lá e tentei uma por uma, algumas não fazem sentido algum, mas outras são fantásticas!

No momento eu tenho um Marlon Chiquinato Weissenborn Style 4, esse é feito todo em Mogno e tem um som animal!. Eu acabei de adquirir um novo instrumento, é um Oahu Squareneck Guitar, também em Mogno e feito em 1937... esse instrumento é um sonho. Confesso que estava sonhando em adquirir um desses a dois anos, finalmente consegui!. Agora estou me preparando para adquirir um Rickenbacker B Model elétrico, outro de 1937. Esse seria o meu setup perfeito, dois acústicos e um elétrico.

Falando em setup, também uso um BBE Acoustimax para o Weiss e Oahu, é um preamp bem legal. Uso K&K Sound Ultra-Pure Western pickups nos dois, fiquei surpreso com a fidelidade de reprodução do som. Cordas, uso Elixir... elas duram de 3 a 5 vezes mais que as cordas normais, vale a pena."

TB: Como foi que você foi parar na Austrália? Qual é a rotina de shows por ai? Como é o publico?

PF: "Austrália, foi um pouco louco o que aconteceu. Conheci minha esposa no Brasil em 2003, ela voltou para a Austrália enquanto eu fiquei no Brasil até o fim de 2005. Foi aí que mudei pra cá e recomecei a tocar, eu estava meio parado com musica mas quando cheguei aqui vi que as pessoas amam a Musica Brasileira e minha esposa me incentivou a ir e tocar em bares. Confesso que as minhas pernas tremiam ahaha.

A cena musical na Austrália é muito competitiva, mas do que no Brasil na minha opinião. Acredito que pelo fator econômico. Aqui os impostos são mais baixos, então você consegue comprar bons instrumentos, pedais e etc.,. Então, todo mundo que gosta de musica tenta ser musico.

O publico aqui é bem receptivo, quando eu falo:"Meu nome é Paulo Silva, vim do Brasil para tocar algumas musicas para vocês", as pessoas param de conversar e começam a ouvir aquilo que você vai tocar. Tem pessoas aqui em Melbourne que nunca viram um brasileiro antes!, então o publico vem, conversa com você, pergunta sobre o Brasil e etc.,.

Ser brasileiro fez com que algumas portas fossem abertas. Estou sempre tocando Ao Vivo em programas de Radio e já participei em um programa de TV. Resumindo, competitivo mas estamos andando pra frente aos poucos."

TB: Com quem você toca ai na Austrália? Foi fácil montar uma banda?

PF: "No momento toco o meu show sozinho. Eu tenho algumas parcerias com bateristas na região onde vivo, mas apenas uso bateria em shows maiores. Aprendi aqui que fazer contatos é muito, mas muito importante... por isso sempre colaboro nos shows de outros músicos. No momento, quando não toco sozinho, eu estou dividindo o palco com Will Berg, Ewan Cloonan, Eden Parris, Dave Walker Band e The Hannafords."

TB: Você tem algum projeto para lançar um material próprio?

PF: "Sim. Tenho uma quantidade enorme de material para ser lançado. Estou juntando fundos para fazer uma boa pre-produção, gravação, mixagem e espero que até o fim de 2009-inicio de 2010 eu consiga entrar no estúdio e gravar meu primeiro álbum..... tenho que fazer isso logo, já vou completar 30 anos de idade!

Tenho um outro projeto bem interessante. Juntei músicos do mundo todo para lançar um álbum digital com musicas originais. É um projeto que será lançado até o fim deste ano e conta com músicos do Brasil, Franca, Itália, Estados Unidos, Austrália e mais alguns paises que estamos negociando. A idéia é deixar o Álbum disponível para download de graça ou pago. Você escolhe. Com certeza darei mais informações no futuro."

TB: Paulo, obrigado pelo carinho e por dedicar seu tempo respondendo para o Blog. Deixo aqui este espaço para seus comentários finais.

PF: "Eu que agradeço Roberto e leitores do Blog. Me sinto honrado em poder responder as suas perguntas. Gostaria de mandar um abraço a todos no Brasil e pedir a vocês que continuem apoiando os músicos independentes no Brasil e no Mundo.

Aguardo a sua visita no meu website, myspace e youtube channel. Ficaria muito feliz de me corresponder com outros músicos.

Abraço"


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Chicago Blues Ladies - Encontro dos talentos do Blues

(Francinni Bessie (SP) , Johaine Droppa (PR) e Hilmara Fernandes (MG))

Curitiba foi o palco de um dos melhores encontros de Blues Nacional deste ano.

No dia 26 de maio de 2009, três das mais importantes bluseiras do Brasil se encontraram no Wonka Bar. As meninas Johaine Droppa (PR), Francinni Bessie (SP) e Hilmara Fernandes (MG) colocaram o bar abaixo fazendo grandes clássicos do blues.

A banda de apoio foi liderada pelo sócio deste Blog, Décio Caetano, um dos cinco melhores guitarristas de Blues do Brasil, segundo a MTV.

Alem do mestre, a banda estava formada por Edu Mella(Baixo), Fernando Rivabem(Bateria) e Márcio Rosa(Percussão).


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Nosso Blues perde um Amigo

Edu Soliani faleceu por disfunções hepáticas no sábado 30 de maio de 2.009, com isso o Blues Nacional perde um grande aliado.

Ele foi responsável por divulgar o Blues em seus programas de TV e Rádio Web e mostrar o talento de novos artistas do gênero.

O Edu foi um grande amigo que encontrei nas encruzilhadas do Blues e sei que agora ele está junto dos grandes mestres do Blues.

Paz meu irmão.

Leia mais:

terça-feira, 2 de junho de 2009

Vídeos da Semana com Décio Caetano

Sem duvida nenhuma, Décio Caetano é um dos melhores guitarristas de Blues do Brasil.

Comprove isso vendo os vídeos de sua apresentação em Curitiba, no Wonka Bar.






06/06 - Cracker Blues -Blackmore - Lançamento oficial do CD;