Com uma batera poderosa, Jeferson Gaucho, mais conhecido como Gaucho do Trovão, é um musico que faz chover no palco.
Ele domina o Rock e o Blues, e sabe fazer a mistura desses dois estilos quando é necessário, sempre na dose certa.
Além disso, é um cara simples que dedicou seu pouco tempo livre para nos conceder este artigo. Vamos ao que interessa.
TB: Hoje você tem projetos de Blues e Rock. Quais são as principais características e diferenças dos estilos?
GT: "Pensar em diferenças e características no início era difícil pois sou um baterista de rock, e a maioria dos bateras de blues são comportados e tocam mais "leve", já eu tenho uma pegada de bumbo muito mais forte,toco alto e sei que incomodo muito purista por aí (risos),e quando entrei na Cracker me controlava o tempo todo, mas resolví não me podar mais, e isso ajudou a montar o perfil Cracker Blues. O fato é que eu acredito que o baterista, independente do estilo, deve tocar o bumbo na mesma frequência do coração. É isso que faz com que as pessoas batam o pé, acompanhando o som e criando aquela emoção gostosa dentro da gente."
TB: Como você foi se tornar um baterista de Blues? Há quanto tempo você está na estrada?
GT: "Bem, meu primeiro instrumento foi o teclado, o responsável por me dar um ouvido bom, e quando fiz 16 anos, eu assisti "The Songs Remains the Same" do Led Zeppelin e aí fui arranhar a bateria pela primeira vez e nunca até hoje fiz uma aula. Por isso tenho um jeito meio extravagante de tocar.(risos) Dos 18 aos 22 anos eu fiquei parado, quando então em 1998 montei minha primeira banda de rock em São Paulo, a "Garagem Hermética. Fazíamos covers de rock dos anos 60 e 70 e posteriromente trabalhos próprios.Nesta mesma época o Paulo Coruja estava montando o que viria a ser a Cracker Blues, e nós já eramos amigos na faculdade, sempre cogitando tocar junto, mas isso só veio a acontecer em 2005, quando fui chamado para entrar na banda.Hoje com quase 32 anos,além da Cracker toco também no The Lost Crowes (tributo a banda Black Crowes)."
TB: Vi um show da Cracker Blues no Mr. Blues e reparei quando um gaitista convidado, o Oswaldo Morais(Black Coffee), fez umas frases e logo em seguida você comprou a idéia e repetiu na bateria, e aquilo foi muito bacana. Você acha que a bateria e o Baixo devem interagir sempre com os instrumentos que estão solando?
GT: "Aquela noite foi mesmo muito legal, gosto do jeito que o Oswaldo toca gaita, e talvez por entender o seu jeito eu tenha me sentido a vontade para segui-lo nas frases de gaita já no final da música, mas sem saturar. Eu só não sabia ainda como a música ía terminar, mas deu tudo certo, os improvisos são assim mesmo.(risos).É importante baixo e bateria prepararem a "cama" enquanto o gaitista ou guitarrista ou até metais, executam seus solos, do contrário a dinâmica das música morre."
TB: Ser baterista não é apenas saber tocar, mas também é necessário ter uma resistência física razoável. Você se desgasta muito em shows longos? Existe algum tipo de preparação?
GT: "Depende muito da noite. Tem noites que eu saio pronto pra outra, mas também tem umas que eu chego em casa e só tiro o sapato para dormir. Faço exercícos físicos quase todo dia, ando de bicicleta a noite ou pela manhã, e pratico alguns rudimentos de bateria antes de tocar, junto com alongamento. Nos dias de shows, não gosto de tocar de barriga cheia.Como algo só depois que saio do palco, senão passo mal. Também tem outro detalhe,...sou gaucho, nas noites muito quentes, eu derreto no palco, e aí deixo o balde de água do meu lado.(risos) Cerveja só depois do show."
TB: Man, muito obrigado pela sua participação, agora deixo este espaço para seus comentários finais.
GT: "Olha meu velho, obrigado novamente pelo interesse e por ter me oferecido esse espaço, é sempre um prazer conversar com quem realmente gosta de Blues e Rock e se preocupa ainda em sempre trazer a tona novidades deste fantástico mundo.
Aguardo a nossa próxima "jam". Em breve sai o disco com a Cracker Blues, seguidos de muitos shows. Convido a todos para também me acompanhar no The Lost Crowes.
Lembrem-se amigos músicos de nunca sairem de casa sem carregar a "humildade",isso é uma grande virtude e tem muita gente deixando ela em casa.
Grande Abraço, e que a paz e a tranquilidade acompanhem vocês."
Veja e escute mais:
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