quinta-feira, 3 de abril de 2008

Trabalhando pelo Blues com Ricardo Côrte Real

O nosso blues continua na estrada por pessoas como Ricardo Côrte Real, que além de um músico extraordinário, trabalha mostrando novos talentos e levando o blues por onde passa.

Ele é uma pessoa que sabe muito sobre o assunto, conhece muita gente liga ao estilo, está sempre envolvido nos eventos e apesar de tudo isso, ele é um cara simples e sempre pronto para um boa conversa.

TB: Sua paixão pela música é evidente e sempre que um evento de Blues é realizado em São Paulo, seu nome sempre é lembrado, para ser o apresentador do evento e também fazer parte dos shows. Mas como isso começou? Onde iniciou esse envolvimento com o Blues?

RCR: "Ouvi música boa desde a infância graças ao meu pai e os meus tios Roberto e Dirceu que eram fanáticos, principalmente pelo Jazz.

Comecei a estudar piano com 5 anos, mas aos 11 tive minha primeira visão de um cara tocando guitarra, era o Trini Lopez, e eu pensei: "Quero fazer isso".

Larguei o piano e comecei a ter aulas de violão, quando pintaram os

Beatles, Stones e cia. fiquei vidrado e ganhei minha primeira guitarra!

Isso foi no meu aniversário de 12 anos. Daí para frente ouvi e toquei muito Blues achando que era Rock´n´Roll e só mais tarde descobri o que era o Blues, e me apaixonei, claro!

Muitos anos depois... em 1993, me chamaram para apresentar os festivais Nescafé´n´Blues durante suas três edições, depois outros festivais e eventos surgiram."

TB: Você foi à pessoa que fez o blues paulistano renascer, com seu extinto programa "A Casa do Blues", na Kiss FM. Você revelou muitos talentos naquela época, mas hoje não temos muitas opções no Rádio para o nosso blues. Você tem algum projeto para voltar com um programa de Blues? Como foi sua experiência com "A Casa do Blues"?

RCR: "Não acho que fiz o Blues Paulistano renascer, mas dei minha contribuição para que houvesse uma maior divulgação das bandas de Blues, principalmente as de SP, durante os quatro anos em que a Casa ficou no ar. Antes disso, e até hoje ( esse ano faz 15 anos ) o Caio Ávila já
vinha divulgando o Blues com o seu Blues Power na USP FM.

Foram quatro anos muito bons, aprendi muito com os ouvintes e com as bandas que foram ao programa. Fizemos programas com artistas nacionais e internacionais tocando ao vivo no Kiss Club, prgramas especiais com entrevistas, enfim, acho que fiz um trabalho reconhecido pelos ouvintes e pela comunidade do Blues e isso me alegra bastante. Por isso considero um desrespeito tremendo com os ouvintes e comigo a retirada do House of Blues do ar pela Kiss.

Como pode uma emissora que se dizia Classic Rock abrir mão do Blues? Mas enfim, foi assim...

Tentei um espaço em outras emissoras para fazer um novo programa de Blues sem sucesso. De repente, através do Caio veio o convite para fazer um programa de Jazz na USP FM, e desde dezembro de 2007 estou produzindo e apresentando o Jazz Caravan nos 93,7 no mesmo horário em que eu fazia o House, domingos às 20h. E estou bem contente mostrando os grandes nomes do Jazz e apresentando os talentos Made in Brazil para os ouvintes."

TB: Hoje você está com duas Bandas maravilhosas, a Blues 4 Fun e a Ricardo Corte Legal. Fale um pouco sobre essas Bandas. Você tem mais algum projeto?

RCR: "Obrigado pelas maravilhosas!

A Blues 4 Fun já existe há 8 anos e é uma banda formada com amigos de longa data e com um perfil bem diferente das bandas de Blues tradicionais, tanto que coloquei o nome Blues 4 Fun para dizer de cara qual o nosso objetivo: Diversão! Por isso o repertório acabou tendo de
tudo um pouco, até Blues! Já a Côrte Legal, batizada assim pelo Baby Labarba, foi uma banda que surgiu dessa mania que eu tenho de fazer Jams e que está crescendo cada vez mais. Conheci o Baby ( gaitista e vocalista ), a Alcione ( baterista ), o Mottinha ( guitarra ) e o Will (teclados) nas Jams que tenho comandado no Mr. Blues e no Paddy´s Pub, e o Claudinho ( baixo ) que é meu amigo desde os anos 60, reencontrei nas Jams do Mr. Blues. Estamos elaborando um pouco mais o repertório para caber o que a gente mais gosta no Blues e as músicas em que recebemos os
"canjeiros " que vem se divertir com a gente."

TB: Me divirto bastante nos seus shows, principalmente quando você faz jingles de produtos que eu nunca escutei na vida, coisas antigas. Você é um pesquisador de jingles, como essa paixão surgiu?

RCR: "Desde criança que sou muito ligado em música, sempre ouvi muito rádio, e jingle é música, feita sob encomenda para vender algo, mas é música, então me liguei nos jingles também.

Além disso comecei a trabalhar na televisão muito cedo, aos 9 anos de idade, e lá eu ouvia e via os comerciais feitos ao vivo, programas etc. e apurei o ouvido.

E prá completar, há mais de 10 anos que faço parte de um grupo vocal, o Juke, que faz shows "cantando" a história da TV através dos jingles e das trilhas de seriados."

TB: Ricardo, você é uma pessoa que sempre deu força para o blues nacional, e estou muito feliz de ter sua presença nas páginas do blog. Deixo agora este espaço para seus comentários finais.

RCR: "Estou feliz de participar do seu espaço e quero dizer que eu adoro música boa em geral e o Blues em particular, e que o meu desejo é tocar cada vez mais e ver cada vez mais surgirem músicos que compartilhem essa idéia de tocar junto e trocar experiências, isso faz a gente melhorar muito o jeito de tocar e de viver.

Quero também desafiar os blueseiros brasileiros a quebrarem um pouco a cuca e criarem letras em português. Vai ser muito difícil popularizar o Blues se a gente ficar cantando só em inglês, allright?"



Veja mais:
- Blues 4 Fun
- Juke

Um comentário:

Marceleza Bottleneck disse...

Bacana a matéria, O Ricardo realmente é um cara muito gente fina, pena mesmo a Kiss ter acabado com o programa que ele apresentava, era muito bacana, entre mortos e feridos ainda bem que temos ainda o Blues Power de Caio Ávila, graças a Deus. Ah, Só pra comunicar, o Nosso CD esta quase pronto, só em português.

Abraços ao Terremoto e ao Ricardo
Marceleza - Cracker Blues